Além dos museus: descubra os segredos da cena artística pulsante da Cidade do México
Semana de Arte da Cidade do México atrai turistas e criativos para experiências irresistíveis!
Não é preciso ir à Europa para vivenciar uma cidade de história milenar, gastronomia mundialmente reconhecida e arte pujante. A Cidade do México, bem aqui no nosso continente, é uma metrópole que traz tudo isso, com uma carinha de velha conhecida nossa, latinoamericana — ou seja, com direito a calor, gente simpática e idioma amigável.
de arte contemporânea,
atrai turistas e criativos para experiências irresistíveis (XXX/Reprodução)
Todo mês de fevereiro, a capital do México se torna também um epicentro para a arte contemporânea, graças à Semana del Arte en la Ciudad de Mexico — cinco dias em que museus, galerias e centros culturais recebem exposições de artistas mexicanos e internacionais de renome.
Quem tem a sorte de pisar na metrópole por esses dias dificilmente passa batido pelos eventos. Pôsteres espalhados pelas ruas convidam para mostras de arte, lojas organizam seus próprios eventos, cafés e hotéis oferecem atrações com o mesmo tema.
Um dos destaques da semana é a Zsona Maco, uma feira de arte que aproxima artistas de compradores do mundo todo desde 2002. Realizada em um centro de convenções, a feira é uma reunião impressionante de artistas consagrados (de Botero a Marina Abramovic), nomes contemporâneos de peso, como o escultor indonésio Ichwan Noor e o cubano Julio Larraz, e criadores que estão agora caindo nas graças dos mercadores internacionais, como a mexicana Alinka Echeverría e a argentina Mariela Scafati.
“Esta é uma feira feita para vender arte. Os críticos costumavam falar que não gostavam da curadoria, mas tudo o que está aqui reflete o gosto das pessoas. Quem não vende, não entra”, explica Juan Carlos Campos, membro do comitê de organização da Zsona Maco desde a primeira edição.
A fórmula parece ser certeira: a feira atrai mais de 100 mil visitantes ao ano e serviu de inspiração para a nossa SP-Arte, em São Paulo. Para Juan Carlos, o evento deve atrair ainda mais atenção nos próximos anos, graças à ascensão da extrema-direita nos EUA. “Quem não gosta do Trump, quem gosta de arte, vai valorizar mais a produção de latinos, minorias, mulheres, cholos.”
Arte no ar
Longe da Zsona Maco, bem no meio do agradável bairro de Colonia Juarez, acontece também o Salon Acme que, em 2025, chegou à sua 12ª edição. Dentro de um prédio histórico revitalizado, 79 artistas — alguns deles filiados ao Centro Pompidou em Paris, e ao Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid — expuseram fotos, videoinstalações, quadros e performances. Temas como o direito à terra, a crise climática, a violência do narcotráfico e a cosmovisão pós-humana se espalharam pelas criações e pelas 29 salas do lugar.
A arquitetura colonial marcada pela passagem do tempo (com direito a paredes sem reboco e azulejos quebrados) foi mantida e serviu como pano de fundo para as obras.
Logo ao lado do Salon Acme fica também a mais nova estrela da hospitalidade da capital mexicana: a Soho House Mexico City. Inaugurada no fim de 2023, a casa é a primeira sede do clube londrino na América Latina (a segunda é justamente a de São Paulo, que abriu as portas em junho de 2024).
Instalada em um casarão que pertenceu a um importante político do século XIX, a Soho House Mexico City tem ambientes impressionantes, incluindo tetos talhados em madeira maciça, estuques de influência barroca e até afrescos originais.
Suas instalações de lazer também não ficam atrás: há diversos bares (um deles dedicado exclusivamente à tequila), uma sala de música com um piano de cauda, uma adega para festas intimistas, uma piscina de 19 metros de extensão cercada por irresistíveis espreguiçadeiras acolchoadas e uma casa de piscina envidraçada que abriga o restaurante principal.
O Salon Acme reúne artistas contemporâneos dispostos a pensar os temas mais urgentes da atualidade. Abaixo, a Zsona Maco, a maior feira de arte da America Latina:
Assim como em todas as Soho Houses do mundo — que pretendem atrair um público criativo e viajante —, o foco da casa está no fomento das artes. Há 160 obras no total, a maioria de criadores com forte relação com a cidade, como a própria Alinka Echeverría ou Dr. Lakra, autor da tapeçaria de esqueletos que orna a parte superior da lareira principal, na página anterior.
Para a Semana del Arte, o clube organizou sua primeira residência artística — uma iniciativa que deve se repetir também por aqui — e convidou o mexicano Román de Castro (que inclusive expôs no Salon Acme em 2024) para criar quadros e esculturas especialmente para a ocasião.
Membros da Soho House Brasil que optaram pela adesão completa têm acesso à casa de Colonia Juarez — além de poderem respirar os deliciosos ares criativos da Cidade do México.
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