“É melhor fazer um papel diferente de
mim, porque aí não me misturo tanto
e fica mais fácil de interpretar”, diz
Luciana Braga
Foto: César França
O brilho nos olhos e a empolgação ao falar da sua personagem, Denise, demonstram toda a felicidade que a atriz está sentindo. Luciana Braga saiu da peça A Farsa para se dedicar a Negócio da China e está adorando interpretar um papel escrito pelo amigo, Miguel Falabella. “É muita emoção participar de uma trama dele. Comecei com Miguel no teatro, aos 15 anos, e trabalhamos várias vezes juntos”, diz a artista, que não fazia uma novela inteira havia 14 anos. Depois que estrelou As Pupilas do Senhor Reitor (SBT, 1994/1995), ela fez apenas pequenas participações na TV e passou a se dedicar ao teatro. “Estava com saudade de fazer folhetins. As pessoas viviam me perguntando por que eu não voltava. E percebi que hoje é cada vez mais clara a importância que a TV tem no Brasil. Também tive duas filhas (Laura, de 9 anos, e Isabela, de 6). Foi bom poder cuidar delas e acompanhar os primeiros anos”, explica Luciana, que elege Maria Imaculada, a rolinha rebelde do Coronel Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), em Tieta (Globo, 1989), um de seus trabalhos preferidos: “Tenho um carinho enorme por ela. Era uma danadinha, levada, uma princesa linda. Adorei!”. Aos 45 anos, Luciana continua com o mesmo jeitinho de menina e a fala doce de quando debutou como atriz, há 23 anos. “Procuro dar o melhor de mim e ser muito feliz. Mas todo dia o espelho me revela um ano que se passou”, brinca!
Personagem
“Denise tem muitas frustrações e vive uma relação difícil com a Júlia (Natália do Vale). Não tem filhos e marido e se ressente disso. E joga toda sua amargura na irmã, que se casou e é mãe. E ela ainda teve um amante (Mauro, vivido por Oscar Magrini) durante anos, que era casado e a magoou muito. Tenho um olhar amoroso para a Denise, acho que, ao longo da história, deverá acordar.”
Novo visual
“É engraçado porque você corta o cabelo e dá vontade de usar uma roupa diferente. O cabelo novo te estimula a mudar um pouco, você acaba mudando o figurino e vira um novo personagem na vida também.”
Vilã ou mocinha?
“Vilã eu acho uma palavra muito forte. Miguel tem uma característica, como autor e como pessoa, seus personagens são muito ricos e são de tudo um pouco, nem heróis nem vilões. São seres humanos. Nem todo mundo é inteiramente ruim ou muito bom. Todos têm uma grande dose de humanidade.”
Semelhanças
“A gente sempre acaba, de um jeito ou de outro, achando um ponto em comum com a personagem. Mas não tenho nada da Denise… É melhor fazer um papel diferente de mim, porque aí não me misturo tanto e fica mais fácil de interpretar.”
Mestre querido
“Miguel (Falabella) foi um dos meus primeiros professores, e com ele eu aprendi a alegria que essa profissão traz, sem perder a seriedade. Ele bota amor e alegria no trabalho dele e transmite isso para a gente.”
Dedicação
“Eu saí de um espetáculo, A Farsa, para fazer a novela. Tenho duas filhas pequenas, um casamento de 15 anos que gosto de cuidar. Se fizesse tudo ao mesmo tempo, alguma coisa ia dançar. Então, preferi me dedicar a Negócio da China.”
Boa forma
“Sou superdisciplinada. É uma coisa que herdei do meu pai. Ele sempre procurou cuidar da alimentação e tentou ter uma vida saudável. Eu me trato muito bem e se cuidar é buscar ser feliz na vida, fazer o que gosta e estar com quem ama. Comer o que te faz bem, o que leva teu corpo a se sentir legal… Trabalhar o corpo é importante, faço aula de ginástica e alongamento, tudo junto. Gosto muito de correr na Lagoa e quase todos os dias dou uma volta completa lá. São coisas que faço com prazer.”
Cidade Maravilhosa
“Estou numa fase de curtir a minha linda cidade, o Rio de Janeiro! Eu redescobri minha bicicleta (risos). Estou detestando andar de carro, então, faço agora muita coisa de bicicleta. E é ótimo porque fico ecologicamente correta, perco uns quilinhos e ganho resistência física (risos).”
Família unida
“Meu marido (Maneco Quinderé) é iluminador de teatro e a gente se conheceu trabalhando. Ele está sempre do meu lado, me dando a maior força. Minhas filhas, Laura, de 9 anos, e Isabela, de 6 anos, curtem meu trabalho e torcem muito por mim.”