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O autoritário e charmoso protagonista de Antonio Fagundes

O ator, que interpreta Juvenal em Duas Caras, comenta sobre a novela e torce pela continuação de Carga Pesada

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 13h01 - Publicado em 26 out 2008, 21h00
Aline Salcedo (de Contigo!) (/)
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O ator considera que Juvenal tem 
características de herói épico
Foto: João Miguel Jr.

Antonio Fagundes tem 58 anos de vida, 42 de carreira e uma galeria de personagens inesquecíveis no teatro, cinema e televisão. E agora, em Duas Caras, de Aguinaldo Silva, o ator presenteia o público com outro tipo antológico: o polêmico Juvenal Antena. Confira, na entrevista abaixo, como esse eterno galã analisa seu novo trabalho.

Você está gostando de Duas Caras?
Gosto muito. É uma novela diferente. Mas acho uma pena essa tendência, que já acontece de uns 15 anos para cá, de não ter um núcleo central, e sim diversos núcleos, com todas as histórias transitando entre eles. Nosso público, e o do mundo inteiro, é muito conservador e demora um tempo para assimilar essas novidades. Algumas coisas ainda são confusas. Há muitos protagonistas e o povo ainda quer saber para quem vai torcer. Mas alguém tem que começar a mudar e estão fazendo isso. Não sei se será para melhor ou pior…

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Como analisa a personalidade polêmica do Juvenal Antena, às vezes ríspido demais, mas sempre tão carismático?
Ele tem características muito fortes de um herói épico. O herói grego sempre pecou por ter uma coisa em excesso, que a gente chama de falha trágica. Digamos que a falha trágica do Juvenal é o autoritarismo. Ele faz tudo, resolve tudo e, de uma certa forma, nesta obra específica, tem funcionado. A comunidade que ele gere desse jeito deu certo, não tem tráfico, não tem milícia, não tem roubo, vive-se em paz, as pessoas trabalham, têm transporte… Ele fica lá, dá conselho, é um juiz. Não é à toa que eu comecei a brincar usando o “justamente”, porque tem a ver com o personagem. Ele tem um senso de justiça. Mas a justiça é dele, as regras são dele. Talvez ele tenha até abertura para seguir outros caminhos. Mas, aí, vai depender do Aguinaldo. Em princípio, ele é positivo, com essa falha trágica que é o excesso de centralidade.

Você se diverte com ele?
Eu me divirto porque ele tem um senso de humor muito bom. Aguinaldo imprimiu isso desde o começo. Não sei nem se Aguinaldo queria que fosse tanto, mas sou capaz de descobrir no Juvenal, em qualquer momento, esse humor aflorando. O que faz dele um personagem carismático. Ele é capaz de rir da própria desgraça, nos momentos mais complicados. E, apesar de ele ser bronco, violento, autoritário, faz isso com humor. As pessoas acabam dando um sorriso no fim.

Juvenal tem alguma coisa a ver com o Antonio? Você disse até que odeia a tatuagem, o bigode…
Eu? Nada. Aliás, quero fazer uma correção: a tatuagem e o bigode foram idéias minhas. Quando falei que estava odiando o bigode foi porque, no início, usava um postiço e tenho alergia a isso. Fiquei em carne viva, aquele verniz, aqueles pêlos, era uma coisa horrível. Já usei bigode muitas vezes, não tenho o menor problema. E sempre brinquei que minha vaidade é a vaidade do personagem.

Mas é verdade que você não assiste à novela?
Não dá tempo, porque estou gravando e sou “analfabyte”. Não mexo em botão de jeito nenhum. É um problema grave que tenho, talvez uma certa resistência cultural, não quero entrar nessa, tem um monte de coisas do século passado que ainda não consegui fazer e não estou precisando, por enquanto. Não sabia nem como gravar a novela. Agora me ensinaram: “aperta esse botão, programa…” Então, Duas Caras talvez seja a que mais tenha assistido na vida. Chegava a ser, às vezes, até meio indelicado, porque encontrava com um colega e perguntava: “E, aí, o que você está fazendo?” Respondia: “A das 8, a mesma que você”.

Costuma conversar com o autor?
Adoro! Mas não quando estou fazendo um trabalho dele. Benedito Ruy Barbosa, por exemplo, é um amigo, me ligava todos os dias. Fiz quatro novelas dele: Renascer, O Rei do Gado, Terra Nostra e um pouco de Esperança. A gente se falava todo dia. Já sabia que, depois do almoço, ele ia me ligar e ficávamos uma hora ao telefone. Com Gilberto (Braga), conversei muito quando fiz as novelas dele. Agora, o Aguinaldo não gosta, ele se isola, e eu respeito.

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O que você acha da polêmica em torno do Aguinaldo?
É divertido. Este blog dele está botando todo mundo louco. Sou “analfabyte”, mas tenho amigos que são internautas e me contam. É divertido, mas não sei como consegue, porque tem uma novela para escrever. Tenho a maior admiração por ele.

E Carga Pesada, vai continuar?
Há controvérsias. Mas as controvérsias estão se encaminhando mais para a continuação. Coisa de grade da Globo, mas não tem por que não continuar. É um seriado que dava, no mínimo, 20 pontos de audiência na sexta-feira, das 23 h à meia-noite. Nós chegamos a dar 30 pontos de Ibope. Para você ter uma idéia, a novela das 7 está dando 19. Ah, dizem que já está no ar há muito tempo (cinco anos), precisa renovar…Você renova uma coisa quando ela está ruim, ultrapassada, mas se ela está funcionando… É como A Grande Família, que é perfeita, impecável

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