Mayana Neiva: “Ser atriz me torna uma pessoa melhor”
Mayana Neiva revela que a Charlene, de Sangue Bom, a está fazendo enxergar a vida com outros olhos
Mayana Neiva vive Charlene em Sangue Bom
Foto: Divulgação/TV Globo
Depois de dar vida à misteriosa Elisa, de Amor Eterno Amor, Mayana Neiva comemora a oportunidade de voltar às telinhas como Charlene, em Sangue Bom. Indecisa por natureza, a paraibana garante ter aprendido bastante com a objetividade da personagem para encarar a vida. Inclusive em relação a assuntos amorosos. Romântica à moda antiga, a atriz, de 30 anos, acha difícil agir com tamanha naturalidade em relação à amizade colorida entre a personagem e Bento (Marco Pigossi) no início da trama. Solteira, ela sonha em encontrar o amor verdadeiro, como acontece atualmente com Charlene e Wilson (Marco Ricca). A caracterização também é algo que a encanta. Apaixonada por tatuagens, a morena curte cada traço de henna feito em seu corpo. Tanto que não descarta fazer uma definitiva.
Depois de uma personagem meio mística, como a Elisa de Amor Eterno Amor, como foi voltar à telinha com um papel tão diferente?
Foi muito legal! É uma mudança de energia bacana. Elisa era falsa, dissimulada, e Charlene é praticamente a voz da verdade, segundo a própria Maria Adelaide Amaral (autora). Charlene é uma personagem de várias histórias. No começo, teve um envolvimento com o Bento e um passado com o Lucindo (Joaquim Lopes). Aliás, eu me divirto muito fazendo cenas com o Joaquim. Ele é muito figura, um ator maravilhoso! O Pigossi também é… E agora rolou esse amor mais calmo pelo Wilson. Charlene é muito decidida, aprendo o tempo todo com ela.
Por quê? Você não se considera tão decidida quanto ela?
Quem me dera! Ela chega e fala na lata! É decidida e objetiva. Charlene divide a vida de uma forma muito prática. Ela é engraçada, tem um humor gostoso. Outra coisa que gosto muito na Charlene é o dado da moda. Como maquiadora, a personagem traz um olhar muito substancial.
Mayana em cena com Marco Pigossi na novela Sangue Bom
Foto: Divulgação/TV Globo
Como você analisa o relacionamento moderno dela com o Bento?
Eles são melhores amigos que têm uma atração maior. Tiveram noites juntos e um fogo entre eles. Foi uma amizade colorida. Mas eles são muito bem resolvidos. Acho até que a situação é para tratar das relações modernas. Hoje em dia todas as relações têm um rótulo. Até você chegar a uma concreta, vai passando por muitas situações líquidas.
Mas sua maneira de ser se enquadra neste perfil mais moderno?
Difícil falar, mas acho que eu ainda seja à moda antiga. Eu gosto do romantismo, do encontro, de esperar pelo romance. Adoraria ser bem mais decidida. Acredito que existem essas relações na vida real, principalmente quando se está solteira. Você se envolve, mas não é um amor.
Um dos ganchos centrais de Sangue Bom são as ONGs. Já tinha tido contato com alguma?
Procurei a Casa do Câncer lá de São Paulo, da qual sou madrinha e onde faço o Natal. Queria fazer uma vivência mesmo. Tenho crianças adotadas na história da minha vida. Mas o louco é visitar um orfanato mesmo e entender como tudo funciona.
Vanessa Rozan, a maquiadora na qual Mayana se inspirou para seu papel na novela
Foto: Divulgação
Você se inspirou em algum maquiador para dar vida a Charlene?
Ela é toda inspirada na Vanessa Rozan. Percebi que as maquiadoras de São Paulo têm um traço, que é um dado de modernidade: uma franjinha, uma tatuagem, uma coisa que é bem presente em todas elas… É uma personagem bem diferente. Ah! Para incrementar na caracterização resolvi colocar um piercing na orelha também. Acho que ficou bom…
Em Sangue Bom, Charlene usa tatuagem de henna. Nunca ficou tentada a fazer uma de verdade?
Sempre quis fazer uma tatuagem, mas estava esperando a chance (risos). O ator precisa se transformar. Não tenho nada contra quem tem, sonho em fazer uma algum dia. Mas, por outro lado, gosto de me entregar à personagem. Ter a minha pele livre para me transformar no que for necessário. É complicado!
Voltando ao relacionamento dela com o Bento… Você já teve alguma amizade colorida?
Acho que todo mundo já teve. Na verdade, o fato é que a gente está em busca mesmo de um amor verdadeiro, que, em algum momento, vai encontrar. Neste percurso sempre encontramos os “errados” pelo caminho. É tudo muito moderno mesmo (risos).
Moderno demais para você?
Talvez (risos).
Você disse que está aprendendo muito com ela. Vai levar o jeito de ser da Charlene para a sua vida?
Sim. Acho que nossos personagens fazem a gente aprender e crescer. Por isso, ser atriz me torna uma pessoa melhor. Sempre faço um exercício de ser humano diferente do que eu sou. E aprendo também a não julgar. Isso foi muito bom. Já fiz a vilã, a assassina, a mocinha… E você é todas essas pessoas. E sou apaixonada pelo ser humano. O prazer que sinto é defender cada ponto de vista diferente que vivencio com o trabalho. Isso me emociona. Amo o que faço!