Em sua primeira aparição, desde que a biografia “Finding Freedom” foi lançada, Meghan Markle não poupou a imprensa de críticas e lamentou ter voltado para os Estados Unidos e testemunhar tempos tão tumultuados. Meghan foi entrevistada por Emily Ramshaw, diretora do evento The 19th Represents 2020 Virtual Summit. Segundo ela, a opinião que tinha da imprensa em geral mudou nos últimos dois anos.
“O que é fascinante, pelo menos na minha visão e experiência pessoal nos últimos dois anos, é que a manchete – e apenas a manchete – o clickbait (título chamativo) faz a história”, disse. “Faz parte de como vemos o mundo e como interagimos com as outras pessoas”, explicou.
“Tem tanta toxicidade lá fora no que se refere a isso, eu e meu marido falamos sempre que essa economia da atenção é o que vende agora”, seguiu. “Se você quer chamar a atenção de alguém, você escolhe a mentira contra o que é verdade”, desabafou. “Eu acredito que quando a gente voltar ao lugar onde o que você está criando é importante, onde as pessoas falam a verdade nas suas matérias e contam as coisas sob uma ótica de compaixão e empatia, vai ajudar a unir as pessoas”, opinou. “Vai ajudar a construir uma comunidade. No momento estamos desconectados, deveríamos ter mais conexão”, sugeriu a atriz.
Com roupas mais informais e cabelos soltos, Meghan seguiu criticando a imprensa. “Estamos questionando mais sobre o que acreditamos e como conseguimos nos informar também”, disse. “Você quer confiar no jornalismo. Você quer acreditar no que está lendo e esperar que seja verdade. Se isso pudesse ser um catalisador para mudar outras empresas de notícia, meu Deus, mudaria muito o jogo”, sugere.
Falando sobre as eleições nos Estados Unidos, Meghan lembrou que seu marido, que é parte de uma monarquia, nunca votou. “Ele nunca pôde votar e o direito de votar não é um privilégio, é um Direito”, ela disse. Meghan falou também sobre como foi voltar para os Estados Unidos no momento em que o movimento #blacklivesmatter ganhou força. “Estava afastada por tantos anos, não morava aqui há dez anos, vivi no Canadá por sete anos por causa do trabalho. Foi um período muito longo longe”, ela admite. “Voltar e ver como estão as coisas é devastador. Muito triste ver como o país está no momento. Se há algo positivo é que depois do assassinato do George Floyd e dos protestos pacíficos que vimos, muitas vozes começaram a falar”, ela analisou. “Mudou de tristeza para inspiração e consigo ver a maré mudando. Infelizmente as vozes mais altas são as negativas, mas as mudanças estão acontecendo e eu espero fazer parte do movimento, usar a minha voz de uma maneira que não me foi permitido recentemente”, declarou. “Por isso é bom estar em casa”, concluiu.