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Robert Downey Jr. fala sobre a paternidade e o seu novo filme

Estrela do drama 'O Juiz' fala sobre as horas que passa com o filho, Exton, 2 anos. Em novembro chega mais um...

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 00h53 - Publicado em 16 out 2014, 21h00
Charles Wilcox - Edição: Contigo!Online (/)
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Downey fala em entrevista que nada supera a alegria de passar horas com o filho, sem qualquer outro pensamento
Foto: Timothy Hiatt/Getty Images

Ele mantém o mesmo deboche adolescente de seu começo de carreira, mas com o adendo responsável da “segunda chance”, depois de mergulhar no vício das drogas e ficar encarcerado por um ano em uma prisão em Los Angeles. Não existe reviravolta mais bem-sucedida em Hollywood, incluindo a pessoal e a profissional, do que a de Robert Downey Jr., 49 anos. O tempo sorri tanto para o nova-iorquino que ele se deu ao luxo de fazer um pequeno grande filme longe de seu Homem de Ferro e Sherlock Holmes, O Juiz, com Robert Duvall, 83, que estreia na próxima quarta-feira (15). “Vejo o filme mais como uma reflexão sobre a dinâmica das famílias disfuncionais e o quão pesadas e complicadas as coisas podem ser”, explica Downey a CONTIGO!. Ele sabe muito bem disso, já que seu filho Indio, 20 (do casamento anterior com Deborah Falconer, 49), foi preso em junho por posse de cocaína e encaminhado em seguida para uma clínica de reabilitação. Para Downey, disfunção é problema de família. No filme, ele faz um poderoso advogado de Chicago, Hank, que volta ao lar para o funeral de sua mãe e acaba defendendo o pai (Duvall), magistrado de uma pequena cidade, num julgamento por assassinato. Mas, no fundo, o tema é a relação familiar. Casado com Susan Downey, 40, tem o filho Exton, de quase 3 anos, e aguarda a chegada de mais um para novembro.

Este é um momento importante de sua vida, com a segunda gravidez de Susan.
Sim, é um momento incrivelmente empolgante para nós dois. Fomos tão abençoados com a alegria de ter Exton em nossas vidas! Mal podemos esperar pelo começo de um novo capítulo em nossa família. É a pura alegria poder passar horas com o filho e não ter outro pensamento em seu cérebro a não ser estar totalmente empenhado e envolvido nessa experiência.

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Este é um filme sobre a relação de um pai e um filho. Que tipo de filho você é e existe alguma relação sua com Hank?
Acho que sim. Depende de que tipo de pai você é. A maioria das pessoas é obcecada consigo própria, e então eu acho que ter filhos te dá uma grande oportunidade de não ficar pensando em você mesmo o tempo todo.

Um filme como esse, sobre as dificuldades de relação entre pai e filho, se torna desconfortável quando comparado à sua realidade?
Sim. Eu poderia começar a chorar agora mesmo se fosse pensar profundamente sobre os paralelos e as memórias que o filme evoca para mim. Minha mulher disse que seria uma experiência importante e até terapêutica fazer esse filme. E ela estava certa. Como atores, frequentemente contamos com nosso subconsciente e com nossa bagagem psicológica para nos colocarmos dentro dos personagens.

Foi essa a razão de você e sua mulher, Susan, terem escolhido O Juiz como primeiro filme a ser produzido pela companhia de vocês?
Há várias razões. Era uma bonita história, uma história muito americana, um pouco antiga, como às daqueles filmes que nós crescemos assistindo. Ela me fez lembrar de O Veredito e Laços de Ternura, filmes que a gente costumava ver os estúdios fazendo nos anos 1970 e 1980. Histórias que tinham um impacto arrebatador e abriam espaço para personagens e emoções fortes, assim como bons argumentos.

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Robert Downey Jr. fala sobre a paternidade e o seu novo filme

O ator e a mulher, Susan, grávida de seu segundo filho, na pré-estreia do filme O Juiz, em Beverly Hills
Foto: Kevin Winter/Getty Images

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Sua família parece significar muito para você. Isso quer dizer que você passará menos tempo longe de casa, trabalhando em grandes filmes de ação como Homem de Ferro e Os Vingadores?
Não. O trabalho continua sendo muito importante para mim. Preciso me manter ocupado e não deixar a cabeça viajar muito quando não estou envolvido em um projeto. Sei, por minha experiência passada, que o trabalho é a melhor terapia para mim. Preciso dessa disciplina e gosto dela mais do que nunca. Nunca passei muito tempo longe de Susan e Exton e nada vai mudar isso no futuro. Também estou bastante animado para desenvolver nossos novos projetos e ter a chance de encontrar bons roteiros. E talvez, por extrema ironia do destino, encontrar um bom papel para mim (risos).

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É extraordinário pensar no sucesso que você teve como ator com as franquias de Sherlock Holmes e Homem de Ferro, quando muitas pessoas pareciam ter esquecido de você?
Ah, é sensacional. É sempre incrível ter a capacidade de alcançar mais do que você ou qualquer outra pessoa tenham imaginado. Mesmo quando você está mergulhado nas profundezas dos seus próprios erros, há sempre esperança. Sempre quis fazer algo extraordinário e deixar minha marca no mundo. Ainda sou impiedosamente ambicioso (risos)!

Tem-se falado que O Juiz é o tipo de filme que poderia muito bem estar na disputa pelo Oscar.
Eu espero que o público responda ao filme e que isso envie talvez um sinal à indústria de que as plateias estão buscando por esse tipo de história novamente. Penso que o filme é uma celebração às famílias, que é a base de tantas coisas na nossa vida. Todos os dias, depois do término das filmangens, eu voltava para casa rapidinho para passar mais tempo com o Exton. Pegá-lo nos braços e embalá-lo para dormir… Esse foi o efeito que o filme teve em mim.

Você terminou as filmagens sentindo algum tipo de remorso pelas diferenças entre seu pai e você no passado?
Há tantas coisas que podem causar a separação nas famílias, quando irmãos param de se falar ou filhos e filhas não conseguem mais se conectar com seus pais. É uma tragédia terrível o fato de as famílias não encontrarem amor e tolerância suficientes para se manterem unidas.

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Seu talento para a oratória parece ser bem útil ao interpretar um advogado…
(Risos) Esse é o meu lado divertido. Advogados têm de fazer uma ginástica verbal para defender seu ponto de vista e convencer um júri. É uma daquelas profissões em que sua habilidade de construir argumentos e apresentá-los com eloquência e paixão pode fazer diferença para a culpa ou para a inocência de um homem. É um assunto muito sério, se você pensar bem.

Fazer O Juiz foi uma mudança agradável de ambiente depois de sua extensa jornada como Tony Stark?
Foi bom dar uma folga a meu trabalho mais visivelmente capitalista. Às vezes você tem de voltar a um tipo mais profundo de drama e a temas mais realistas para se revigorar. Sei que faço parte dessa outra máquina e tenho gostado de ser um bom funcionário e ter Tony Stark ocupando um lugar estratégico na minha carreira. Mas ainda quero fazer outros tipos de histórias e ser o mais apaixonado e criativo que puder no meu trabalho.

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