Saem de cena os looks maravilhosos e as festas incríveis em Nova York. Por algumas semanas, a rotina de Thaila Ayala foi bem diferente disso. Ela viajou de Vancouver, no Canadá, onde estava gravando “Pica-Pau: o filme”, para o sertão pernambucano, onde rodou “O Matador“, o primeiro longa brasileiro produzido pela Netflix, que estreia nesta sexta (10). “Ficamos em Cimbres (PE), que é praticamente uma vila, ainda com tribos indígenas, e eu tive a oportunidade de conviver com eles ali por um tempo”, revelou Thaila em entrevista exclusiva ao MdeMulher.
O laboratório para o filme- um faroeste que se passa entre as décadas de 1910 e 1940 sobre um matador de aluguel no sertão- aliás, foi bem intenso. “Aprendi a matar galinhas, limpá-las, acender o fogão à lenha, tudo para poder tentar entrar nesse universo tão diferente do meu”, conta. Na história, ela é Renata, uma mulher dominada pelo marido, Desenhista (Marat Descartes), um homem consumido por TOCs. “Ela tem a força da mulher nordestina, mas é completamente submissa ao marido, porque a família inteira dela foi assassinada e ele é tudo que restou”.
Isolados, eles vivem sob as asas de Francês (Etienne Chicot), o poderoso que comanda a região. Sempre que quer alguém morto, o ricaço manda Desenhista rabiscar um retrato falado e entrega para Cabeleira (Diogo Morgado), o matador do título. “Renata é uma mulher sem ego, completamente descaracterizada de tudo que vocês já viram meu, de Thaila, foi completamente enriquecedor poder ter feito essa personagem”, diz, animada.
Escrava de likes? Nope!
E, veja bem, tudo que você viu de Thaila também pode não ser totalmente a realidade. Apelidada de “ministra das relações exteriores” pelo colunista Leo Dias, Thaila trocou o Rio de Janeiro por Nova York, em 2014, e agora se aventura em Los Angeles. Seu Instagram é recheado de fotos de fazer inveja a qualquer trendsetter. Melhores festas de Halloween de Nova York? Ela foi. Jantar com Julia Roberts? Check! Isto sem falar nas fotos incríveis em cenários paradisíacos e muitas baladas com celebs hollywoodianas. Tá tudo lá. Mas a vida real, como bem sabemos, não é só festa. “Na verdade, eu levo o Instagram de uma maneira bem profissional mesmo. Não sou uma pessoa ligada em redes sociais. Não tenho Facebook, Twitter, Snapchat. Só tenho Instagram, porque é uma grande ferramenta de trabalho”, diz ela, bem pragmática, afirmando que número de likes não tira seu sono. “Não deixo de postar, porque não vai ter curtida. Mas tem todo um pensamento administrativo profissional ali. Tenho um cuidado de fazer um equilíbrio entre business, o que o povo quer ver e as causas sociais”, revela.
Ah e tem dado certo! O que era pra ser uma temporada de três meses curtindo o fim da novela “Sangue Bom” (2013) – e uma maneira de lidar, longe dos holofotes, o término do casamento com Paulinho Vilhena – acabou virando um novo foco pra carreira. “Não foi um ‘ah, vou embora’, foi mais um ‘ah, tenho um tempinho, vou ali curtir’. Sendo muito honesta, eu mal falava inglês, como é que eu ia pensar em carreira internacional?”, diz ela, que passou meses estudando a língua, mas também contou com uma dose de sorte. Logo no primeiro casting, conquistou um dos papéis principais de “Pica-Pau: o filme”. “Eu pensei ‘cara, acho que agora eu consigo bancar. Já tô aqui mesmo’. Fui atrás de um agente e foi acontecendo. Agora tenho um planejamento da carreira internacional”.
Chuva de estreias
Entre almoços assistindo Netflix – “sou viciada em séries de terror!”- e muito estudo, Thaila foi curtindo sua estadia na gringa e os jobs foram rolando. Tudo bem tranquilamente, no ritmo dela. “Não passo perrengue. Mesmo porque eu saí de casa com 14 anos, né, gata? Sou de boa, vou lá, faço minhas coisas, tiro de letra”, brinca. E o resultado ela colhe agora: vêm aí as estreias de “Zeroville” – com James Franco -, “The Pretenders”, “Coração de Cowboy” e “Talvez uma história de amor”, além de claro, “O Matador” e “Pica-Pau”. “Foi tudo no ano passado. Em seis meses, eu rodei seis produções. Foi em inglês- português- inglês- português”, ri.
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Apesar de animada com a primeira grande chance na gringa em “Pica-Pau”, Thaila estranhou um pouquinho as gravações. “O brasileiro tem esse calor humano, sempre tem aquela comemoração no day off, a cervejinha com a equipe. Nós estamos sempre celebrando, principalmente quando é um trabalho que a gente gosta, mas lá eu não senti isso. É uma coisa muito profissional, é bater o cartão, trabalhar, saiu do set, acabou. Isso porque a gente ficou quase dois meses no mesmo hotel, mas não teve um jantar, um café. É estranho”, contou.
Vilã, sim, por favor!
Em breve, Thaila vai estar cercada do calor brasileiro que tanto . Ela será uma vilã na nova trama de Aguinaldo Silva. E, se nada mudar, seu triângulo amoroso contará com Cauã Reymond e Chay Suede. Tá bom pra você? “Cara, tô muito ansiosa! Faz muito tempo que não faço novela. E o Aguinaldo é uma riqueza, sou muito fã”, comemora Thaila, que começará a gravar em agosto para a trama prevista para o final de 2018. “Tem muita gente que vira o olho lá fora, me orienta a não falar que eu faço novela, mas eu digo que faço sim. Conto a mágica que a gente faz gravando um capítulo por dia, enquanto lá fora se faz um por mês. Quem faz novela, faz tudo. Não é pra qualquer um não!”.
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Por conta da novela, Thaila vai voltar a morar no Brasil por um tempo em 2018. Ela sabe que, estando no ar em uma trama da Globo, o assédio volta a pipocar. Veja só, nem bem voltou ao país para divulgar “O Matador” e já teve gente especulando se ela estaria namorando o ator Renato Góes. “É uma coisa natural, pô, quando você entra na casa de milhões de pessoas diariamente na tv, existe um interesse pela sua vida. Incomoda, mas eu sei lidar”, conta ela, que sorri quando comentamos do suposto romance com James Franco. “Tem gente que se descabela ou que responde os haters, eu descobri que, pra mim, é simples: eu não vejo nada. Não leio matéria, ignoro. Só sei de algum boato quando a minha mãe me liga ‘minha filha, vi isso aqui…é verdade?’ e eu ‘não, mãe…'”, ri.