Mudar o mundo é para as corajosas. Mulheres que inspiram, transformam e empurram a raça humana para frente, cheias de propósito. Elas não têm medo e não vão parar até conseguir. Criar um espaço de trocas entre esse grupo é o que norteia o Festival Mulheres do Mundo — WOW, um movimento global para potencializar o empreendedorismo feminino, mobilizar políticas públicas e estimular a melhoria das condições de vida das mulheres.
Fundado em 2010, o WOW já esteve em 23 países. Chegou ao Brasil em 2018 e, na edição de 2023, que acontece novamente no Rio de Janeiro, entre os dias 27 e 29 de outubro, a curadoria é da Redes da Maré, uma organização focada em oferecer oportunidades de educação e trabalho aos residentes do Complexo da Maré. A escritora Conceição Evaristo, a ativista Jurema Werneck, da Anistia Internacional no Brasil, a chef Dona Carmem Virginia e a diretora de impacto na consultoria Think Eva e na ONG Think Olga Maíra Liguori, são algumas das palestrantes confirmadas.
“Discussões sobre os direitos das mulheres normalmente ficam restritas a camadas elitizadas da sociedade, sem considerar o ponto de vista e os interesses daquelas que moram em favelas. Ou seja, elas travam lutas desde que nascem, mas o discurso sobre esse cenário não chega até lá. Então, o WOW busca mudar essa realidade, gerando um lugar em que o debate é acessivel”, diz Eliana Sousa Silva, curadora do evento no Brasil e vencedora do Prêmio CLAUDIA por fundar e dirigir a Redes da Maré.
Quem reconhece a importância do WOW é Celina Rodrigues, gestora de cultura da região portuária que descobriu o movimento logo na primeira edição. “Foi um divisor de águas da minha vida. Enquanto mulher preta, administradora e artista plástica, fiquei encantada com a proposta. O festival trouxe oportunidades para o meu trabalho. Me tornei escritora, sou convidada para estar na televisão e faço palestras em outros países sobre espaço político e LGBTQIAP+. As portas não se abriram, elas se escancaram para mim”, afirma ela.
“Discussões sobre os direitos das mulheres normalmente ficam restritas a camadas elitizadas da sociedade”
Eliana Sousa Silva, fundadora da Redes da Maré e curadora do WOW no Brasil
O encontro tem cerca de 200 atividades distribuídas entre diálogosaisab, rede de ativismo, arte, cultura e território e negócios. Sobre esta última, a relevância é grande: “O fortalecimento da atividade econômica está em foco, por isso temos um espaço de negócios onde as mulheres apresentam suas produções”, explica Eliana. A programação ainda conta com uma discussão sobre autonomia financeira, e o centro do Rio de Janeiro também recebe um impacto econômico positivo por sediar o projeto e estimular o comércio local. As inscrições abrem em setembro no Sympla e a cobertura completa você acompanha em claudia.com.br.