“Quando eu tinha 6 anos, minha mãe teve que ser operada às pressas por causa de uma apendicite. Meus pais eram separados e não tinha ninguém para tomar conta de mim e dos meus dois irmãos caçulas, de 5 e 3 anos. Uma ex-colega da escola da minha mãe disse que a irmã dela estava desocupada sem estudar ou trabalhar e que poderia ser nossa babá enquanto minha mãe ficasse internada.
Minha mãe aceitou pagar a moça, que ficou com a gente alguns dias. Nesse tempo, ela pedia que meus irmãos fossem para outro cômodo – nossa casa só tinha dois cômodos. Eles obedeciam, é claro. Assim que eles se afastavam, ela fazia sexo oral em mim. Eu ficava com muito nojo. Não sabia o que era, mas sabia que era errado.
Eu evitava ir ao banheiro porque toda vez que eu ia urinar ela abusava de mim. Uma dessas vezes, eu a empurrei e ela ficou muito brava. Ela ameaçou queimar meu braço com o cigarro. Isso me deixava aterrorizada, porque menos de dois anos antes eu tinha sofrido um acidente doméstico que resultou em queimaduras de segundo, terceiro e quarto grau. Eu não conseguia distinguir a diferença da dor da queimadura do fogão virando em cima de mim e do cigarro, então aquela ameaça era muito séria para mim.
Só contei para minha mãe quando eu tinha 22 anos.”
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