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“Aos 6 anos, era obrigada a fazer sexo todos os dias com um garoto de 12”

A leitora Teresa* foi abusada desde os 3 anos por uma vizinha e por dois meninos. Ela enfrentou a depressão a maior parte de sua vida

Por Da Redação
30 ago 2020, 09h00
 (Palmiro Domingues/Getty Images)
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“Nunca consegui falar direito sobre isso, mas acho que chegou a hora de tirar de dentro de mim. Abusos na infância são tristes e destróem esse período da vida, além de deixarem marcas profundas para sempre. Eu tinha 3 ou 4 anos e tinha uma menina de 12 que morava perto da gente e sempre pedia para minha mãe para brincar comigo. Ela me levava para a cada dela e as “brincadeiras” eram de casamento. Eu era o marido. Ela me beijava na boca, tocava minhas partes íntimas, se esfregava em mim.

Eu não gostava e nem sabia o que aquilo significava. Mas despertou em mim um desejo sexual que não deveria existir para uma criança daquela idade.

Alguns anos depois, quando eu estava com 6 anos, a história se repetiu. Era com um menino, irmão de uma amiga minha. Ele deveria ter 12 ou 13 anos e a gente fazia sexo. Foram tantas vezes. Acontecia todos os dias. Depois, ele chamou um amigo para fazer sexo comigo. Eu não gostava, mas não conseguia dizer não.

Não me lembro como, mas um dia tudo isso parou. O tempo passou. Aos 9, de repente, no meio do banho, lembrei de tudo isso e passei a me sentir suja. Eu tinha tanto nojo de mim mesma. Eu me sentia culpada e com vergonha. Nunca mais me senti limpa. Isso me impediu de ter uma vida sexual normal. Já terminei muitos relacionamentos por causa de sexo. A maioria dos homens não consegue entender a questão e não quer ficar sem sexo.

Fui depressiva a maio parte da minha adolescência e da vida adulta. A carga para a mulher é realmente maior do que para o homem. Eu tentava não pensar no que tinha acontecido, mas as imagens voltavam a me machucar. Hoje, aos 40 anos, consigo entender que a culpa não foi minha. Tem dias que as lembranças voltam e eu me sinto com vergonha e triste. Mas passa, é um dia após o outro. As crianças não devem ser deixadas sozinhas, porque nem toda brincadeira é inocente. O que tudo isso me causou é maior do que eu consigo expressar.”

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A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas carregam. Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.

*Nome trocado a pedido da personagem

 

 

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