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Sérgio Reis comemora 50 anos de carreira

Cheio de gás, o cantor lança mais um CD e prepara show memorável

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 11h12 - Publicado em 6 nov 2008, 21h00
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Sérgio Reis e seu violão
Foto: Cida Souza

Dono de uma voz marcante, Sérgio Reis está completando 50 anos de uma bela carreira. Tudo começou quando ele tinha só 16 anos, morava no bairro de Santana, em São Paulo, e era apaixonado por música. O então adolescente virou Johnny Jonson e soltou a voz nas estradas. O pseudônimo americano foi influência do rock?n roll, uma febre na época. A partir daí, foi só sucesso. Serjão cantou bolero, participou da Jovem Guarda nos anos 60 e se entregou com paixão ao sertanejo. Mas seu talento foi além da música.

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Em 1976, atuou no filme O Menino da Porteira, recorde de bilheteria na época, com 4 milhões de espectadores. E na TV seu papel mais importante foi em Pantanal (1990), que o SBT está reprisando. Quem não se encanta todas as noites ouvindo a cantoria do Tibério? Pai de Marco e Paulo, Sérgio, 68 anos, também é avô muito coruja de Vinícius, Thiago e Pedro, filhos de Paulo. Romântico, não mede esforços para agradar à mulher, Ângela. ?Às vezes, chego em casa de surpresa com um buquê de rosas vermelhas para ela?, revela. Confira a entrevista desse grande homem, que, além de 1,90 metro de altura, tem o coração puro de um menino.

Você está lançando o CD Coração Estradeiro. É para comemorar os 50 anos de carreira?
Sérgio Reis ?
É, sim, e até o final do ano faremos um DVD também. Minha preocupação foi a de oferecer um repertório pra pessoa ouvir e viajar.

Lançar o CD no momento em que “Pantanal” está no ar foi uma estratégia?
Estava pronto quando o SBT começou a reprisar a novela. Então, gravamos Comitiva Esperança e Triste Berrante, que estão na trama.

E o que mais vai rolar no megaaniversário?
Vamos fazer um espetáculo com a Orquestra Sinfônica Brasileira e participação do maestro Júlio Medaglia, que está fazendo 50 anos de carreira também. A estréia será no Teatro Municipal de São Paulo.

Nossa, que bonito!
Vai ser, sim. Imagine eu tocando berrante e as trompas (instrumento de sopro) dando retorno. E vamos também nos apresentar em cidades que têm teatros e orquestras. Depois, seguiremos para Viena, na Áustria, e para outros países onde Júlio rege orquestras. Vamos arrebentar!

É interessante juntar sertanejo e orquestra sinfônica, não?
Sim, queremos que o povo apreciador do sertanejo aprenda a gostar da Sinfônica, que é muito rica melodicamente.

Olhando pra trás, ao longo da sua vida, o que mais o emociona?
Passei por um momento de apreensão quando tive um derrame cerebral, há cinco anos. Pensei que poderia ficar com seqüelas, não sabia o que ia acontecer. Seria triste se eu não pudesse mais cantar. Graças a Deus, tudo deu certo.

Está gostando de se rever em “Pantanal”?
Estou assistindo e adorando. Todo mundo voltou a se falar por telefone. Marcos Palmeira me ligou, a Crica (Cristiana Oliveira) telefonou um dia desses. Essa novela marcou porque ficamos lá juntos durante um ano. Só voltávamos pra casa a cada 90 dias.

Como foi participar da novela?
Foi muito bom. Tanto que, quando acabou, depois da gravação do último capítulo, ficamos muito tristes. O Almir Sater (o Trindade na trama) ficou tocando viola e eu peguei a Muda (Andréa Richa) e fui caminhar e conversar. A novela e o Pantanal tinham tanta força e magia que ninguém queria se separar. Viramos todos amigos.

Depois de Pantanal, você e o Almir Sater fizeram outras novelas juntos. A dupla deu certo mesmo!
Eu e o Almir devemos a alavancada de nossas carreiras a Pantanal. Fui eu quem falei para o autor, Benedito Ruy Barbosa, convidar o Almir, por ele ser pantaneiro. E no fim ficou lindo! Logo depois, ele fez A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990) e, em seguida, atuamos juntos em O Rei do Gado (1996), que é do Benedito também. Em 2006, estávamos em Bicho do Mato. Essa parceria nasceu por causa do Benedito!

Foi feita uma nova versão de “O Menino da Porteira”, com Daniel. O que você acha?
Estou bravo com o Daniel porque ele não me chamou para ser o avô do menino da porteira (risos). Eu fiz o filme há 32 anos. Marcou a minha carreira porque levou 4 milhões de pessoas para os cinemas. O mesmo diretor que fez o filme comigo, Jeremias Moreira Filho, está fazendo com o Daniel agora. Claro que estarei na estréia e tocando berrante!

E sobre a escolha do Daniel?
Achei ótima. Daniel é um menino de ouro, muito educado, simples, está sempre alegre e canta bem. Estou curioso para vê-lo como ator. Certamente, o filme vai ser um sucesso.

O que você pensa sobre os novos sertanejos?
Não tocam sertanejo. Victor & Leo, César Menotti & Fabiano, por exemplo, cantam música romântica em dupla. Para ganhar dinheiro tem de ser romântico atualmente. Mas quando a gente se junta é só moda de viola, que é o que eles gostam.

Qual é o seu segredo para se manter na estrada durante meio século?
Tem que ter calma, ser educado com os amigos, com o público, tomar cuidado com as atitudes, não ser prepotente.

A simplicidade virou um hábito seu. Dá um exemplo?
Quando estava estourando na época de O Menino da Porteira, comprei um carro importado. Mas não ia com ele até a porta da minha gravadora. Parava dois quarteirões antes, no estacionamento, e andava até lá. Fazia isso para não humilhar os artistas que estavam apenas no começo, por respeito.

Você canta sempre com muita emoção!
Quando canto, entro no tema da música. São 35 anos cantando O Menino da Porteira e, a cada dia, sinto a mesma emoção porque estou contando uma história. Deus me deu o dom de cantar doce. Então, eu faço isso com amor, com muito carinho. Até quando ensaio, me arrepio porque sinto a música.

  

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