Gabriela Prioli fica morena e fala sobre beleza, maternidade e carreira
Em entrevista exclusiva, comunicadora conta detalhes da sua decisão e revela desejo de criar projetos voltados para as mães
Ninguém é o mesmo depois de uma grande transformação – e algumas das que acontecem dentro de nós, uma hora ou outra, dão as caras do lado de fora. Quem prova isso é Gabriela Prioli, que radicalizou os fios para um cabelo mais escuro como forma de apresentar ao mundo uma mulher que ela já reconhecia há algum tempo.
Ao sair do direito para entrar na comunicação, Prioli interrompeu uma vida profissional linear, trocando uma posição de liderança pelo desconhecido. Depois deixou a CNN para ser titular do Saia Justa e tomou a decisão de ser mãe. Uma trajetória explosiva recheada de surpresas, o que, é claro, ia acabar reverberando na forma como a apresentadora se enxerga e quer ver sua aparência.
Em um papo delicioso sobre beleza, carreira e maternidade, a CLAUDIA cobriu com exclusividade esse momento de mudança.
Existe um mito de que beleza e moda são fúteis e, por isso, mulheres bem sucedidas não deveriam estar associadas a elas. Como você enxerga isso, considerando que já foi invalidada e criticada por essas questões?
Gabriela Prioli: Ninguém vai me dizer o que eu deveria ou não gostar, justamente porque eu sou uma mulher bem-sucedida e dona de mim. Eu gosto do que eu quiser. Infelizmente, as pessoas ainda associam interesses que são relacionados ao feminino com coisas superficiais e fúteis. Superficial é você ter poucos interesses, quando você reúne interesses diversos, o que você mostra é mais profundidade e não achatamento.
A transformação do seu cabelo vem após uma série de mudanças na sua vida, tanto na parte profissional quanto na pessoal. Você acha que isso está relacionado?
Gabriela Prioli: Eu tenho certeza de que isso está relacionado. Eu nunca senti tanta vontade de mudar quanto ultimamente, e claro que as minhas mudanças profissionais têm impacto nisso. Mas a mudança mais profunda que eu já experimentei na minha vida foi ter me tornado mãe da Ava, e isso fez com que eu quisesse, enfim, viver uma nova Gabriela.
Você tem facilidade para lidar com mudanças de beleza? Como é para você?
Gabriela Prioli: Não sei, a gente precisaria definir facilidade. Eu nunca fiz uma mudança tão radical. É a primeira vez que eu mudo tão substancialmente. Mas, como eu disse, é a primeira vez também que eu me senti absolutamente transformada. Depois da maternidade, então, muitas vezes eu usei a mudança externa para me ajudar a promover uma mudança interna. E, desta vez, eu sinto que mudei primeiro internamente, para fazer refletir isso depois no meu visual. Então, o que eu tô mostrando para o mundo é algo que eu já tinha experimentado dentro de mim.
Você decidiu rapidamente que mudaria a coloração dos fios ou foi um longo processo até tomar a decisão?
Gabriela Prioli: Não, eu decidi rapidamente, e até as pessoas se surpreenderam. Todo mundo ficava me perguntando se eu estava ansiosa, aflita, nervosa. Eu estava absolutamente decidida que eu queria mudar, mas depois que eu mudei, eu fiquei ainda mais feliz. O resultado me surpreendeu muito positivamente.
Com a chegada da maternidade, muitas mães sentem que a autoestima está abalada, acabam criando novos hábitos de beleza e excluindo outros. Como está sendo o processo de maternidade e beleza para você?
Gabriela Prioli: A maternidade me fez perceber uma coisa que estava na minha cara a vida inteira, mas eu nunca tinha dado atenção: o fato de que quando uma criança nasce, todas as atenções se voltam para o bebê, e a gente esquece daquela mãe que também nasceu e que tem as suas necessidades e que precisa ter as suas necessidades atendidas para que consiga assistir essa criança. Não é à toa que há saúde materno-infantil, se a mãe não tá bem, a criança não tá bem. E isso me fez prestar atenção em coisas como, por exemplo, a gente vai visitar uma criança que nasceu e a gente leva um presente para a criança, mas a gente nunca agrada a mãe. Então, eu penso inclusive em desenvolver projetos que enderecem essa questão, esse cuidado com essa mãe que acabou de nascer. E não é um cuidado só para que ela se reconheça como mãe, para afagar só esse aspecto da existência dela, mas a nossa existência como mulheres. Então, se sentir bem na sua própria pele, se sentir bonita, é um cuidado legítimo e que a gente precisa incentivar as mulheres a terem. A gente se sente bem quando a gente tá bem em todos os aspectos. Quando a gente cuida da mãe, a gente tá consequentemente cuidando da criança.
Ainda falando sobre a maternidade e transformação, o que você sente que mais mudou em você com a chegada da sua filha?
Gabriela Prioli: A Ava me fez mais potente. A maternidade é como se ela provocasse uma reflexão tão profunda que você sai desse processo muito convicto de quem é você, e aí é muito mais difícil alguém te tirar do prumo.
Agora, focando no cabelo, quais cuidados você tem com ele? Tem algum que você passou a ter depois da gravidez?
Gabriela Prioli: Olha, eu sempre tive [cuidados com o cabelo]. Eu acho que a gravidez não me fez ter outro cuidado com meu bem-estar e a minha aparência de forma geral. Eu gosto de um cuidado que não demanda tempo, eu gosto de cuidados simplificados, eu gosto de algo que se adapta aos nossos quereres, às nossas demandas de praticidade. Porque, enfim, como uma mulher que faz muitas coisas, eu sou mãe, eu tenho uma vida profissional muito agitada, eu preciso que seja uma rotina prática, simples de seguir.
A rotina de trabalhos intensa, considerando que seu cabelo precisa ser preparado sempre que você faz algo para a TV, por exemplo, trouxe impactos para ele?
Gabriela Prioli: Eu continuo sendo essa pessoa que curte hábitos funcionais. Logo, eu topei a mudança porque encontrei uma coloração sem amônia, com durabilidade e que cobre 100% dos fios brancos. E o principal: ela garante a saúde dos meus fios, uma preocupação a menos pra quem é prática como eu e não quer ter grandes preocupações quando se tem uma rotina superagitada, certo?
Você saiu de um escritório de direito renomado para ir para a CNN, foi para o Youtube, depois para o GNT e, além disso, também se tornou mãe. Depois de tantas mudanças, quais são seus principais objetivos e projetos para o futuro?
Gabriela Prioli: Para o futuro, eu pretendo direcionar a minha produção de conteúdo e minha carreira cada vez para conversar com as pessoas, mas principalmente com as mulheres, para que elas se permitam ser inteiras, para que elas se reconheçam na multiplicidade, para que a gente se fortaleça na integralidade da nossa existência.