A 43ª edição do SPFW, maior evento de moda do país, terminou nesta sexta-feira, 17, da mesma forma que todas as outras temporadas passadas: com um saldo baixíssimo de diversidade.
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Para se ter uma ideia, em levantamento feito pela ELLE Brasil, foi descoberto que apenas 14,6% dos modelos que participaram dos desfiles desta edição do evento eram negros. Em contrapartida, de acordo com pesquisa do IBGE de 2014, 53,6% da população brasileira se identifica como negra ou parda.
Mas, acredite, as coisas estão melhores. Em 2011, o Ministério Público Estadual, ao lado da empresa produtora do SPFW, precisou intervir. Juntos, estabeleceram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual a organização deveria estimular a participação de pelo menos 10% de pessoas negros e indígenas nas passarelas das marcas.
De acordo com a organização do evento, o TAC já não está mais em vigor, mas a orientação continua. Infelizmente, ainda existem grifes que ignoram completamente a recomendação.
Outra direção
Em um cenário tão pouco representativo, obviamente, quem faz diferente – e a diferença – ganha os holofotes. Pela segunda temporada consecutiva, a LAB, marca comandada pelo trio Emicida, Evandro Fióti e João Pimenta, foi o grande destaque do SPFW. O motivo do sucesso? Além das roupas incrivelmente desejáveis e de um olhar fresco e zero clichê, a grife tem o entendimento de que representatividade é importante.
E não faz isso de forma oportunista, não. O compromisso deles com a diversidade (muito mais alinhado com o mundo no qual vivemos) é claro. A responsável por fechar a apresentação da marca, por exemplo, foi a top transsexual Valentina Luz. Pessoas gordas e negras também fizeram parte do casting. Dos 37 modelos, entre homens e mulheres, 28 eram negros.
Isabela Capeto foi outra preocupada em levar representatividade para a passarela: em um casting de 19 modelos, escalou 8 garotas negras.
Também destoando dos esforços das outras participantes do SPFW, a À La Garçonne, marca de Alexandre Herchcovitch e Fabio Souza, levou 17 pessoas negras para a passarela de um total de 76 modelos – e um deles tinha vitiligo.
Ainda é pouco, mas, talvez, o sucesso midiático (e comercial) dessas grifes, faça com que as outras marcas despertem e entendam que todo mundo ganha com a representatividade.