Andei reclamando, desanimada e desinteressada pela programação da TV em geral, particularmente das novelas. Mas cometi uma injustiça e quero me penitenciar! Como não elogiar um trabalho tão digno quanto Sete Vidas? Lícia Manzo, autora da novela das 18h da Globo, é dona de todo meu respeito e admiração. Já gostava muito dela por causa de outra trama de sua autoria, A Vida da Gente, em que Fernanda Vasconcellos passou em coma quase toda a história. Profissional altamente criativa, Lícia não cai na mesmice do manjado vilão ou vilã, seus personagens são absolutamente reais. Aqui e ali há uma pitada de fantasia, afinal é uma novela. Seus personagens são vivos, como os vizinhos da gente, como a família!
Cada núcleo representa um segmento da sociedade. E o andamento dos erros e acertos ensina verdadeiras lições! Um elenco que me encanta, todos absolutamente afinados, todos com um recado a ser dado. Da mãe do adolescente aos jovens buscando seu caminho; do amor entre o casal maduro a um tema novíssimo, o pai doador, aquele que não conhece a pessoa a quem doou metade da vida.
É uma novela que faz pensar no admirável mundo novo. Com o destaque para Ângelo Antônio, simplesmente encantador como Vicente. E aqui uma pitadinha de saliência: Domingos Montagner. De onde saiu esse homem? Me faz lembrar dos homens do meu tempo. Ave Maria! Estou velha, mas não estou morta.
Esse texto representa a opinião da colunista e não necessariamente reflete a opinião da revista ANAMARIA