Eram 40 homens na cozinha quando Fernanda Ribeiro chegou, em 2007, para trabalhar em uma brasserie em Lyon, na França. Nada que intimidasse a paulistana, então com 19 anos. Ela integrava a equipe da L’Ouest, do renomado chef francês Paul Bocuse, que faleceu em janeiro do ano passado. “Eu mal entendia as ordens que recebia”, diz.
Fazia menos de um mês que ela deixara São Paulo para desbravar o berço da alta gastronomia – em francês. Antes de decolar, estagiara com Erick Jacquin, hoje jurado do MasterChef Brasil.
“Minha avó cozinhava muito bem. Quando ela morreu, assumi o fogão de casa”, conta. Foi dado assim o pontapé para uma carreira de sucesso. Em dois anos na L’Ouest, ficou encarregada de botar os cozinheiros na linha. Ou melhor, alocá-los nas devidas estações e coordenar o fluxo da produção.
Era a única mulher da brigada. Não foi fácil. Enfrentou episódios de machismo e assédio. “Uma vez, levei até uma cotovelada. Mas sempre revidei com firmeza”, conta. Felizmente, seu currículo já lhe permitia um novo desafio, e ela foi para Paris.
Alain Ducasse, dono de 21 estrelas Michelin, tinha uma vaga no Jules Verne, restaurante no segundo andar da Torre Eiffel. Fernanda ficou lá por dois anos, até que, em 2014, abriu a própria casa, o bistrô 36 Le Cosy, em um bairro boêmio lionês. Nele, serve comida francesa com sotaque brasileiro, como o prato da página ao lado, que é acompanhado de farofa e chips de mandioca.
Em julho de 2017, Fernanda inaugurou o Sampa Cuisine & Culture, também em Lyon, espaço em que oferece petiscos nacionais com ingredientes típicos, como tapioca, mandioca coentro e até cachaça.
Confira uma receita especial da chef Fernanda Ribeiro:
Barriga de porco à pururuca com cogumelos
Com ingredientes franceses, a chef fez um prato típico brasileiro que é de dar água na boca. Confira a receita aqui.
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