“Semana de Alta-Costura de Paris? Dá replay no segundo dia!” É para já: Chanel, Alexis Mabille, Stéphane Rolland e Giorgio Armani foram alguns dos grandes nomes que atravessaram as passarelas nesta terça-feira(04). Para nós, brasileiros, a aparição da atriz Maria Fernanda Cândido, interpretando Maria Callas, foi o verdadeiro destaque. Há muito além disso, porém. Então vem conferir o que está por trás de cada desfile.
Très chic!
Na 9º coleção de alta-costura à Chanel, Virginie Viard provou que menos é mais. Com uma assinatura bem definida, cheia de leveza e feminilidade, sem abandonar as décadas de tradição da marca, fez um desfile ao ar livre, no Port de la Conférence.
Cestas com flores e frutas, looks descomplicados que transmitem sofisticação e até cachorros surgiram na passarela, frisando o lifestyle da garota parisiense que Viardi ama. Lenços estampados, que vestem desde pescoço até cabeça, conjunto de cropped e saia, além da meia-calça reinaram. A cartela começou no preto, foi para o rosa e terminou no branco.
Entre capas e caudas de chiffon, a couture traz uma visão emancipada em ode à Coco Chanel: uma mulher, que entende as necessidades femininas, fez roupas para outras mulheres, sendo uma que pode ser para avó, mãe e filha.
Elas carregam arte (e tecnologia)
O 75° aniversário da Serpenti, figura inestimável da Bulgari, foi motivo suficiente para a grife lançar uma coleção cápsula de seis bolsas, reveladas no evento Serpenti in Art da Bulgari. Ela chega também à dimensão virtual dos NFTs, com uma experiência digital disponível através do acessório. Por meio dos artistas Sunwoo Kim. Zhou Li e Sophie Kitching, trouxeram inventividade a cada uma das opções. Obras como Landscape of Nowhere: Water and Dreams e Spring foram as inspirações da marca.
Todas são versáteis, atemporais e singulares. Um dos modelos, por exemplo, vem com duas animações diferentes. Nela, também há um deleite lúdico escondido sob a aba superior, com um dodô em meio a folhagem fantasiosa., enquanto o fecho da cabeça de serpente tem uma esmaltação verde e olhos de ônix preto.
Brindemos!
No desfile de Alexis Mabille, o acessório de maior destaque, sem dúvidas, foi uma taça de champagne. O item apareceu repetidas vezes durante a apresentação ‒ muito coerente com o tema, que trata de uma vida socialite.
A paleta de cores passou pelo vermelho vibrante, rosa, preto e branco. Os recortes, muito bem definidos, mesclam a figura da mulher apaixonada e da moderna. Ombros à mostra e silhueta marcada predominaram na coleção.
Rolland, nós também te amamos!
Com muito drama e opulência, Stéphane Rolland mergulhou na vida de Maria Callas, a ícone soprano, adentrando uma Paris que gostamos de assistir. O estilista francês chamou atenção por sua maestria e extravagância em peças bem construídas, com alguns looks cheios de detalhes metálicos em dourado, fazendo referência aos arabescos que decoram a Ópera.
Aliás, ninguém menos que Maria Fernanda Cândido cruzou as passarelas com um vestido vermelho dramático, homenageando Callas. A participação da atriz tem motivo especial: ela faz parte de Finalemen, dirigido pelo francês Claude Lelouch. Assim, o desfile serve também como pano de fundo da abertura do longa-metragem.
Após a apresentação, Rolland deixou um recado: “Brasil, eu te amo!”. Com a última temporada, em que o estilista se inspirou na arquitetura e cultura brasileira, não restava dúvidas!
Sementes da moda
A coleção Le temps des roses, de Giorgio Armani Privé, canalizou o poder sedutor e misterioso das rosas vermelhas, brilhantes e envernizadas. Seja nos ombros, substituindo gravatas, desenhando bustos ou como estampas em vestidos, as flores estavam presentes. Sem recorrer ao romantismo banal, o estilista trouxe silhuetas que viajam do ocidente ao oriente. Ele, inclusive, considera a coleção seu melhor trabalho de alta-costura feito até aqui.
Com o piso quadriculado em preto e branco, fica difícil não lembrar da Rainha de Copas, especialmente com os tons de vermelho vibrantes pela passarela. Chapéus e laços de pescoço com flores merecem destaque, além da estamparia de arrebatar corações.