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“Meu namorado me esfaqueou e saiu do país. Ainda sinto medo dele”

A leitora Fernanda* sofreu diversos abusos do namorado, que a agrediu verbalmente e a puxou pelo cabelo antes de atacá-la com uma faca

Por Da Redação
6 ago 2020, 09h00
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  • Dia mais triste do ano
     ((Foto: Getty Images)/Getty Images)

    “É muito difícil contar essa história, que eu achava que era de amor, mas era de abuso. Meu ex era 6 anos mais novo e nunca achei que isso seria um problema. Eu me apaixonei por ele. No começo, ele aparecia com bombons para me agradar. Mandava fotos com caretas e hashtags divertidas. Eu estava vivendo um sonho.

    Um tempo depois, percebi que tudo que fazíamos era com os amigos dele. Os fins de semana eram na praia, durante a semana íamos para bares. De um jeito sutil, ele me afastou dos meus amigos. Eu não entendia que isso era proposital.

    Eu quis fazer uma mastopexia, cirurgia que faz um lifting nos seios. Tinha muito excesso de pele e meu médico removeu isso e colocou uma prótese, para levantá-los. Depois do procedimento, ouvi do meu namorado que meus seios antes da intervenção eram nojentos, caídos demais.

    Eu reclamei disso e reclamava de outros comportamentos dele que eram nocivos. Ele dizia que era apenas sincero. Em certo momento, a sinceridade começou a vir na forma de tapas, socos, chacoalhões. Eu me sentia doente, estava em depressão. De vez em quando, tinha fraquezas, tonturas. Uma vez, pedi ajuda porque achei que fosse desmaiar. Deitei-me no chão. Ele pegou o celular e filmou enquanto me arrastava pa sala, como se eu fosse um saco de lixo. Ele me mandou o vídeo e disse que era para eu aprender a parar de fazer manha, que ele não caía nessa.

    Ele me chamou inúmeras vezes de depressivazinha, em um tom bastante depreciativo. Eu tinha vergonha de contar a outras pessoas que tinha depressão e me sentia tão sozinha. Ele se aproveitou disso. Se eu acordava me sentindo melhor e falava para ele que estava me achando gata, ele me humilhava. 

    Depois de 3 anos de namoro, filmei ele cozinhando o jantar e postei nas minhas redes sociais, que são fechadas, só amigos podem ver. Tomei um soco na cara. Ele ficou irritado e disse que eu estava expondo ele ao ridículo. Fiquei com o olho roxo por duas semanas. A família dele o protegeu mesmo sabendo da agressão.

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    As histórias de agressões físicas são muitas, mas as piores são as psicológicas. Ele me chamava de louca. Disse que nunca me deu um soco, que eu coloquei o rosto na frente da mão dele. Eu perdoava, perdida. Quando comecei a levar o tratamento para a depressão a sério, disse que ele precisava fazer terapia ou terminaríamos o namoro. Mas ele achava que sabia tudo.

    Só que no processo de tratamento eu comecei a me amar e entender que eu merecia mais. Pedi para terminar por telefone. No outro dia ele apareceu na minha casa me chamando para ir para a praia. Ele disse que sabia que eu não ia conseguir terminar. Não fui. Ele sumiu no sábado e apareceu no domingo. Eu não ia voltar. Discutimos e ele me deu quatro facadas.

    Eu poderia ter morrido. Menti para todo mundo que tinha sido assaltada, porque sentia vergonha da verdade. Ele falou para os amigos que eu estava tão louca, que eu tinha me esfaqueado. Fiquei um mês no hospital. Ele foi embora do Brasil dois meses depois da briga. Ficou dois anos fora. Eu fui na polícia diversas vezes, mas como ele tinha saído do país e entrado no outro legalmente, não havia nada a ser feito. Hoje ele está de volta ao Brasil, mas eu tenho medo dele. Tenho medo de reabrir o caso e dele manipular a situação, medo de tudo.  

    Recentemente, a namorada atual dele me mandou mensagem no Facebook falando para eu apagar as fotos com ele que ainda estavam lá. Ela me chamou de ‘esfaqueadora de barriga’. Foi quando eu soube que além de tudo que ele fez, ainda saiu falando mal de mim, vendendo a imagem de que eu era a culpada, a errada na história.”

    A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas carregam. Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.

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    *Nome trocado a pedido da personagem

     

    Relacionamento abusivo: como saber se você está em um

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