Marcello Novaes: “Poucos têm noção do quanto ralei”
Prestes a estrear na novela "Sol Nascente", o ator Marcello Novaes tem gostos simples: se dedica à funilaria e à marcenaria, cuida da horta e cozinha. Seu sonho é ter mais tempo para esses prazeres
Não se assuste se encontrar Marcello Novaes sob o capô de um Fusca antigo. Fã de trabalhos manuais, o ator tem uma oficina em casa e vem se especializando na arte da funilaria. O Fusca em questão foi comprado pela pechincha de mil reais. “Desamasso, passo massa, lixo, pinto”, conta. O projeto de reforma do carro não tem prazo para acabar, mas, se depender do esmero do ator, vai ficar uma maravilha.
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Quando cansa, ele pula para a bancada e se aventura na marcenaria. Recentemente, fez uma escultura de peixe com retalhos de madeira que exibe com orgulho. A labuta só acaba no final da tarde, quando vai até a praia para correr e assistir ao pôr do sol. Termina o dia no mar: com um mergulho ou em cima de uma prancha. A felicidade é simples para esse carioca, que completa 54 anos no próximo dia 13.
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Desde junho, porém, a rotina dos sonhos mudou com as gravações de “Sol Nascente”, trama das 6 da TV Globo. Novaes volta às telas como Vittorio, um padeiro abandonado pela esposa (Claudia Ohana) com os três filhos. Introspectivo e traumatizado, ele fica muito tempo em seu quarto, isolado do mundo. Mas a chegada de uma mulher o faz vislumbrar a possibilidade de amar e ser feliz de novo.
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O enredo tem gerado burburinho entre os fãs, já que unirá novamente um dos casais mais notáveis das novelas: Novaes e Letícia Spiller. Os dois viverão um romance, assim como há 22 anos em “Quatro por Quatro”, como Raí e Babalu. Na época, a química extrapolou a ficção e eles ficaram casados por quatro anos. São pais de Pedro, 19, que vai fazer uma participação na história, na pele do jovem Vittorio, sua estreia em novelas.
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Novaes tem também um filho mais velho, Diogo, 21 anos, do relacionamento com a empresária Sheyla Beta. A prole mora com ele em uma casa ao pé da Pedra da Gávea, rodeada pela Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os meninos, que são superligados desde pequenos, herdaram do pai o gosto pela música – Novaes toca bateria, violão e gaita. Na banda que criaram, a Fuze, Pedro é baterista, enquanto Diogo assume guitarra, violão e vocal. “Sou muito fã dos dois. A paternidade me mostrou o que é o amor incondicional”, diz o ator. Segundo ele, seu objetivo agora é acabar de criar os meninos. “Falta pouco. Vejo que já assimilaram valores que sempre passei, como honestidade, simplicidade e respeito ao próximo.”
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Olhos adiante
Com 34 anos de carreira, 28 só na Globo, o ator tem no currículo papéis icônicos, entre eles o sarcástico Max, de “Avenida Brasil” (2012), e o desajeitado caipira Timóteo, de “Chocolate com Pimenta” (2003). A base da trajetória de sucesso vem do Teatro Tablado, onde teve os diretores Maria Clara Machado e Carlos Wilson como mestres. Sua turma, por sinal, gerou grandes talentos: entre os colegas, estavam Malu Mader, Drica Moraes e Felipe Camargo.
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“Poucos têm noção do quanto ralei. Foram noites sem dormir com insegurança, sem saber se eu daria conta da profissão”, lembra. A aprovação do público foi a resposta que perseguiu com tanto afinco. “Hoje, tenho a sensação de dever cumprido.” Novaes já teve fama de galã e exibiu o peitoral trabalhado nas comédias de Carlos Lombardi, mas garante que o rótulo nunca o encantou. “Eu me preocupo com meu desempenho como ator, pois a beleza muda. O interessante é envelhecer bem, com o corpo e a mente equilibrados”, reflete.
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Faz parte desse caminho dedicar tempo às artes manuais e ficar ainda mais próximo da natureza, prazeres genuínos. “Sempre trabalhei muito, algo entre 14 e 16 horas por dia. Agora, quero conquistar mais qualidade de vida. Daqui a seis anos, quando estiver chegando aos 60, pretendo ficar um tempo no meu sítio”, conta. No refúgio, na cidade de Teresópolis, região serrana do Rio, ele cuida da horta e produz queijos artesanais. Os ingredientes vão direto para a cozinha, de onde saem suas especialidades: frango com laranja e fettuccine. Na sala de TV, tem a companhia dos filhos para curtir as noites assistindo a filmes.
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Para o cenário ficar completo, diz ele, só falta uma companheira – com quem cogita até ser pai novamente. “Às vezes me sinto sozinho, mas não posso reclamar. Tenho saúde, meus filhos, minha carreira. Tento seguir o conselho dos sábios e viver o aqui e o agora.