Helena Bordon conta à ESTILO detalhes de sua nova vida em NY
Durante a entrevista, em NY, ela citou a possibilidade de investir em uma carreira internacional.
Entre ser influencer ou empresária, Helena Bordon prefere ficar com o melhor dos dois mundos. Em ensaio exclusivo feito em Nova York, ela veste looks da coleção resort 2018 de Carolina Herrera e fala sobre os planos para uma carreira internacional.
Já se adaptou à nova vida? Uma semana depois de eu chegar, a NYFW começou. Então ainda não consegui estabelecer uma rotina. Tribeca é um bairro novo para mim. No primeiro dia, andei mais de dez blocos para conhecer as redondezas. Descobri academias legais, restaurantes supercharmosos. Estou achando uma delícia. Pudemos enviar muitas de nossas coisas em um contêiner, providenciado pelo banco em que Humberto trabalha (e que fez o convite para essa transferência). Despachamos um sofá para ver TV, nossa cama, parte da cozinha. Aos poucos, vou deixar o apartamento bem legal.
E o que você fez com suas roupas? Trouxe muita coisa? Fiz uma megalimpeza antes de vir para cá. Doei umas 20 caixas de sapatos e bolsas. Guardei algumas peças para um bazar beneficente, que pretendo fazer no final do ano. E acabei enviando para cá, no contêiner, dez caixas de roupas. Só que em Nova York os closets são muito pequenos. Estou tendo que adaptar tudo. Se hoje alguém abrir as gavetas do aparador de TV, vai encontrar biquínis, cintos… Com calma, no quarto que ainda está vazio, quero montar um home office e um closet. Aí, vou conseguir me organizar melhor. Também contratei uma brasileira que mora aqui há 20 anos para me ajudar com a casa. Ela vai vir duas vezes por semana.
Um estilo de vida bem diferente do que tinha em São Paulo, não? Sim, completamente. A começar pelo lado profissional mesmo. Já estou sentindo falta de encontrar as pessoas do escritório, sentar, fazer reunião (além do blog, Helena tem há dois anos uma empresa de óculos escuros, By Helena Bordon, que, no princípio era um e-commerce. No ano passado, abriu uma loja em São Paulo para vender os óculos e também roupas e acessórios de marcas parceiras). Por isso, já fiquei sócia do Spring Place, um espaço de coworking. Posso ir trabalhar, levar meu computador. Vai ser ótimo porque vai me permitir fazer muito networking com gente da moda e da beleza.
Dá para apostar que você vai virar uma marca internacional? É o que eu quero. Há um ano, faço parte da Next, uma agência de modelos daqui, que é forte em digital talents. Vou me reunir com eles para traçar uma estratégia. Quero muito me focar na Ásia no ano que vem. Japão, Coreia do Sul e China estão na minha mira. Tenho na cabeça o que quero fazer. Desde maio, estou na função da mudança. Agora aconteceu. Ufa! E os próximos passos virão. Daqui a 20 anos, será que o Instagram ainda vai existir? Por isso criei minha marca. Para não ser só digital.
Como ficam os negócios no Brasil? Pretendo ir para São Paulo a cada dois meses. Tenho um sócio maravilhoso, o Marcelo Figas, que cuida da parte financeira. Ao todo, empregamos dez pessoas: cinco no escritório e cinco na loja. Quando lancei o e-commerce dos óculos, recebia mensagens de pessoas que queriam experimentar o produto. Daí eu virei para o Figas e disse: “Tem um caminho aí para a gente”. Pensei logo numa loja de rua, algo que fosse mais charmoso e também menos arriscado financeiramente do que um ponto num shopping.
Dinheiro é uma preocupação? Claro! Já vi muita gente que se perde porque segue o business plan mesmo quando não acontece o retorno esperado. Não adianta ter pressa. Tenho vontade de trazer os óculos para os Estados Unidos, mas ainda não está na hora. Por enquanto, estou me focando na curadoria das peças à venda na loja. Fui atrás de marcas de amigas minhas, das quais comprava por WhatsApp. O mix está redondinho: tem jeans, sapatos, bijoux, saídas de praia e até artigos fofos para cachorros. E também um café, porque sonhava com uma experiência completa, sabe? Você pode comer uma avocado toast na hora do almoço e depois experimentar óculos. Não é bom?
Que parte fala mais alto dentro de você: a blogueira ou a empresária? Sempre gostei de trabalhar. Aos 12, 13 anos, entrava de férias e ia para a Daslu na época do Natal. Ajudava no caixa, fazia pacotes de presente, auxiliava as vendedoras. Cheguei a ter todos os uniformes. Minhas amigas iam para a Disney e eu ia com minha mãe para Paris visitar showrooms. Uma das minhas lembranças mais divertidas é uma brincadeira que fazia com a Luciana e a Marcella (Tranchesi, filhas de Eliana Tranchesi, dona da Daslu). Tirávamos fotos com polaroides das roupas que nossas mães estavam comprando para a butique e montávamos um book. Depois, cursei administração na Faap, fiz mestrado em Londres. Criei meu site porque gosto de moda e de negócios. Tudo junto. Meu objetivo é ter minha própria marca de roupas, de sapatos e de beleza.
Existe uma fórmula para arrasar no look do dia? Não adianta vestir uma tendência que não tenha nada a ver com você. Quando a gente não se sente bem, não tem jeito. Mas, quando a gente se sente segura, aí é uma maravilha. Existem marcas que fazem isso muito bem, como a Carolina Herrera. Ela cria uma roupa que deixa a mulher poderosa, confiante. Valoriza o corpo feminino como poucas conseguem e de uma maneira chique e atual ao mesmo tempo. Teria todos os vestidos que usei neste ensaio.
O que você mais gosta de comprar? Meu estilo é casual. Sempre que posso, estou de calça jeans, minha peça preferida. Compro uma e fico usando direto. Agora estou na fase dos modelos de cintura alta. Descobri uma marca nova na semana passada: Moussy. É japonesa e as calças são incrivelmente macias. Também ando fã da Offwhite, que acho supercool.
Fotos Leo Faria