“Fui abandonada por meus pais quando tinha 1 ano. Eles me rejeitaram e me deixaram com meus avós maternos enquanto seguiam suas vidas. Meu pai batia na minha mãe e a traía mesmo quando ela estava grávida de mim. Ela era muito nova e não teve maturidade para lidar com toda essa situação horrível.
Quando comecei me tornar mocinha, meu avô passou a me molestar. Ele tentou penetração algumas vezes e não conseguiu porque minha avó chegava. Eu não entendia muito o que acontecia, ele colocava o dedo em minha vagina e ficava mexendo. Ele me dava medo e eu tinha que deixar. Depois de um tempo, ele me fazia gozar e eu não entendia, mas era uma sensação boa.
Depois que entendi o que ocorria, me senti culpada por tudo. Era muito sozinha. Eu me casei nova com o pai da minha filha. Ele era obsessivo de ciúmes. Todos os meus companheiros, aliás, foram abusivos, inclusive o homem com quem me relaciono hoje.
É uma vida com lutas e poucas oportunidades. Não é fácil, mas hoje procuro acolher estas vítimas mesmo nos dias em que eu que preciso ser acolhida.”
A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas carregam. Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.
*Nome trocado a pedido da personagem
O que falta para termos mais mulheres eleitas na política