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Gustavo Haddad fala sobre seu amor pela profissão de ator

Aos 35 anos, Gustavo Haddad conta que ama a sua profissão, e ainda critica toda a polêmica criada em torno do beijo gay nas telenovelas

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 17 jan 2020, 13h57 - Publicado em 30 jul 2011, 21h00
Stephanie Celentiano (/)
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“As possibilidades de amor são tão amplas, que não existem limites. Tudo é permitido!”, afirma Gustavo
Foto: Lourival Ribeiro / SBT

Foi em Bauru, no interior de São Paulo, que Gustavo Haddad viu despertar sua curiosidade pelas artes. Durante aulas de datilografia, nas quais a professora indicava obras teatrais para exercícios, Gustavo descobriu que seu lugar era no palco.

O início de sua carreira foi difícil e a primeira oportunidade na telinha só aconteceu em 1995, em Malhação, na Globo. Mas foi em 2003, no SBT, que o paulista ganhou a grande chance de sua carreira, ao protagonizar Canavial de Paixões. Após ficar seis anos longe da TV, o ator volta à emissora como o romântico Mário, de Amor e Revolução.

Casado há nove anos com a chefe de cozinha Thabata Meber, Gustavo é pai da pequena Aimeé, de 3 anos, e encontrou um tempinho entre as gravações para conversar com a MINHA NOVELA nos estúdios do SBT. Confira!

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É verdade que você entoa mantras? Pode nos dizer um?

Algumas palavras me fazem bem. Não sei se isso funciona, se tem alguma força de fora, mas é um costume que tenho. Há vários mantras e não acho que exista uma palavra específica que funcione. Todas as religiões têm um. Existem mantras hindus, as orações católicas e protestantes… Oração é um mantra. Se quero algo, penso: “Eu vou conseguir, eu vou conseguir!”. Isso é um mantra.

Como você avalia esse burburinho em torno do beijo gay, que foi um dos destaques de Amor e Revolução?

Em 2006, quando interpretei o homossexual Agnaldo, em Cidadão Brasileiro (na Record), o beijo também existiu. Na verdade, foi um selinho. Meu personagem vivia um relacionamento superpolêmico, no qual o marido se descobria gay, mas não queria se separar da mulher. Então, ele arranjava um namorado, a mulher o levava pra morar com eles e ainda tinha um filho do amante do marido! Ninguém falou sobre isso e até hoje só ficam repetindo: “Ah, o beijo gay, o beijo gay…”.  Acho isso ridículo! Na verdade, as possibilidades de amor são tão amplas, que não existe limite. Tudo é permitido.

Mas por que o beijo gay demorou tanto para acontecer numa novela?

Essa demora se deve a um pudor comercial , não é medo da reação do público, porque o espectador adora sexo e violência. Existe muito interesse, muito dinheiro envolvido, e isso poderia causar desconforto nos anunciantes.

Sua família sofreu com a ditadura?

Conversei com minha mãe, com os meus tios, mas, para eles, a ditadura nem aconteceu no Brasil. Muita gente não vivenciou o que mostramos na novela. E, aliás, várias pessoas acreditam que foi um período excelente. Se você não fosse contra o governo, ele era muito bom para você. O problema era ir contra o sistema! Aí, era preso, torturado…

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Qual foi seu papel mais difícil?

Foi no monólogo do João Silvério Trevisan, chamado Hoje é Dia do Amor. Foi um desafio! Eu ficava parado, acorrentado durante 1h20 e pelado. Não tinha nenhum outro artifício para me ajudar, para me dar um contraponto… Não tinha nada! Isso foi em 2007 e divido a minha carreira em antes e depois da peça. Muita coisa se resolveu. Deixei tabus de lado, entendi mais do meu corpo, da minha voz…

Como o teatro surgiu na sua vida?

O teatro apareceu de uma forma muito surpreendente na minha vida. Nunca pensei em ser ator, não tenho referência artística na família, mas, na adolescência, fiz datilografia. Hoje, isso não tem o menor sentido e eu cato milho no teclado (risos). Mas serviu pra eu descobrir o teatro. A minha professora era uma amiga da minha avó, tinha quase 80 anos e era dona da Escola Progresso, em Bauru. Lá, tinha uma biblioteca enorme de textos de teatro. Ela pegava os textos e me dava para copiar como exercícios para amolecer os dedos, para reconhecimento do teclado, e eu comecei a ler aquilo e não parei mais. Eu não datilografava, só lia. Vendo meu interesse, ela perguntou se eu topava fazer uma peça, e aí comecei fazendo um personagem com mais de 60 anos. Foi nesse espetáculo que um produtor de teatro me convidou pra fazer outro. Comecei a ter experiências profissionais e foi uma vivência incrível. Passar pelas cidades, dormindo em escolas, carregando cenário, foi fundamental na minha vida.

O que vai fazer depois da novela?

Quero voltar para o teatro e me dedicar à minha produtora, na qual trabalho há dois anos. Fiquei afastado da televisão durante seis. Como não estava em nenhuma novela, fui procurar outras formas para sobreviver como artista no Brasil. E acabei trabalhando como editor, finalizador, câmera man e montei uma pequena produtora de eventos e peças de teatro, que lidam com vídeos. É bem legal!

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