Se você era jovem nos anos 1980, ou tem uma quedinha por filme antigos, difícil não se lembrar do rosto de Molly Ringwald. A atriz de 49 estrelou diversos filmes de sucesso na época, como Clube dos Cinco e Gatinhas e Gatões, mas, nesta quarta-feira (18), ela revelou que não foi fácil ser uma jovem atriz nos bastidores de Hollywood.
Após o produtor Harvey Weinstein ser denunciado por diversas atrizes, Molly escreveu para a revista The New Yorker sobre ele não ser o único homem poderoso que abusa das atrizes no cinema norte-americano. No texto Todos os outros Harvey Weisteins, ela conta que foi beijada a força por um diretor aos 14 anos, além de ter sofrido outros abusos.
“Quando eu tinha 13 anos, um membro da equipe de 50 anos me disse que ele iria me ensinar a dançar, e então se impulsionou contra mim com uma ereção. Quando eu tinha 14 anos, um diretor de cinema casado enfiou a língua na minha boca no set. Num momento em que eu estava tentando descobrir o que significava tornar-se uma jovem mulher sexualmente viável, a cada momento, um cara mais velho tentava ajudar a acelerar o processo. E tudo isso aconteceu apesar de ter pais muito protetores que fizeram o melhor para cuidar de mim. Eu estremeço quando penso o que teria acontecido se eu não tivesse tido eles”, escreveu.
Molly também revela que largou Hollywood e se mudou para Paris após ser constrangida em uma audição. O diretor pediu para o ator que contracenava com ela colocar uma coleira de cachorro na atriz, sendo que isso não constava no roteiro.
“Nunca falei sobre essas coisas publicamente porque, como mulher, sempre senti como se estivesse falando sobre o clima. Histórias como essas nunca foram levadas a sério. As mulheres são envergonhadas, dizem que são tensas, desagradáveis, amargas, não podem brincar, são muito sensíveis. E os homens? Bem, se tiverem sorte, podem ser eleitos presidente”, escreveu.