É indiscutível a importância da denúncia em casos de violência doméstica. Entretanto, quem já sofreu ou acompanhou alguma vítima de abuso de perto, sabe como o medo rodeia o cenário instaurado e desmotiva o contato com a polícia. Segundo uma pesquisa do Instituto AzMina, em parceria com a consultoria Plurix, nove em cada 10 mulheres não confiam em órgãos oficiais de combate à violência.
Para amenizar esses entraves, que distanciam ainda mais a vítima de uma ajuda urgente, o aplicativo PenhaS, do Instituto AzMina, ganhou novas funcionalidades, como um modo camuflado e um feed interativo para que as usuárias troquem informações e acolhimento em tempo real.
Criado há dois anos e disponível para iOS e Android, o app ainda compartilha reportagens sobre o violência contra a mulher, rota até uma delegacia ou serviço de atendimento mais próximo, chat com a equipe d´AzMina e outras voluntárias, gravador para registrar provas e um botão de pedido de ajuda, que pode acionar até cinco pessoas de confiança ou a polícia.
A utilização do PenhaS não se restringe às vítima, pelo contrário, quanto maior o número de aliados no enfrentamento, o serviço se torna mais eficaz. Ao baixar o app, há uma checagem do CPF e do número de celular para evitar perfis falsos e abusivos. Além disso, a usuária que se identificar como vítima, tem o anonimato garantido.
“As mulheres ouvidas pela pesquisa mostram que querem acabar com a violência, mas nem sempre querem envolver a polícia para que isso aconteça, então elas precisam ter meios alternativos, o que demanda não só melhores políticas públicas, mas também uma conscientização da sociedade. E o PenhaS é uma das iniciativas para colaborar com o enfrentamento da violência”, diz Marília Taufic, idealizadora do PenhaS, que é financiado pelo Fundo de Mulheres do Sul (FMS), Mamacash e Open Society.
Para baixar o PenhaS, basta digitar o nome do app na loja de aplicativos do seu celular ou entrar neste site. Se preferir, lembre-se que ainda é possível pedir ajuda desenhando um Xis na palma da mão e mostrando a região para algum funcionário de uma farmácia. Além disso, ligando para a Polícia Militar (190), é possível falar sobre uma emergência. Já a Central de Atendimento à Mulher (180) recebe denúncias de casos que não sejam flagrantes.