Ao longo dos seus 40 anos de existência, o Calendário Pirelli estampou algumas das mulheres mais sensuais do mundo, em trajes mínimos e cenários de tirar o fôlego. Toda aquela artificialidade que a publicidade adora e, sejamos sinceras, pouco nos identificamos.
É inevitável, portanto, perceber como a folhinha mais famosa do mundo se reinventou nesta edição comandada pela fotógrafa Annie Leibovitz. As fotos foram divulgadas nesta segunda-feira, em Londres, com uma drástica mudança editorial. São doze rostos escolhidos por seus feitos, corpos nus em raras ocasiões e nada de poses provocantes.
É claro… Não que uma mulher extraordinária não possa ser sexy ou que as modelos que já passaram por lá não sejam incríveis, mas é um passo daqueles ver que a objetificação feminina tenha, quiçá, ficado para trás a partir dessa edição.
Um dos destaques, sem dúvidas, é a comediante americana Amy Schumer. Tudo bem… Ela é branca, loira, tem olhos claros, visibilidade. Não é lá tããão fora dos padrões. Mas Amy não tem um manequim zero e nem se submete a passar fome para conquistar a tão sonhada magreza hollywoodiana – segundo ela, é assim que as colegas de bastidores fazem para entrar em vestidos justíssimos. Amy se aceita como é e se ama como é. Exercício poderoso, hein?
Foi por isso, inclusive, que já comprou briga na internet quando um jornalista escreveu: “Mais uma vez o diretor Judd Apatow trabalha com uma protagonista cheinha, que não é convencionalmente atraente”. Ela não deixou por baixo. Publicou no Twitter uma foto só de calcinha com o comentário: “Uso 40 e não tenho planos de mudar. É isso. Você aceita ou vai embora”.
Para Annie, Schumer trouxe humor à publicação. “Quando a Pirelli me telefonou, disseram que queriam iniciar do passado. Sugeriram que fotografasse mulheres ilustres. Após termos concordado com isso, o objetivo era ser muito simples. Eu queria que as imagens mostrassem as mulheres exatamente como elas são, sem nenhuma pretensão. Sou uma grande admiradora de comediantes. O retrato dela acrescentou um pouco de diversão. É como se ela não tivesse recebido o memorando dizendo que ela podia permanecer vestida”, concluiu.
Por essas e outras, ela está na CLAUDIA de dezembro como uma das mulheres que nos motivou e nos inspirou a pensar diferente em 2015. Pelo amor ao corpo, o prazer de se sentir confortável na própria pele e nas próprias roupas, pelo bom humor: Amy Schumer é daquelas para a gente prestar atenção.
Mais do calendário Pirelli
Serena Williams, tenista
Patti Smith, cantora
Yao Chen, atriz
Outras figuras ilustres também estão por lá: a atriz Yao Chen, primeira chinesa Embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, a top model russa Natalia Vodianova, fundadora da instituição de caridade Naked Heart Russia; a produtora Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm; a colecionadora e compradora de arte Agnes, Presidente Emérita do Museu de Arte Moderna em Nova York; a tenista Serena Williams, número um do mundo; a formadora de opinião, crítica e escritora Fran Lebowitz; a presidente da Ariel Investments, Mellody Hobson, que apoia projetos de caridade em Chicago; a diretora de cinema Ava DuVernay, que fez, dentre outros, Selma, indicado para o Oscar de Melhor Filme em 2015; a blogueira Tavi Gevinson, fundadora da Style Rookie e da revista online Rookie; a artista visual iraniana Shirin Neshat; a artista, música e performer Yoko Ono; a cantora Patti Smith, uma das maiores estrelas do rock de todos os tempos; e a atriz e comediante stand up Amy Schumer.