O espaço não tem limites: conheça a jovem astrofísica Roberta Duarte
Ela foi pioneira na pesquisa de buracos negros por IA e simplifica as informações em podcasts e no Twitter
![Roberta Duarte no campus da UCLA](https://beta-develop.claudia.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/07/PHOTO-2023-06-14-18-29-44.jpg?quality=85&strip=info&w=1200&h=720&crop=1)
“A física é a resposta para muita coisa, e ela está envolvida na minha vida de formas incríveis. Também acho que é uma questão de superação, porque tem os momentos de pensar em desistir, largar a mão”, diz Roberta Duarte, astrofísica que foi capaz de simular o comportamento de um buraco negro através da inteligência artificial.
A jovem de 26 anos é pesquisadora e doutoranda do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, mas sua paixão pela área veio desde cedo. Uma combinação de quadrinhos do astronauta da Turma da Mônica, livros e revistas sobre informática e física com curiosidade natural da idade. “Eu fui criada na frente do computador, meu pai sempre me incentivou a mexer, descobrir como programar”, diz ela, que participava das Olimpíadas de Astronomia na escola.
Anos depois, quando chegou a hora de escolher sua profissão, o rumo estava claro. Ela se formou em Física pela USP e, durante o curso, se apaixonou pela Física Computacional. Outro ponto de virada foi descobrir a pesquisa científica no seu TCC. A partir dali, entendeu que poderia conversar sobre isso com uma linguagem acessível, para um público maior. Foi quando criou as AstroThreads, threads no Twitter focadas “traduzir para a sociedade o que está acontecendo dentro das universidades e das pesquisas acadêmicas”. Além delas, ela também participou dos podcasts Ciência Sem Fim, Venus Podcast, Flow Podcast, entre outros.
![roberta-duarte Roberta Duarte fazendo exposição sobre pesquisa de buracos negros](https://beta-develop.claudia.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/07/PHOTO-2023-06-14-18-29-44-1.jpg?quality=85&strip=info&w=1024)
Mas foi em 2018 que sua vida mudou. Quando entrou no IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas), o professor Rodrigo Nemmen a convidou para trabalhar na primeira simulação de um buraco negro usando inteligência artificial. O resultado foi publicado em 2022: era a primeira vez que alguém fazia uma coisa do tipo. Desde então, sua história viralizou, deixando cada vez mais pessoas interessadas pelas suas teorias. “O governo brasileiro tinha retweetado e divulgado o meu trabalho pela conta Government of Brazil, voltada para comunicação internacional. Esse dia foi um dos mais incríveis, realmente especial”, conta. Hoje, Roberta Duarte é um dos faróis da astrofísica, mas também uma superação feminina em um ramo majoritariamente masculino.