Se restavam dúvidas de que Alexandre Herchcovitch era capaz de criar uma moda para além do streetwear, sua nova coleção acabou com todas elas. O diretor criativo abriu a 54° edição da Casa de Criadores na manhã da última quarta-feira (24), na Galeria Prestes Maia, com uma passarela reinventada. Teve alfaiataria, cashmere, ferro, elementos sensuais ‒ inclusive peças íntimas do século 18 ‒ e muito talento.
Quem deu start no desfile foi Carol Trentini. Sua beleza, altura e talento chamam atenção por natureza, mas o vestido em lã com seda risca de giz potencializou o magnetismo da modelo internacional.
E o fenômeno se repetiu pelos próximos 38 looks apresentados no que é o terceiro desfile de Alexandre desde que reassumiu a direção da marca.
Alexandre Herchcovitch aposta em sua história, mas inova
O estilista trouxe seu passado para as passarelas. E fez isso de um jeito novo. Junto dos códigos pelos quais ganhou destaque – que, nesse desfile, aparecem na cartela de cores, nas estampas impactantes e na própria sensualidade e transgressão das peças –, a mistura das noites festivas de São Paulo com o tom profissional estão presentes.
Os saltos dão lugar aos tênis de corrida – naquela estética “saiu de uma festa e, agora, é necessário produzir”, sabe? Ao mesmo tempo, referenciam o conforto.
Desfile trouxe alfaiataria e elementos do fetiche
Enquanto as peças íntimas nos anos 1700, chamadas de ancas ou pannier, remontam a elementos fetichistas, a técnica de alfaiataria presente em parcela importante do desfile inspira a sofisticação de um jeito criativo, novo, atual. São trench coats, macacões e vestidos produzidos para durar.
Do ponto de vista do refinamento, do técnico, do material, aliás, o tecido que contém fios de ouro e foi criado em teares manuais é a base para uma roupa que se distingue entre as 39 opções.
As fibras naturais, como a seda e o cashmere, também tiveram espaço importante no desfile. Em parceria com Marisa Ribeiro, expert em tricôs com o tecido originário dos pelos de cabra, Alexandre adicionou o efeito destroyed aos casacos.
O blusão azul de cashmere com cristais bordados, a propósito, é uma das peças de maior destaque da coleção. Com materiais nobres e um trabalho altamente preciso, o casaco ganha personalidade por ser criado para o uso no dia a dia. Não à toa, ele apareceu na passarela junto de uma calça jeans navalhada.
Com começo-meio-fim, o trabalho de Alexandre comprova sua capacidade de manter os códigos pelos quais ficou conhecido e, ao mesmo tempo, acrescentar conteúdo, talento e novidade à moda nacional.
Mais fotos do desfile de Alexandre Herchcovitch
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