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Longe da fama: onde Ana Paula Arósio esteve após última novela, em 2010

A atriz contou sobre sua rotina afastada da TV em entrevista a CLAUDIA, em 2015; agora, ela volta a causar comoção ao aparecer em comercial

Por Da Redação
Atualizado em 1 set 2020, 00h29 - Publicado em 30 ago 2020, 14h35
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  • Na semana passada, repercutiu a reaparição de Ana Paula Arósio, 45 anos, no comercial de um banco, fazendo piada com o fato de ter ficado reclusa nos últimos anos, sem aparecer para o público na TV, cinema ou nas redes sociais. Em novembro de 2015, já sumida há alguns anos, a atriz deixou brevemente a vida longe dos holofotes para lançar um filme e ser capa de CLAUDIA. Em entrevista, ela contou como é a rotina fora do Brasil e distante da fama. Lembramos abaixo a conversa dela com Isabella D’Ercole, atualmente redatora-chefe de CLAUDIA. 

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    Em 2015, Ana Paula Arósio saiu de sua espécie de retiro e contou sobre sua rotina a CLAUDIA (Maurício Nahas/Divulgação)

    Depois de dois anos radicada na Inglaterra, onde cuida da horta, cozinha o que planta e prepara o jantar com o marido, com quem divide a paixão por cavalos, Ana Paula Arósio faz uma rápida pausa para o trabalho – em frente às câmeras. Ela lança neste mês o filme A Floresta Que Se Move. Nesta entrevista, a atriz conta como é feliz longe dos holofotes, mas que por um bom papel sempre pode voltar

    Caía uma tempestade quando Ana Paula chegou ao estúdio, em São Paulo, para as fotos da capa. A sessão, que seria feita ao ar livre, foi transferida às pressas quando o tempo fechou. A atriz não se abalou. De calça jeans preta, tênis e chapéu, se disse acostumada com o clima, já que há dois anos mora com o marido, o arquiteto e cavaleiro Henrique Pinheiro, em uma pequena cidade da Inglaterra: “São 300 dias de chuva por ano. Quando canso do frio, corro para cá”, conta. Em geral, são escapadas rápidas, sem direito a muitos flashes. A participação mais recente de Ana Paula na televisão brasileira foi na minissérie Na Forma da Lei, em 2010. Depois, ela fez trabalhos pontuais no cinema.

    Já na capa de CLAUDIA, a atriz apareceu pela última vez em abril de 2004. Aos 28 anos, ela então se dividia entre a minissérie Um Só Coração e a criação de cavalos em seu sítio, no interior de São Paulo. Na época, fazer cinema era seu maior desejo, e casamento não estava nos planos. A Ana Paula de hoje tem pouco em comum com aquela. Aos 40 anos, ela se declara mais segura e tranquila: “Encuco menos com as coisas”. Longe da TV, escolhe a dedo os projetos cinematográficos dos quais quer participar, como o lançamento deste mês, A Floresta Que Se Move. Dirigido por Vinícius Coimbra, o longa faz uma releitura de Macbeth, de Shakespeare. Na trama, Elias (vivido por Gabriel Braga Nunes) é o vice-presidente de um banco que, tomado pela soberba, acaba cometendo uma série de crimes. Ana Paula é Clara, a esposa que incentiva as loucuras do protagonista até que elas fogem ao controle. Na entrevista a seguir, a paulistana fala do filme, da rotina em outro país e de planos com o marido.

    Como foi chegar aos 40?
    Sou bem mais feliz agora. Muito do que me tirava do sério antigamente hoje não me incomoda mais. Morar fora também exige flexibilidade.

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    Por que resolveu se mudar para a Inglaterra?
    Sempre gostamos da ideia, e o Gordo (como chama o marido) precisava passar uma temporada por lá para poder competir com os melhores do mundo no hipismo. Aqui acontece uma prova por mês; na nossa região são cinco por semana. Esse período garantiu o preparo necessário para ele e a égua entrarem nas competições de alto nível.

    A previsão é ficar por lá?
    Ainda não sabemos. Nos Jogos Panamericanos deste ano, o Henrique ganhou medalha de prata em sua modalidade, Curso Completo de Equitação, que é um tipo de triatlo, com provas de adestramento, cross country e salto. Estamos lutando agora por uma vaga na Olimpíada do Rio. Se ele conseguir, ficaremos no Brasil por um tempo.

    Você também compete?
    Já participei de algumas provas, mas hoje treino em outra categoria, a dressage. É o balé dos cavalos, o adestramento. Eu costumava treinar o mesmo que ele, mas caía mais do que devia. Não sei se é um elogio, mas dizem que sou boa em cair. Só que cansei.

    Qual é a sua rotina?
    Moramos em um município com 400 e poucos habitantes a uma hora de trem de Londres. Então temos a vida de cidade pequena: acordamos e fazemos ginástica juntos, com um personal trainer marombeiro que dá uns exercícios bem doidos. Também pratico pilates há cinco anos. Depois vamos para os respectivos treinos e, no fim da tarde, nos encontramos em casa para jantar.

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    Vocês cozinham?
    Como temos uma horta em casa, comemos o que plantamos. Além disso, costumamos ir a boas feiras de produtos orgânicos. Eu mesma cozinho. Sou boa de forno, e o Gordo precisa comer muita carne. Então, faço assados com salada. Fugimos de processados, assim como de muito açúcar e sal. Fui vegetariana por anos, mas não sou mais.

    O que houve?
    Estava sempre anêmica; minha médica queria me dar injeções de ferro. Se você quiser me convencer a fazer algo, é só me ameaçar com uma injeção. Odeio agulhas.

    Como foi a preparação para o filme?
    Intensa. Eu estava cheia de teia de aranha, pois não trabalhava havia muito tempo. Pegar um personagem denso de cara era um desafio. Tive ajuda da Rossela Terranova (preparadora de elenco da Globo) e fiz um trabalho com o Gabriel para que o casal tivesse unidade.

    Vocês atuaram juntos no longa Anita Garibaldi (2013). A química no set é boa?
    A gente tem bastante cumplicidade. Ele é um ator incrível: se joga e, ao mesmo tempo, guarda um pedacinho de si próprio. Às vezes, estamos no meio da cena e vejo no fundo dos olhos dele que está rindo internamente.

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    Você prefere fazer cinema?
    Gosto da coisa artesanal do cinema. Na TV, a cena tem que ir ao ar aconteça o que for. No cinema, não. Se apagar uma luz, para tudo e começa de novo. Mas isso é gostoso, você percebe que o câmera, o iluminador, todos estão respirando com você em cena.

    Sente falta da televisão?
    Não muito. Na verdade, não penso em voltar para um veículo ou outro. O papel tem que me interessar. Se for bacana, com gente legal, que dê tesão, volto para a TV ou teatro daqui ou da China.

    Você se afastou porque a fama chegou ao seu limite ou porque os projetos não a encantavam mais?
    As duas coisas, mas com a fama você aprende a lidar ao longo da vida.

    Ter começado como modelo aos 12 anos fez você se sentir saturada mais cedo?
    Desde menina eu queria parar de trabalhar cedo para curtir a vida. É comum ouvir: “Quando eu me aposentar, vou…”, mas aí a pessoa está cardíaca, diabética, não consegue andar e gasta todo o dinheiro que juntou com hospital. Quis gastar comigo antes disso.

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    Você sempre protegeu sua privacidade. É por isso que não tem conta em redes sociais? Ou tem uma secreta só para os amigos?
    Não tenho mesmo! Às vezes, me dá uma vontadezinha de publicar as fotos para a galera ver, mas nunca fui muito digital. Falta tempo até para eu abrir e-mail, imagina se tivesse que administrar 5 mil amigos? É muita gente. O Gordo é superdigital. Ele vive no WhatsApp. Tem horas que digo: “Oi, fala comigo, estou com saudades!” Com meus amigos, eu troco e-mail, ligo… Não chega a cartão-postal e telegrama! Mas isso que estamos vivendo é demais para mim. Tenho a impressão de que as pessoas nem se olham mais.

    Você acompanha as notícias do Brasil?
    Não muito. Não vejo jornal. Em casa, fiquei sem TV por anos. Agora, assisto bastante a um canal de culinária e a programas sobre cavaleiros e competições. À tarde, começa aquele friozinho, aí ficamos lendo debaixo do cobertor.

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