Inspira: os destaques de junho para ver, ouvir e provar
Fique por dentro dos maiores destaques em moda, decoração e arte
Roupas com materiais mais sustentáveis e que celebram o Mês do Orgulho, mostras que trazem a força de tradições milenares e músicas, filmes e textos que nos inspiram! Reunimos os maiores destaques de junho para você ver, ouvir e provar!
Decoração
Arte de viver
O universo apaixonante de Dior se desdobra em looks esculturais, produtos de beleza envolventes, acessórios desejáveis e, também, objetos decorativos que parecem ter saído de um romance francês. Caso da nova coleção da Dior Maison, feita em parceria com o designer de interiores Pierre Yovanovitch.
A elegância das peças foi alcançada a partir de uma mistura de referências: o joie de vivre do Sul da França, a atmosfera do Château de La Colle Noire – castelo de Christian Dior – e o castelo Fabrègues, do designer. Luminárias, quadros, castiçais (fotos) e outros itens evidenciam as formas orgânicas sem deixar aquele quê clássico-atemporal de lado. Todas as criações foram feitas à mão na França para garantir a qualidade conhecida da maison e podem ser adquiridas sob encomenda no dior.com
Moda
Upcycling
Dando continuidade à preocupação de criar peças-desejo a partir de materiais e processos sustentáveis, a IDA traz uma linha de tricôs feita do reaproveitamento de retalhos que seriam descartados da empresa Patchwork (fornecedora da marca). Nada padronizados, eles enaltecem o poder da criatividade em prol do meio ambiente. Os modelos da coleção-cápsula Trilhas são confortáveis e quentinhos, e acompanham bem um jeans clássico ou podem criar sobreposições interessantes com vestidos longos e coturnos. ida.com.vc
Família escolhida
Com a pauta LGBTQIA+ sempre no radar, a Converse celebra o mês do orgulho com ações propositivas. Em 2022, a marca irá apoiar financeiramente os coletivos Quebrada Queer, Vogue Pajuball e LIGAY em ações culturais. Parte dos lucros dos modelos especiais de Chuck 70 Hi e Chuck Taylor All Star Hi será revertida para a Casa Chama, espaço de articulação política para afirmação da existência dos corpos transvestigêneres. converse.com.br.
Amor & sexo
Numa tentativa de capturar o real da indústria pornográfica, a sueca Ninja Thyberg estreia na direção de um longa com o seu provocativo Pleasure, que incita muitas elaborações acerca dos efeitos que esse mercado causa não só no público, mas também nas pessoas que fazem parte das filmagens. Aqui, acompanhamos Bella Cherry (a excelente Sofia Kappel), jovem de 19 anos que se muda da Suécia para Los Angeles com o sonho de se tornar a “próxima grande estrela do pornô”.
À medida que avança, ela precisa abrir mão de desejos para jogar o jogo dos produtores. Ninja aproveita para mostrar nuances dos abusos, que, sim, chegam a ser físicos e gráficos (conteúdo sensível de verdade), porém se revelam tão cruéis quanto as falas masculinas. Não é porque Bella é uma mulher que sua moral é inabalável – outro ponto alto da trama. A complexidade da personagem vai além da visão causa e efeito de “abusador-vítima”. Um difícil mas necessário filme, principalmente para homens héteros cis assistirem e, quiçá, refletirem sobre suas referências. Disponível no MUBI a partir de 17/6. mubi.com/pt
Impacto real
Primeiro passo
Ainda cheio de estigma, o BDSM pode ser uma prática saudável e prazerosa. A sigla significa bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo, e brinca com fetiches variados. Para adentrar nesse universo, teste os produtos da Pantynova. Em couro vegano, as chokers, correntes, algemas e body chain fazem parte do “BDSM vanila”, como a comunidade reconhece. “Trazemos esse universo através dos produtos e da nossa comunicação, sempre com informações e bom-humor”, explica.
Izabela Starling, cofundadora. A coleção é desenvolvida para diferentes tamanhos de corpos, com regulagem do 36 ao 54. E a qualidade e conforto são inegáveis. “Esse não é um espaço para sermos oprimidas. O BDSM é baseado na consensualidade, na segurança e na comunicação.” pantynova.com
Arte
Trama ancestral
Até o dia 28 de agosto, a Japan House, em São Paulo, exibe a sutil mostra Kumihimo – A Arte do Trançado Japonês com Seda, focada na história de mais de dez gerações da família à frente da Domyo. “Para nós é importante apresentar a experiência e os conhecimentos adquiridos pela empresa Domyo desde 1652. Exposições como esta reforçam a nossa missão de evidenciar o Japão de hoje com práticas que podem se perpetuar por séculos”, diz Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural do espaço.
Kumihimo, em japonês, significa “cordas trançadas”, e se tornou uma excelente técnica pela elasticidade e resistência que os fios de seda proporcionam, sendo aplicada desde acessórios para roupas até ornamentos para armas e armaduras. Ele pode ser feito a partir de três feixes de fios (trança francesa) chegando a complexos que envolvem mais de 140. Um dos tipos mais conhecidos é visto no obijime, cordão que vai por cima da faixa de um quimono tradicional. Entrada grátis. japanhousesp.com.br
Livro
Recomeços
Acompanho e admiro o trabalho de Fabiane Secches há algum tempo, enquanto leitora e aluna de literatura. Por isso, sei que a costura entre pensadores importantes, que tratam o meio ambiente com um olhar poético e urgente, ronda suas pesquisas. Falo de Olga Tokarczuk, Ailton Krenak e Toni Morrison. Não foi espanto, então, me deparar com o ótimo Depois do Fim (Instante, R$ 64,90), organizado e escrito por ela, ao lado de nomes como Natalia Timerman, Giovana Madalosso, Christian Dunker, Tulio Custódio, Itamar Vieira Junior e mais.
Com pontos de vista diversos e recortes bastante específicos, os autores traçam bonitos ensaios-elaboração do que nos cerca para além do utilitarismo e do discurso neoliberal a respeito da natureza e dos animais. Eles partem de experiências pessoais e leituras ricas para desenvolver textos que defendem um novo olhar a respeito do que nos afeta diariamente, mesmo que não queiramos aceitar. O fim está dado, como podemos adiá-lo? Ou melhor, Fabiane bem diz, como “pensar em perspectivas para depois do fim”? editorainstante.com.br
Cinema
Jeitinho francês
Depois de dois anos de edições adaptadas à pandemia, o Festival Varilux volta para a data e formato originais. Entre 21/6 e 6/7, não perca a programação especial nos cinemas com o melhor da produção francesa contemporânea. “Não fazemos um recorte de temática porque valorizamos a diversidade de conteúdo, direção e linguagem. Mas, posso dizer que, este ano, temos muitos filmes que falam sobre questões ambientais e mais dramas que comédias – um reflexo dos tempos que ainda estamos vivendo”, comenta Emmanuelle Boudier, diretora do festival.
Na lista, fique de olho em O Acontecimento, joia rara da diretora Audrey Diwan baseado no livro homônimo escrito por Annie Ernaux e vencedor do Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza 2021. A novidade desta edição está na exibição dos primeiros episódios de 7 séries em salas no Rio de Janeiro e São Paulo, comprovando o intercâmbio cultural entre cineastas, TV e streamings. @variluxcinefrances
Sustentabilidade
Menstruar
Preocupada com o bem-estar e a saúde íntima de pessoas menstruantes desde a sua fundação, em 2017, a HerSelf agora traz para o mercado uma calcinha absorvente para PcDs. O processo começou em setembro de 2021, visando mergulhar na rotina durante o período de sangramento. “Foi avaliando de perto que percebemos, junto com as modelos [foto acima, com quem desenvolveram os produtos], a necessidade de trazer, além da calcinha com abertura lateral, uma toalha adaptada e fixa na cadeira.
Garantindo, assim, autonomia à elas”, explica Raíssa Assmann Kist , CEO e cofundadora da marca. Junto com esse lançamento, surge também um projeto de educação menstrual focado em romper o tabu em torno da temática pelo viés emocional, biológico, ambiental e político-social. “O conhecimento, para nós, é a transformação que garante que essas meninas, mulheres e pessoas que menstruam possam ter uma visão mais positiva em relação ao seu corpo”, afirma Raíssa. herself.com.br
Podcast
Antenada
Depois de duas temporadas bem-sucedidas investigando as tendências de comportamento com um recorte de bem-estar e beleza, Iza Dezon e Vânia Goy voltam com novos episódios de Ciao Bela. Dê o play no podcast para entender sobre marcas e produtos brasileiros que despontam lá fora, quais práticas e rituais podem te ajudar a desacelerar a rotina e o universo complexo do uso de microdose para tratamento de doenças. spotify.com.br
Streaming
Jovem heroína
Logo que foi escalada para protagonizar Ms. Marvel, Iman Vellani gerou uma grande comoção por ser a primeira atriz muçulmana a trabalhar na Marvel. Em entrevista a CLAUDIA, a jovem estrela – que completou 19 anos em setembro do ano passado – afirmou que não esperava essa “virada” em sua vida: “Em um dia, eu estava no ensino médio, e, no outro, estava no MCU [Universo Cinematográfico da Marvel]”, brinca.
“É um pouco assustador pensar que terei uma certa exposição e atenção para sempre. Tanto a minha realidade quanto a da minha família jamais serão as mesmas.” Mas para a sorte de Iman, o apoio que ela vem recebendo de seus colegas de trabalho – estamos falando de gente simples como a vencedora do Oscar Brie Larson – é equivalente à pressão de adentrar um projeto tão grande.
“A Brie e outros atores da Marvel me passaram seus números e disseram que eu poderia chamá-los a qualquer hora, caso eu tivesse problemas com a mídia ou para vestir esses figurinos esquisitos de super-heróis”, revela em meio a risadas. O humor contagiante da jovem, que se manteve constante durante toda a nossa conversa, tem motivos bem convincentes: “Eu estou me divertindo. Li todos os quadrinhos da Ms. Marvel quando eu tinha 15 anos e me fantasiei como ela no Halloween. Agora, estou no seriado.
É um ciclo que se completou, e sinto que atraí isso, de certa forma”. Por fim, ao ser questionada sobre a representatividade na produção, a atriz se mostrou bastante confiante. “A mídia molda a forma em que enxergamos as pessoas neste mundo. Representar populações e culturas de maneira estereotipada pode ser bem destrutivo. E, na série, nós temos negros, indianos e muçulmanos dançando, se divertindo e sendo pessoas normais. Isso é muito incrível. Espero que a indústria caminhe cada vez mais nessa direção”, conclui. Não há como discordar. Leia a entrevista completa por Kalel Adolfo aqui.
A vida de todos
“Acho que todo mundo tem uma história de condomínio”, brinca Natália Klein, roteirista, criadora, atriz, diretora e produtora (ufa!) de Maldivas. Num tom de dramédia, a nova série brasileira da Netflix acompanha um grupo de amigas (pense em Bruna Marquezine, Manu Gavassi, Sheron Menezes e Carol Castro) dentro de um contexto de moradia de luxo no Rio de Janeiro.
“Quis ir para o lado do absurdo das aparências por meio do humor ácido, dando o tom de drama na vida pessoal de cada um. São questões universais abordadas em um contexto bem brasileiro. Acredito que isso gere identificação com o público.” E de fato: Natália trabalha bem com as minuciosidades cotidianas da vida coletiva, fazendo a audiência chorrir com as reuniões de moradores às ~queridas~ que transformam o nada em rivalidade. Disponível a partir de 15 de junho. netflix.com/br
Programação
Em busca de conforto
Celebrar uma idade marcante com renovação? Sempre! Para festejar seus 35 anos, a CASACOR transfere-se para o icônico Conjunto Nacional, um dos mais importantes marcos arquitetônicos de São Paulo. A edição 2022 da mais completa mostra de design de interiores, arquitetura e paisagismo das Américas acontece de 5 de julho a 11 de setembro.
O evento recebe 60 escritórios de jovens talentos e nomes consagrados da arquitetura e do design brasileiros para apresentar suas ideias guiadas pela temática Infinito Particular. Os projetos vão ocupar mais de 10 mil m² de área e dar vida aos 68 ambientes, entre estúdios e lofts, que integram a edição.
A temática deste ano vai ao encontro das tendências do setor, que apontam a predileção pelo conforto e proteção. O infinito particular, então, faz referência às casas biográficas que vão além do estilo, convidando a refletir sobre a necessidade de projetar ambientes que priorizem o bem-estar físico, mental e espiritual, a harmonia e o equilíbrio.
Além da capital paulista, a CASACOR também tem edições em 17 praças nacionais (Bahia, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Ribeirão Preto e Tocantins); e mais quatro internacionais (Miami, Bolívia, Peru e Paraguai). (MARINA MARQUES)
Música
Fado queer
Desafiar tradições é um movimento constante – e não falo só das políticas-sociais. Cinema, arte, literatura e música também se reinventam para dar conta das demandas atuais em termos de visibilidade e abertura de novos espaços. Nesse sentido, o duo português Fado Bicha lança o disco OCUPAÇÃO, com doze faixas que misturam o fado tradicional com efeitos eletrônicos para registrar na cultura um espaço nunca antes ocupado.
“As pessoas LGBTQIA+, embora façam parte dessa história e também da prática atual do fado, dificilmente puderam criar e deixar um legado artístico que refletisse integralmente as suas experiências e identidades”, explica a compositora Lila Tiago, que trabalha ao lado da guitarrista e violonista João Caçador – elas se intitulam no feminino. No álbum, você encontra canções autorais e adaptações que brincam com o limiar entre o deboche e a luta política.
Beleza
Você mesma
Com um discurso delicioso sobre abraçar a sua existência (e beleza) do jeito que ela é, a Bash chega ao mercado brasileiro de beleza e cosméticos com os dois pés na porta. Isso porque a startup de beauty tech une tecnologia e praticidade para criar produtos funcionais, veganos e cruelty-free. A ideia é auxiliar o dia a dia de qualquer pessoa, principalmente daquelas que não entendem tanto do universo de makes e skincare, mas ainda prezam por qualidade na entrega final.
O melhor? Os preços variam entre R$ 42 e R$ 82 em produtos que vão desde uma base de cobertura leve e aparência natural até mousse de limpeza facial. Se divirta ainda com as embalagens minimalistas estampadas com frases divertidas, né, água micelar ou, devo dizer, “joga na cara”? bashbeauty.com.br