Sucesso é fruto da doçura do cafajeste
Foto: Rafael França
Quando Gustavo de Viver a Vida entra em cena, o público já sabe: vem cafajestada por aí. Ainda assim, o advogado mudou a vida de Marcello Airoldi, seu intérprete. Além de alçá- lo ao sucesso, também o transformou em objeto do desejo das telespectadoras. Uma fã mais ousada até se ofereceu para o ator na fila do cinema. A situação, claro, é contada por Marcello às gargalhadas. E é explicada de forma simples: “As mulheres gostam de homens cafajestes”, arrisca, referindo-se ao personagem.
Seja como for, ele está adorando a repercussão de seu primeiro grande trabalho na TV fez participação em Belíssima (2006) e encarnou o cantor Adoniran Barbosa no ainda inédito Por Toda a Minha Vida. “Mas sem deslumbramento”, diz. E não podia ser diferente. Marcello tem uma longa estrada. Há duas décadas, ele atua como professor de teatro, ator, diretor e dramaturgo, além de ter dirigido, por oito anos, o departamento de cultura de Barueri (sua terra natal), em São Paulo. “Sempre estive ligado ao teatro e à cultura”, conta o veterano, que, para pagar cursos de atuação, trabalhou como office-boy, escriturário, garçom, pintou camiseta e vendeu ovo.
O sucesso de Gustavo mostra que valeu a pena. Aos 39 anos, Marcello curte o bom momento profissional ao lado da mulher, a atriz Lílian de Lima, com quem está casado há seis anos, e dos cachorros vira-latas Grilo e Mosquito. “Adoro os dois. A gente pira com eles”, fala o ator, que está no segundo casamento e não tem filhos.
Já passou saia-justa com as fãs?
Há uma simpatia muito grande do público. É engraçado… Outro dia, uma senhora chegou, rindo, e falou: “Eu vou te dar um peteleco” (risos). Aí, disse que adora o Gustavo, as cenas com a Malu (Camila Morgado), com a Betina (Letícia Spiller)… Sou bem recebido, porque, apesar de cafajeste, ele tem uma doçura que não o deixa ser amaldiçoado.
O assédio feminino aumentou?
Aumentou. Primeiro, acho que os safados são sempre benquistos. Deus ajuda os bêbados e os cafajestes. E ele é muito querido por ser assim. Algumas falam: “Ai, ele é muito cafajeste”. Mas, no fundo, se fizermos uma pesquisa sincera, as mulheres gostam de homens cafajestes.
As mulheres falam muita gracinha?
Falam. E acho ótimo (risos)! Gustavo é um galanteador meio de viés, mas é galanteador.
E elas falam o quê?
Uma vez, ouvi: “Já que está demorando, se a Malu não lhe der, eu dou”. Na fila do cinema (risos). Os homens dizem: “E aí, vai pegar a prima ou não?” Tem essa expectativa, mas ainda bem que eles estão se sustentando sem sexo.
Aliás, no mundo real, isso não existiria, não é?
A gente vive a situação-limite, quase transamos todas as vezes. Essa batida de humor nos permite ficar a novela inteira sem consumar o fato. E isso sustenta a nossa trama. Fico imaginando se, no segundo mês de novela, Gustavo tivesse transado com Malu… Onde estaríamos agora?
Você aguentaria algo assim?
Não. Sou casado, graças a Deus! Não dá, né (risos)? Mas Gustavo e Malu têm pessoas com quem possuem uma vida sexual ativa. Ele tem a Betina e ela estava com o Marcelão. A questão deles é outra. É uma paixão quase utópica, uma provocação. Já é amor, uma vontade louca de ficar junto, porque sexo… Não é.
Você se considera um sedutor?
Talvez me reste um charme italiano do meu pai (Luigi), então… Mas todo mundo é especial de algum jeito. Tem muito assédio por causa do Gustavo, que usa terno, é charmoso… Para mim, Marcello, foi sempre tranquilo. Meu charmezinho ajuda (risos).
Já teve uma fase galinha?
Só na adolescência. Aí, pode. Casei muito cedo, depois de novo… Então, exercito os meus galanteios com os personagens.