O nome Billie Eilish pode não ser lá muito familiar por aqui, no Brasil, mas se você nunca viu o rosto dela, certamente já escutou algumas das canções dessa garota de 17 anos. “Bad Guy”, o hit atual dela, toca o tempo todo nas rádios, além disso, ela é a artista feminina mais executada no Spotify a nível mundial e, entre outros recordes, o álbum de estreia dela, o “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?”, lançado este ano, teve a melhor semana de lançamento nos serviços de streaming de todos os tempos para uma cantora. Para a geração Z (os jovens de hoje!), ela é o que a Britney Spears foi para os millennials. Sem exageros.
Como acontece com qualquer mulher bem-sucedida, infelizmente, o corpo dela seria alvo de escrutínio público – de uma forma ou de outra. Sabendo disso, tomou a decisão de somente usar roupas largas em aparições públicas para evitar qualquer tipo de objetificação. Em um recente comercial para a Calvin Klein, explicou o motivo:
“Eu jamais deixaria o mundo saber tudo sobre mim. E é por isso que eu uso roupas largas. Ninguém poderia ter alguma opinião [sobre o meu corpo] porque não iriam saber o que tem por baixo, entende? Ninguém poderia dizer, ‘Nossa, ela é gostosa, ela não é gostosona, ela tem uma bunda flácida, ela tem uma bunda grande’. Ninguém pode dizer nada disso, porque eles não sabem”.
Assim, é uma atitude completamente compreensível, mas não deixa de ser algo absurdo. Pensa, uma adolescente que não fez absolutamente nada precisa esconder o corpo dela para evitar o assédio e não ser sexualizada pela mídia, pelos “fãs” e por homens lixo. Isso não é certo, no mundo ideal, deveria ser impensável e diz muito o quanto falhamos como sociedade. Sabe o que nunca falha? A capacidade dos seres humanos de serem escrotos.
Recentemente, o maior medo da Billie se tornou realidade: o corpo dela foi objetificado. Em uma foto que está rolando no Twitter (nós não vamos republicá-la aqui), a cantora posa ao lado de um fã e até aí tudo ok, o “problema” é que o casaco de moletom usado por ela não estava com o zíper completamente fechado e mostrava que, por baixo, ela usava uma regata branca e justa. Foi o suficiente para alguém legendar o clique e viralizar com o seguinte comentário: “Billie Eilish é uma gostosa”. Pronto, tudo o que ela não queria, comentários sobre o corpo dela.
O pior de tudo é concluir que, no fim, ela estava certa: iriam achar uma forma de sexualizá-la e na primeira oportunidade fizeram isso. Só que, novamente, nenhuma mulher deveria sentir a necessidade de se vestir de uma certa forma para evitar comentários sobre o corpo dela, para não ser sexualizada, para não ser assediada, mas corpos femininos são objetificados apenas por existir no mundo. Billie não foi a primeira e, infelizmente, não será a última.