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Saiba quem é Dudu Borges, produtor musical que mudou a cara do sertanejo

Ele é um dos nomes mais cotados para os atuais trabalhos de duplas de todo o país

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 22h36 - Publicado em 11 jun 2013, 21h00
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  • Aos 30 anos, Dudu Borges é o responsável pelo sucesso de hist como Chora Me Liga, de João Bosco e Vinícius, e Ai Se Eu Te Pego, destaque de Michel Teló
    Foto: Reprodução / Instagram

    Foi aos 15 anos, quando tocava na igreja que frequentava, em Campo Grande, que Dudu Borges se apaixonou pela música e foi no estilo gospel que teve seus primeiros trabalhos. Hoje, o produtor musical é um dos nomes mais citados em produções, principalmente do meio sertanejo.

    Aos 30 anos, Dudu já foi responsável por músicas como “Ai Se Eu Te Pego”, de Michel Teló, “Chora Me Liga”, de João Bosco e Vinícius e há cerca de cinco anos, o produtor revela: “Durmo pouco, quatro ou cinco horas por dia”. Tudo por dedicação ao trabalho, que não esperava tamanho reconhecimento: “Não esperava que uma coisa que eu estava fazendo mudaria tanto o sertanejo”.

    Saiba mais sobre a história do produtor musical, que falou à Contigo! Online em seu estúdio, em São Paulo, sobre preconceito, carreira e novos trabalhos, que não envolvem apenas o sertanejo, mas também outros estilos musicais.

    Quando o sertanejo apareceu

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    Aos 17 anos, Dudu se mudou para São Paulo, onde estudou e se dedicou ainda mais à música, mas sempre estava voltando à terra natal, Campo Grande, para outros trabalhos. Entre estas idas e vindas à capital do Mato Grosso do Sul, conheceu Michel Teló, quando o cantor era o vocalista do grupo Tradição.

    “Ele me mostrou uma música um dia que eu fui num show do Tradição e eu achei muito bonita e perguntei se eu podia fazer o arranjo. Ela se chamava Campeão de Bilheteria e era diferente das músicas que eles tocavam, era romântica. E foi a primeira música do Tradição que foi bem nas rádios, porque a música romântica tem uma aceitação melhor nas rádios. Com essa música, com essa chance que o Michel me deu de fazer sertanejo, eu comecei a fazer arranjos para cantores do estilo”, contou o produtor.

    Curtição

    A estreia de fato de Dudu Borges no estilo foi no disco de João Bosco e Vinícius, Curtição, lançado em 2009. O projeto trouxe como destaque a canção “Chora Me Liga”, que oficializou o denominado ‘sertanejo universitário’. “Era uma novidade, mas não digo pela música que é um batidão e o Tradição já fazia essa coisa mais agitada, mas João Bosco e Vinícius trouxeram um batidão mais pop e tem outras músicas nesse disco também que eram mais pop e que chamaram a atenção”, explica.

    “Como eu nasci em Campo Grande, sempre gostei de sertanejo, mesmo estando na igreja, trabalhando com música gospel, eu já gostava. Cresci ouvindo, minha família tocando, mas o que mudou a minha carreira foi com o disco Curtição do João Bosco e Vinícius”.

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    A partir daí, Dudu Borges passou a receber propostas de trabalho e ganhar a confiança dos artistas: “Sempre fui um cara muito na minha, nunca fui de falar e pedir para me apresentarem. Sempre fui mais tímido. Eu acredito que as coisas para darem certo, não é preciso forçar e tem que querer de verdade. Os artistas me procuram pelos resultados do meu trabalho e me admiram e querem um resultado bom”.

    Mas o produtor ressalta: “Eu não faço milagre, mas faço um trabalho sério e é mais sério ainda um artista confiar em você, te dar o poder de fazer um trabalho novo, porque é o trabalho dele”.

    Preconceito

    Com o destaque que o sertanejo teve nos últimos dois anos, Dudu conta que, no início, sentiu muito preconceito pelo estilo que até então era restrito a estados como Goiânia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

    “Senti preconceito demais e é engraçado, porque os tradicionais não aceitavam essa nova cara do sertanejo, falavam que aquilo não era sertanejo, mas ao mesmo tempo aquilo estava levando o estilo para muitos lugares, abrindo um leque muito grande, fortalecendo o segmento. Os arranjos que eu fiz naquela época não eram o padrão, mas chamaram a atenção, apesar das pessoas falarem mal e dizerem que aquilo não era sertanejo”.

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    Ai Se Eu Te Pego

    Quando Michel Teló deixou o grupo Tradição para seguir carreira solo, foi em Dudu Borges que o cantor sertanejo depositou a confiança para a nova etapa em sua carreia musical. E a letra de “Ai Se Eu Te Pego” caiu nas mãos do produtor que a transformou em sucesso mundial, além de ter feito todos os trabalhos do cantor sertanejo até hoje.

    “Não esperava que o que eu estava fazendo seria uma coisa que mudaria o sertanejo. Não tinha noção que poderia chegar nesse ponto de eu estar à frente de um segmento e Ai Se Eu Te Pego chegar a outros países, ficar em primeiro lugar em mais de 40 países, vender milhões de cópias e tem mais de 500 milhões de visualizações no Youtube. Nem em sonho eu imaginava isso”, ressalta.

    Escolha dos trabalhos

    Dudu conta que todos os dias recebe propostas de produções, tanto de um disco inteiro, como apenas uma canção e diz que hoje ele pode escolher o que ele acha que é verdadeiro. “Música é uma coisa que envolve sentimento, mexe c om as pessoas. E hoje eu posso escolher, quando eu sinto que vale a pena”, disse citando um exemplo de uma das duplas com quem já trabalhou. “Kleo Dibah e Rafael, eu fiquei fã deles. Para mim, da nova geração é a melhor dupla, porque eles compõem e tocam muito bem, além de terem carisma. Então, eu tento fazer o que eu acho que vai ser legal”.

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    O produtor ainda diz que indica canções para os cantores gravarem também. “Eu preciso do artista comigo na produção. Estar olhando para ele, conversando e sentindo o que ele está achando da música”.

    Mas recusar trabalhos também faz parte da vida de Dudu Borges. “Toda semana eu recuso, mas é porque eu não posso fazer, não dá tempo. Eu tenho os auxiliares que me ajudam ,mas quem senta e faz tudo, sou eu, estou o tempo inteiro aqui, faço um a um”, explica.

    Normalmente, o produtor pega de 3 a 4 trabalhos ao mesmo tempo, os dividindo em etapas e ainda diz que dorme pouco por causa do trabalho. “Umas cinco horas por dia. Eu não tenho momento de lazer assim já tem cinco anos”.

    Com tanto trabalho e tanta responsabilidade, Dudu disse que tenta se controlar para não surtar: “Se eu entrar na pilha de tudo, eu fico louco. Eu não sou calmo como parece, mas tento me acalmar, ser tranquilo com os problemas para conseguir resolvê-los. E eu não paro, estou aqui conversando com você e vendo que tem uma luz queimada ali no estúdio de gravação”.

    Ser uma marca

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    Como o nome Dudu Borges foi um dos mais citados em produções sertanejas nos últimos meses, o cantor acredita que seu nome possa ser rotulado como uma marca mas destaca que não é bom. “É ruim, muitas vezes é ruim, porque as pessoas acham eu vou fazer milagre, vai colocar meu nome lá e vai explodir nas rádios. Eu não tenho um segredo e você também não pode acreditar em tudo o que as pessoas falam, porque elas supervalorizam as coisas”.

    Novos estilos no currículo

    Apesar de nos últimos cinco anos Dudu Borges ter se dedicado ao sertanejo, outros estilos estão surgindo na carreira do produtor, que está arriscando em produzí-los. Nomes como Jorge Ben Jor e Fábio Jr., além do tenor Thiago Arancan, estão trabalhando com Dudu.

    “Eu não me considero segmentado”, destaca. “Jorge Ben Jor gravou ‘Quero Toda Noite’ com Fiuk aqui no meu estúdio e, com Fábio Jr., estou produzindo o novo disco de inéditas dele, depois de anos sem lançar algo novo. Isso pra mim não tem preço”.

    O que muda ou o que fica

    Desde 2009, quando começou a trabalhar profissionalmente com o estilo, Dudu diz que, como muitas duplas surgem atualmente para pegar carona no sucesso do sertanejo, acredita que muita coisa pode não dar certo por causa desse investimento, pois é preciso ter talento, ter bagagem musical: “É aquela coisa de fazer porque o outro deu certo. É uma cosia que eu me preocupo muito, pego discos do Jorge e Mateus, por exemplo, e vão mudando e eles estão no topo, então quem está no topo, a responsabilidade é maior de mantê-los lá”.

    E essa dedicação não só deixa o artista ansioso com a repercussão, como o próprio produtor: “Não tem como não ficar nervoso, fazendo Bruno e Marrone, por exemplo. Tem que achar a melhor música, tem que fazer o melhor que posso fazer”.

    A essência do sertanejo sempre foi o romantismo, algo que muitas duplas atualmente mantêm em suas produções e, para Dudu Borges, essa característica nunca vai acabar. “Determinadas épocas, as pessoas gostam de uma coisa ou outra. Eu não acredito muito desse lance de moda, de composição, eu acho que uma música boa é sempre boa, uma balada sempre vai estourar de qualquer maneira, se for boa”, finaliza.

    Saiba quem é Dudu Borges, produtor musical que mudou a cara do sertanejo

    Produtor trabalhando em seu estúdio, localizado em São Paulo
    Foto: Reprodução / Instagram

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