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Val Marchiori terá que indenizar Ludmilla por comentário racista

A socialite já havia sido condenada pelo mesmo motivo em 2018. Desta vez, ela terá que pagar R$ 30 mil a cantora

Por Da Redação
Atualizado em 2 jul 2020, 19h19 - Publicado em 2 jul 2020, 19h03
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  • Pela segunda vez, a socialite Val Marchiori foi condenada a indenizar a cantora Ludmilla por uma fala racista proferida no Carnaval de 2016. A decisão foi tomada no último dia 29, pela 3ª Vara Cível da Ilha do Governador, Rio de Janeiro. Val já havia sido condenada em 2018 a pagar R$ 10 mil a Ludmilla por danos morais. Desta vez, a indenização será de R$ 30 mil.

    O episódio racista aconteceu durante a transmissão ao vivo do desfile das escolas de samba cariocas na Rede TV. Durante passagem de Ludmilla, que desfilava pela Salgueiro, pelo sambódromo, Val comentou que “A fantasia está bonita, a maquiagem… agora, o cabelo… Hello! Esse cabelo dela está parecendo um bombril, gente!”. Na época, ela chegou a se defender alegando liberdade de expressão e que referia-se à peruca usada pela cantora. Também afirmou que, por ser uma figura pública, Ludmilla inevitavelmente estaria sujeita a críticas.

    Para o juiz Françoise Picot, no entanto, a comparação é racista. Na decisão, ele diz que “Ao pontuar que o cabelo crespo visualizado no vídeo parecia com ‘bombril’, a primeira ré desqualificou um traço típico da raça negra, e ofendeu a honra subjetiva da autora. No cenário indicado, conclui-se que estão reunidos os elementos determinantes da formação do dever de indenizar.” Também descartou o argumento de liberdade de expressão, pois o comentário foi uma “opinião maldosa, desnecessária e extremamente ofensiva à figura da autora”.

    Ao G1, a advogada de defesa da socialite, Katia Antunes, informou que recorrerá da decisão, pois Val apenas teria comentado sobre “adornos e vestimentas e jamais sobre características físicas das pessoas que desfilavam.” E que acredita ser capaz de conseguir esclarecer que “a opinião proferida pela Val de forma nenhuma quis ser ofensiva, preconceituosa ou racista e que esses temas precisam ser combatidos sem banalização e de forma mais responsável, para que se possa verdadeiramente alcançar a mudança desejada na sociedade.”

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