Os casamentos tradicionais continuam em alta, mas tem uma outras tendências crescendo neste cenário e algumas das definições são: casamento anti-noiva (também conhecido pela expressão em inglês anti-bride), anti-casamento e o casamento feio (ugly wedding). Essas três nomenclaturas sintetizam uma estética, digamos, mais moderna de celebrar o grande dia e, talvez, mais autêntica.
“O casamento no estilo anti-bride busca evidenciar a personalidade da noiva e até mesmo do casal. Foge um pouco do tradicional, ou seja, traz elementos que não estariam presentes, como por exemplo: um vestido curto, uma noiva de macacão, um noivo sem terno, algo mais despojado, e que traz personalidade”, explica Fernanda Cruz, editora-chefe de conteúdo do iCasei, empresa brasileira especializada em casamentos.
Esse movimento tem se manifestando especialmente entre o público da geração Z, de acordo com os dados do Pinterest. As buscas por esses tipos de casamento tem aumentado este ano. “A tendência tem essa força com o público mais jovem, justamente por ser uma geração que busca se expressar em todas as áreas, uma geração que coloca e mostra os seus ideais sem medo de possíveis julgamentos. Essa tendência surgiu pela influência da modernidade, pensamentos inovadores diversificação da sociedade e liberdade de expressão”, completa Luci Passos, diretora do Yes I Do, empresa especialista em planejamento e organização casamentos.
Qual é a estética do anti-bride/anti-wedding?
Praticamente tudo que foge do convencional pode ser adequar à estética anti-bride ou anti-wedding. Por mais que isso seja considerado uma trend atual, não é. Lá em 1969, quando Yoko Ono se casou com John Lennon, ela foi bem à frente de seu tempo ao usar uma minissaia, tênis, meias três quartos e um chapéu de feltro. Seria Yoko uma das primeiras anti-noivas? Possivelmente sim.
John Lennon and Yoko Ono, after their wedding in Gibraltar, 1969. #ThisDayInHistory pic.twitter.com/1KemyLZe0Z
— History In Facts (@HistoryInFacts) March 20, 2015
“Podemos ver isso como algo cíclico, assim como é na moda, por exemplo. Muita coisa que foi tendência anos atrás, volta de tempos em tempos, com uma nomenclatura diferente. Antigamente, não era muito comum quebrar padrões, principalmente quando se trata de tradições no casamento. Mas cada vez mais vemos que o que importa nesse momento é se identificar, é colocar ali sua personalidade e celebrar o amor da forma que for”, pontua Fernanda Cruz.
O nome pode ser meio assustador e parece uma aversão às noivas e casamentos, mas esse movimento abre espaço para criatividade na cerimônia, festa, vestido e maquiagem. Os estilistas podem inovar à vontade, assim como os noivos tem a possibilidade de explorar diferentes formas de adequar essa data especial aos gostos pessoais, sem ficar atrelado a tradições seculares. O casamento anti-bride também reflete os gostos do casal em relação ao decoração, música e local da celebração.
“As noivas que buscam essa estética, ou que se identificam com esse estilo de casamento, passam por esse momento colocando a personalidade em primeiro lugar, as tradições estão aí, e podem sim, ser quebradas. A anti-bride, não segue a tradição simplesmente por seguir, ela só usa algo se fizer sentido com o que acredita, com a sua essência. Também podemos apontar que esse estilo de casamento, ou até mesmo de noiva, busca por algo mais minimalista, intimista”, comenta Fernanda.
A procura por casamentos diferentes tem aumentado desde 2007, diz a profissional. “Ao dos longo dos anos percebemos um aumento cada vez maior de noivos que buscam por personalização, ou seja, pela possibilidade de criar algo único e autêntico”.
Casamento menos tradicional e mais autêntico
Essa estética mudou também a forma como os casamentos são vistos, fugindo regras e limitações de cerimônia convencionais. Ser uma anti-noiva pode te dar a chance de expressar sua individualidade.
“A ideia não é somente fugir do tradicional, é fazer do casamento um momento onde todos possam enxergar o casal em todos os seus aspectos e traduzir o DNA do casal e sem sempre eles são ligados a tradição”, completa Luci Passos. Apesar disso, ela diz que “80% dos casamentos são totalmente tradicionais. Temos abertura de fazer diferente quando a cerimônia é fora de um templo e os noivos têm criatividade.
Além da festa, decoração e espaço da festa, a fotografia e os vídeos do casamento também ganham outro viés. Vamos ser sinceros, que esse setor é o que mais necessita de um upgrade, chega de slides e vídeos de retrospectiva. Na hora da festa, sabemos que ninguém quer ver isso. “Vivemos em evolução da sociedade e tudo é uma construção”, completa Luci. Logo, o movimento anti-bride está ganhando ainda mais espaço.