Por que não dá para enjoar do show do Paul McCartney?
Pelo quarto ano seguido, ex-Beatle traz sua turnê mundial ao Brasil
Paul McCartney se apresentou em Belo Horizonte neste sábado (4)
Foto: Marcos Hermes/Divulgação
De 2010 até a noite deste sábado (4) vi seis shows do Paul McCartney em quatro capitais diferentes do Brasil: Porto Alegre, São Paulo, Recife e Belo Horizonte. Sempre que ele anuncia sua vinda ao nosso país o efeito é sempre o mesmo: muita ansiedade pela confirmação das datas e aquela pergunta, “será que vou?”.
Confesso que pensei em não assistir ao show de Belo Horizonte, estreia de Macca em Minas Gerais e de sua nova turnê mundial, “Out There!”, mas acabei convencido pela pressão de amigos igualmente fanáticos. Assim que fechei a viagem muita gente me questionou: “Mas de novo, você não cansa, não?”. Não, não canso. E o prêmio pela devoção ao veio no setlist dessa apresentação no estádio do Mineirão.
Paul presenteou os mineiros, que até criaram a campanha online Vem Falar Uai, Paul, com cinco músicas dos Beatles que NUNCA haviam sido tocadas ao vivo: “Eight Days a Week” (que abriu o show), “Your Mother Should Know”, “All Together Now”, “Being for the Benefit of Mr Kite!” (originalmente cantada por John Lennon) e “Lovely Rita”. Para quem estava vendo o ex-Beatle pela primeira vez isso pouco importava, mas o impacto dessas músicas em quem, como eu, segue Paul McCartney por onde ele toca foi quase o mesmo de vê-lo pela primeira vez.
Eu podia acabar esse texto aqui, já que o parágrafo anterior responde a pergunta do título, mas não é só isso que faz os shows do ex-Beatle inesquecíveis e únicos.
A reação do público, o encontro de gerações, ver pessoas chorando ao ver o estádio todo iluminado em “Let It Be”, o mar de cartazes em “Hey Jude” (cada cidade tem sua maneira de fazê-lo), as explosões em “Live and Let Die”, são todos motivos que fazem valer a pena qualquer viagem e esquecer por um momento dos problemas da vida. Afinal, estamos falando de um ex-Beatle, do cara que ao lado de John Lennon, George Harrison e Ringo Starr, ajudou a criar a cultura pop e mudou a história da música mundial. Motivo suficiente para reverenciá-lo, não?
Já vi outros artistas que possuem os mesmos fãs fanáticos de Paul, alguns até que se dizem reis no que fazem, mas nenhum deles consegue surpreender ou ao mesmo transparecer a alegria de estar no palco (mesmo não precisando) como Paul McCartney. Que toca três horas sem parar como se fosse um artista em começo de carreira. E poder testemunhar isso não tem preço. Volte sempre, Paul!
Este é o quarto ano seguido que o ex-Beatle traz sua turnê para o Brasil
Foto: Marcos Hermes/Divulgação