Luzes, globos espelhados, música alta e muito orgulho LGBTQIA+. Com esses elementos, o estilista baiano Isaac Silva transformou a passarela da São Paulo Fashion Week (SPFW) num grande ball room, com a coleção Panterona, em homenagem a Marcia Pantera, a primeira drag queen bate-cabelo do Brasil. E ela própria abriu a verdadeira performance que encerrou a SPFW N53, fazendo o público dançar e gritar, enquanto dublava e dava close ao lado de outras personalidades da cultura queer, como a cantora Majur e a vereadora de São Paulo Erika Hilton.
Com uma energia que evocou as discotecas de 1970, modelos desfilaram peças em preto e branco com estampas de pantera, animal que também apareceu bordado nas costas de camisas brancas, além de vestidos e macacões com muito brilho. As disco balls, símbolos das casas noturnas daquela década, se transformaram em bolsas, e modelos desfilaram com cabelos longos, volumosos, muitas referências ao black power e maquiagem brilhante.
Como o desfile anterior, do Ateliê Mão de Mãe (outra marca baiana), Isaac Silva apresentou um casting quase inteiramente composto de pessoas negras e diversidade de corpos. “Vejo que, a cada coleção, muitos caminhos vão se abrindo, tanto para novas marcas, quanto para diversos castings. A diversidade está na moda e fico muito feliz”, aponta o estilista, que é um dos mais queridos da moda nacional.