Na segunda fase, a protagonista encontra
seu ex-marido e o disputa com Sílvia
Foto: RAFAEL FRANÇA
Depois de derramar rios de lágrimas, no ano passado, em Páginas da Vida, Marjorie Estiano volta à TV, em Duas Caras, novamente aos prantos. O motivo é o salafrário Adalberto/Ferraço (Dalton Vigh), que roubou sua ingênua personagem e a abandonou grávida. Desta vez, Marjorie vem como protagonista. Aos 25 anos, a paranaense Marjorie Dias de Oliveira não tem medo de se jogar de cabeça e procura não pensar muito no que os outros dizem. Embora ainda siga a linha heroína de folhetim na segunda fase, Maria Paula vai ficar mais aguerrida. Cuidará do filho sozinha e, depois de dez anos, reencontrará o ex-marido e o disputará com Sílvia (Alinne Moraes). Marjorie acha que a tendência é que sua personagem, depois de muito penar, termine os dias com o bondoso Claudius (Caco Ciocler). Na vida real, o amor vai bem, obrigada: ela namora o músico e produtor André Aquino. E busca tempo para continuar fazendo shows de lançamento do seu segundo CD, Amores, Flores e Blablablá. Ah, mais uma coisa: a atriz não tem nada de chorosa nem de sofrida. Marjorie é a simpatia em pessoa e não economiza sorrisos.
Como é viver uma personagem complexa como a Maria Paula?
Tudo o que faço é uma experiência a mais e sinto a evolução do meu trabalho como atriz. Ainda não domino a televisão, mas já me acho parte disso tudo.
Você vem de uma heroína sofrida, a Marina de Páginas da Vida. Agora, encara outra…
Tenho chorado muito! (risos). Pelo menos no início da novela, ela chora o tempo todo. E ainda estou tentando dominar essa técnica, encontrar o tom certo…
Você acha que ainda existem adolescentes como ela?
Aguinaldo (Silva, autor de Duas Caras) escreveu Maria Paula com um fundo fictício e de realidade. Espero que esteja passando isso.
Maria Paula tem algo da Marjorie?
Fazer a Maria Paula na primeira fase de Duas Caras foi mais difícil, porque ela era muito romântica, sonhadora e até um pouco alienada. Nisso, ela é diferente de mim. Mas, como atriz, tenho que passar a verdade da personagem.
E a segunda fase da trama?
Ela vai mudar o visual, fica mais fria, mais sóbria. Amadurece da maneira mais difícil. Passa por muitas dificuldades. É bem legal para mim, como atriz.
Prefere mocinhas ou vilãs?
Considero Maria Paula a minha primeira mocinha mesmo. É muito interessante fazê-la, claro. Só que os vilões permitem ultrapassar mais, são sempre empreendedores, fazem as coisas acontecer. Acho que são mais divertidos, mas as mocinhas também têm lá os seus encantos.
Há muitas cobranças por ser protagonista com tão pouca experiência em televisão?
Sei que tem um peso maior ser protagonista. Novela das 8, principal produto da casa… Mas procuro não pensar nisso… Não sei se estou preparada, mas ando sempre disposta, disponível para o trabalho. Antes eu via de fora o que acontece com os protagonistas e pensava: “Só quero fazer meu trabalho em paz”. Não estava nos meus planos, mas Maria Paula é uma personagem superinteressante, independente de ser o principal papel feminino de Duas Caras.
E você? Se cobra muito?
Sou muito crítica mesmo! (risos) Atormento os diretores, quero ver como ficaram as cenas… Mas, nesta novela, ainda não consegui isso (risos). Quando termino de gravar uma cena, já preciso ir para outra.
Agora, Maria Paula vai querer se vingar do ex-marido bandido…
Se vingar, propriamente, acho que não. Ela quer seu dinheiro de volta e vai correr atrás disso. A palavra talvez seja justiça.
Ela terá um final feliz com Claudius (Caco Ciocler)?
(Risos) Provavelmente, Maria Paula deve ficar com o Claudius, que é o sujeito bonzinho da história.
Mesmo gravando muito, você continua fazendo shows?
Claro. Continuo cantando e não quero parar, não. Meu segundo CD (Amores, Flores e Blablablá) foi lançado no final de abril e tenho feito muitos shows. Gostaria de poder fazer mais… A turnê é que foi adiada por causa da novela, mas, assim que der, me apresentarei nos finais de semana.
Além de cantar, o que mais está nos seus planos?
Eu adoraria fazer cinema.