Na Paris Fashion Week, a alfaiataria feminina se estabeleceu como forte tendência para a temporada de outono e inverno. Ternos, calças e blazers feitos sob medida para as mulheres, com tecidos de alta qualidade, como crepe, lã, jacquard e oxford, é o que define essa moda. Chanel, Dior, Saint Laurent e outras marcas de luxo exploraram a alfaiataria desconstruída para trazer contemporaneidade às passarelas.
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“Muitas pessoas acham que peças de alfaiataria são de algum tecido específico, mas é o tipo de corte que a caracteriza”, explica a consultora de estilo Pam Zottis, que completa: “no passado, ela era restrita aos homens e, quando começou, tinha o foco em blazers, calças e camisas, que eram feitas sob medida nos alfaiates, em tecidos mais encorpados, estruturados e de corte reto. Com o tempo, a alfaiataria também teve o seu lugar no armário feminino. E, claro, deixou de ser feita somente por alfaiates e acabou sendo industrializada.”
Se antes ela só comunicava elegância e sofisticação, agora, com a alfaiataria desconstruída, há uma proposta mais moderna, o que foi aproveitado pelas marcas de luxo, de acordo com a consultora de imagem Rita Heroina. “Houve uma evolução interessante nesse universo. A alfaiataria se democratizou e hoje as mulheres buscam contemporaneidade, leveza e modernidade no que vestem, usando vestidos, saias e tops.”
Alfaiataria na PFW
Em Paris, Saint Laurent apresentou ternos e blazers feitos com material de alta qualidade, cortes precisos e ótimo acabamento. A silhueta das roupas é inspirada nos anos 1980, com tecidos que moldam o corpo e ombreiras estruturadas.
A marca de moda americana The Row apostou na alfaiataria despojada, mais fluida, com casacos e cores clássicas do inverno, como preto, cinza e off-white. Balmain usou veludos e sedas, que construíram alfaiatarias cheias de barras largas e pérolas. Givenchy misturou alfaiataria com pelos, aplicações e brilhos, além de cores e estampas inovadoras.
Como escolher a alfaiataria ideal
Quem compra alfaiataria deve focar no custo benefício, não no preço. “É uma roupa bem feita, bem acabada, que, por ser atemporal e de alta qualidade, deve durar por muitos anos. E, claro, isso acaba tendo um valor mais alto”, afirma Pam. Para não errar na escolha, Rita indica: “veja se a peça é forrada ou se possui acabamento interno, além de conferir se a queda de ombro está bem posicionada”, o que só é possível experimentando as peças no corpo. “Quando provar os casacos e blazers, procure movimentar os braços pra cima e pra baixo, para ver se a curva do braço perto do cotovelo está confortável”, pontua, e acrescenta: “as calças de alfaiataria não são justas demais e nem muito largas.”
Como compor looks
Muita gente acredita que a alfaiataria é sempre careta porque remete ao uso de roupas sociais, mais sérias e de trabalho. Mas ela serve tanto para comunicar a sofisticação quanto possibilitar looks disruptivos, segundo Pam. “As pessoas se manifestam de diversas formas e essa mistura de formas e tecidos também é uma maneira de se expressar.”
Tudo depende da sua intenção. Se quiser passar a imagem de sofisticada, usar o mesmo tecido e modelagens mais retas é a dica. Se prefere comunicar diversão, aposte no hi-lo, que mistura peças mais certinhas com outras mais descontraídas. “Pode misturar com couro, renda, paetê, tecidos mais leves ou transparentes sem medo. O que não pode, de forma alguma, é usar algo só porque é uma tendência e não ter nada a ver com sua essência e com o seu estilo“, termina.