Para participar da divulgação de Klaus, primeiro longa-metragem de animação da Netflix, Rodrigo Santoro – que dá voz ao personagem Jesper – teve que deixar a sua filha, Nina, de 2 anos, em casa. A pequena, que é fruto do relacionamento dele com a atriz Mel Fronckowiak, mudou a vida do ator. “Nós sempre conversamos com ela, como se fosse um adulto que está entendo tudo, porque eu acho que está. Então, explico: ‘olha, agora o papai vai viajar para trabalhar, mas depois ele vai voltar…’. E ela está assimilando”, explica Rodrigo.
Assim como a relação de Nina com os seus pais, Klaus – que é um filme direcionado não só para as crianças, mas para a família toda –, também se conecta com um público de uma maneira direta, mas sem perder o brilho. Afinal, a animação conta a história do surgimento do Natal.
Assista ao trailer oficial de Klaus, que já está disponível na íntegra na Netflix:
Estudante da Academia Postal, o protagonista Jesper enfrenta um problema ao chegar na ilha de Smeerensburg e notar que nenhum dos moradores tem o hábito de escrever cartas. Porém, o carpinteiro Klaus, dublado por Daniel Boaventura, e a professora Alva, que tem a voz de Fernanda Vasconcellos, são um sopro de esperança na vida de Jesper e de toda a cidade.
Juntos, eles aumentam o interesse das crianças pelos estudos e pelo desejo de sonhar, além de intensificarem a produção de brinquedos para os pequenos, que é conduzida pelo bom velhinho, Klaus. A direção é do co-criador de Meu Malvado Favorito, Sergio Pablos.
A amizade de Klaus e Jesper pode ser comparada a uma troca entre pai e filho, já que o carpinteiro faz com que o protagonista reflita sobre seus valores e motivações. Na vida real, Rodrigo revela quem foi seu grande conselheiro profissional: Paulo Autran. “O que mais me conectou a ele foi a forma como Paulo lidava com a profissão. O profissionalismo, a entrega e o respeito pelo trabalho e por todas as pessoas com quem ele trabalhava”.
Paternidade e família
Do mesmo jeito que Paulo Autran inspirou a trajetória profissional de Rodrigo, Nina também é uma fonte de aprendizado para ele. “Se tivesse que escrever uma carta nesse momento, seria uma mensagem de agradecimento à minha filha por tudo o que estou aprendendo e pelo presente que ela é na minha vida”, afirmou o ator.
O hábito da escrita na família é cultivado principalmente por Mel, que inclusive foi a última pessoa a quem Rodrigo mandou um bilhete. “A última carta que eu mandei foi para a minha esposa. Ela escreve lindamente e me reacendeu esse prazer pela escrita”, comentou.
Sobre a educação da pequena, o ator revelou que sempre busca entender a filha e incentiva sua liberdade de escolha, mas respeitando os limites para a segurança dela. “Claro que procuro conduzi-la pelos os caminhos que acredito que vão fazê-la sofrer o menos possível, apesar de ser algo inevitável, mas eu aprendo muito com ela”, disse Rodrigo. “A criança está descobrindo o mundo. Quando a gente vai ficando adulto, automatizamos a vida e perdemos muita coisa. É um brilho que estou redescobrindo com ela”.
O desejo de ter mais filhos está nos planos de Rodrigo e Mel. “A gente pensa, mas a Nina acabou de fazer dois anos. Então, estamos amadurecendo a ideia”, explicou o ator, que valoriza cada momento ao lado da família.
Santoro nunca passou o Natal longe dos familiares e nem fora do Brasil, quando isso quase aconteceu, o desespero foi grande. “Não me lembro de sentir uma agonia tão grande como no dia que uma gravação quase atrasou minha chegada ao Brasil no dia 24. Existem primos que eu só vejo no Natal. Existem pessoas com quem eu só consigo me reconectar no Natal. É um momento em que todo mundo se reencontra”, afirmou o ator.
Escolha dos personagens
Dificilmente você assistirá Rodrigo interpretando personagens semelhantes. Isso acontece por conta de uma busca dele, tanto na vida pessoal como profissional, pelo diferente. O jogador de futebol Heleno, Jesus Cristo e o ratinho Stuart Little são alguns dos trabalhos feitos pelo ator no cinema.
“Tenho um interesse e uma curiosidade por coisas mais distantes de mim, por isso talvez eu faça personagens diferenciadas, porque acho que é assim que eu aprendo”, apontou o ator. “Não é um processo tão consciente. Ele passa pelo meu instinto e o que sinto no momento que leio determinado material. A história precisa me tocar de alguma forma”, finaliza.
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