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Príncipe George frequenta a escola montessoriana. Saiba como funciona esse método.

E não era de se surpreender que – assim como qualquer peça de roupa que a celebridade de apenas 3 anos usa — a vertente pedagógica também tenha se tornado sensação entre as famílias britânicas

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 14h53 - Publicado em 25 ago 2016, 00h38
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A notícia de que o pequeno George, filho do Príncipe William e Kate Middleton, está estudando na escola britânica Westacre Montessori, que prioriza um método específico de ensino, chamou a atenção do mundo este ano. E não era de se surpreender que, assim como qualquer peça de roupa que a celebridade de apenas 3 anos usa — a vertente pedagógica também tenha se tornado sensação entre as famílias. As matrículas nestas instituições britânicas apresentaram um crescimento de 65%, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Maria Montessori de Londres.

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Criada no início do século XX por uma das primeiras médicas da Itália, a técnica foi encabeçada por Maria Montessori para atender crianças com necessidades especiais que não poderiam deixar seus leitos hospitalares. Foi com um sensível olhar direcionado sempre às minorias, que a italiana viu o potencial dos pequenos e passou a incentivá-los com atividades educativas – sempre respeitando as limitações pessoais e a evolução do processo de desenvolvimento natural de cada um.

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A supervisora de assessoria pedagógica da SOMOS Educação e professora-mestre em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Tatiana Pita, explica: “Podemos definí-lo como método porque há descrito, minuciosamente, o passo a passo da rotina de aprendizagem. Neste caso, os alunos escolhem, com orientação da professora, as tarefas que deverão cumprir, ou seja, cada um tem o seu roteiro e que é de responsabilidade individual. Outro aspecto interessante é o estímulo para que as crianças tenham um contato constante com a natureza, para que assimilem desde cedo a importância de cuidar do meio à sua volta.”

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Acredita-se que a decisão pela escolha da escola tenha sido influência da mãe de Harry e William, Diana de Gales, que antes de fazer parte da Família Real, trabalhou em uma das creches londrinas Montessori. Os dois, quando pequenos, também estudaram em uma escola que seguia o método. Uma das maiores qualidades de Lady Di era colocar-se no lugar dos outros – valor transmitido aos filhos desde pequenos. No ano de 1987, a Princesa de Gales visitou o Brasil para ver de perto a situação das crianças órfãs de pais soropositivos, quando a doença ainda era muito mais estigmatizada do que hoje.

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Mas, como qualquer segmento da pedagogia, o método Montessori tem seus prós e contras, conforme conta Tatiana: “É indicado àqueles que possuem um ritmo de aprendizagem diferente dos demais. Mas, no caso específico do nosso país, os conflitos com a base curricular brasileira começam a surgir no Ensino Fundamental. Acredito que seja uma didática um pouco fechada, por não estimular tanto a imaginação e o trabalho em equipe. O material didático é pensado de modo à favorecer o desenvolvimento da coordenação motora e do raciocínio lógico, por isso são utilizados brinquedos de madeira, encartes e fichas.”

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Há apenas 41 instituições brasileiras que seguem a linhagem italiana, segundo dados divulgados pela Organização Montessori do Brasil. O embate é claro: o modelo poderia se encaixar perfeitamente em um país de cultura completamente diferente da Itália, mais de cem anos após a sua invenção?

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“Por ter sido criado em um momento completamente distinto do que vivemos hoje, a saída é se adaptar. Num mundo em que é cobrado dos estudantes mais do que a simples reprodução – a interpretação criativa das informações, não podemos enveredar por apenas um caminho. Mas qualquer que seja a vertente a qual pertence, a instituição é responsável por estimular valores como a proatividade, necessidade de fazer escolhas e de trabalhar em equipe; além de noções de ética, cidadania e respeito às diferenças culturais e individuais”, pontua Tatiana. 

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A pedagoga ainda deixa um recado para os papais de primeira-viagem: “Escolher a escola dos filhos não pode ser algo influenciado somente porque alguns astros optaram por determinado sistema. Alguns ambientes têm outras concepções de vida, natureza e conhecimento, fatores que podem prejudicar o aprendizado das crianças. Por isso é preciso muito cuidado para tomar essa decisão – procurar saber as limitações dos pequenos, como se trabalha e é organizado o aprendizado na instituição. Escolha sempre por engajamento familiar e nunca por modismo ou pelo que ‘está em alta'”. 

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