Sororidade: entenda a palavra que ganhou destaque em ‘Segunda Chamada’
No 3º episódio da série, a personagem de Débora Bloch saiu em defesa de uma aluna. As cenas foram bonitas de ver.
Atenção, nesse texto você vai ver spoilers do terceiro episódio de “Segunda Chamada”
Essa semana chega ao terceiro episódio a série “Segunda Chamada”, que é exibida na Globo às terças-feiras e chega um dia antes no Globoplay. A trama fala sobre professores e alunos que enfrentam os desafios do sistema público de educação em uma escola noturna destinada a jovens e adultos.
Dessa vez, a série dá foco a conflitos religiosos e ao preconceito vivido por uma personagem que é garota de programa. E, no finalzinho do episódio, Débora Bloch protagoniza uma cena que chama a atenção pela palavra que ela diz: sororidade.
O termo surge quando a personagem da atriz, a professora Lúcia, confronta o empresário Arlindo (Vanderlei Bernardino). Ela o questiona ao saber que a aluna Gislaine (Mariana Nunes) perdeu uma bolsa em um cursinho, que havia ganhado por meio de um concurso de redação. O texto de Gislaine foi eleito como o melhor de todos, mas Arlindo descobriu que a jovem é uma garota de programa que ele conhecia como Vanessa. Isso faz com Arlindo decida dar a bolsa a outro aluno.
Lúcia ouve Arlindo conversando com a esposa no telefone e questiona, de forma retórica, se ele é casado. Irritado, ele pergunta porque ela quer saber e, com os braços cruzados, a personagem de Débora responde: “Sororidade. O senhor já ouviu falar?”
A palavra tão presente na luta feminista tem raízes no latim: soror significa irmã, como mostra o dicionário Priberam. Com isso, sororidade é um termo definido como “relação de união, de afeição ou de amizade entre mulheres, semelhante à que idealmente haveria entre irmãs” e “união de mulheres com o mesmo fim, geralmente de cariz feminista”.
Como a própria definição traz à tona, sororidade é a expressão usada para definir o movimento de incentivo à união entre as mulheres.
Ainda que a ideia possa parecer abstrata para muitos, com o argumento de que esse amor deveria acontecer independentemente do gênero, vale lembrar que mulheres nascem inseridas em um contexto social em que, desde muito cedo, somos ensinadas a odiar umas as outras e também a competir entre nós – especialmente para parecer mais bonita e conquistar o suposto “homem dos sonhos”. Por isso, é essencial um movimento pontual e contrário a isso.
Como mostra “Segunda Chamada”, a sororidade é algo que a gente deveria sempre colocar em prática. Gislaine sofre um enorme preconceito por ser garota de programa e não foi rechaçada apenas por Arlindo. Jaci (Paulo Gorgulho), o diretor da escola, e Léo (Leonardo Bittencourt), o filho dele, também a desrespeitaram – e muito. Frente a isso, Lúcia também os repreende.
Quando fortalecemos outras mulheres, a gente está trabalhando no combate ao machismo – o que trás benefícios a todas nós. A atitude da personagem de Débora Bloch ensina ao público o que é a sororidade na prática – e isso é muito bonito de ver.
Unidas somos mais fortes!