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“Game of Thrones” fez a temporada mais feminista de todas e isso é demais

E o último episódio só veio para confirmar isso.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 12 abr 2024, 11h12 - Publicado em 26 jun 2016, 15h41
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  • Vamos ser sinceros: “Game of Thrones” nunca foi lá muito gentil com as mulheres. E foi – e com razão – duramente criticada pela forma como conduziu a história de personagens como a Sansa Stark, brutalizada e estuprada pelo marido.

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    Além disso, o seriado diversas vezes se apoiou de forma gratuita na nudez feminina. Desconfortável com isso, Emilia Clarke, a Daenerys, exigiu a partir do terceiro ano da série não participar de cenas nua a menos que elas fossem extremamente importantes para o enredo. Mas tudo isso, parece, mudou.

    ***Atenção MUITOS SPOILERS abaixo!***

    Desde o começo da temporada algo já parecia diferente. E estava. No bom quarto episódio deste ano tivemos algumas amostras de #GirlPower, quando, por exemplo, Dany queimou tudo e todos, mas nada se compara ao que aconteceu no sensacional “Batalha dos Bastardos”.

    Muito foi comentado sobre a incrível cena de guerra, mas bem mais importante do que isso foram as ações de Sansa.

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    De certa forma, negligenciada pelo irmão impulsivo, Jon Snow, que não quis aceitar os conselhos dela e quase colocou tudo a perder, a garota não apenas salvou o dia ao costurar aquela aliança com Mindinho, como foi a responsável pela morte do estuprador Ramsey Bolton.

    Isso é especialmente significativo quando parte de uma personagem diversas vezes torturada física e mentalmente e forçada a entrar em casamentos dos quais não queria estar.

    Leia Mais: 11 mentiras batidas sobre feminismo que precisam parar de ser repetidas

    Claro, todos os horrores pelos quais ela passou não precisavam estar no roteiro, principalmente aquela dispensável – e desprezível – cena de estupro. Ela já tinha todos os motivos do mundo para odiá-lo! E, apesar dessa guinada feminista da série, ela ainda continua com essa mancha na sua história porque uma cena como aquela não pode ser usada apenas pelo valor de choque.

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    De qualquer forma, é uma vitória dos que buscam uma melhor representação feminina na TV constatar que uma série, diversas vezes acusada de sexista, parece, está buscando também uma redenção.

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    Mais #GirlPower

    Do outro lado de Westeros também temos Daenerys Targaryen, Filha da Tormenta, a Não Queimada, Mãe de Dragões, Rainha de Meereen, Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens. Após Tyrion fazer aquele acordo estúpido com os escravagistas, ela reconquistou Meereen no melhor estilo Katniss Everdeen – em chamas – e ainda fechou a melhor parceria dos últimos tempos de “Game of Thrones”.

     TESTE: Que mulher f*dona de Game of Thrones é você?

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    Yara Greyjoy é a primeira personagem abertamente lésbica de #Got e já está cansada de ser governada por homens fracos, mesquinhos e que se importam apenas com os próprios interesses. A aliança dela com Dany, além de mostrar uma química incrível das duas, que, inclusive, fez a galera subir a hashtag #Danyara, é a promessa de que coisas boas estão reservadas para as mulheres do show. Talvez um reino comandado por garotas?

    Mais pênis, por favor

    Como se tudo isso não fosse suficiente, a sexta temporada foi a que trouxe o maior número de nus frontais masculinos. Coincidência ou não, Emilia Clarke havia feito campanha no Twitter pedindo para que isso acontecesse com mais frequência. E, convenhamos, objetificação MASCULINA nunca é demais, não é mesmo?

    Coroação

    A sexta temporada foi, sim, fora do comum: mais grandiosa do que nunca, trouxe as mulheres para o centro dos acontecimentos. Todas as personagens mulheres tiveram a sua importância e poder, cada uma a sua forma, reafirmado. 

    Nessa “nova” “Game of Thrones”  elas não esperam ser comandadas, elas estão comandando. Quer prova maior do que Cersei sentada no trono de ferro e colocando Porto Real abaixo? Até as Serpentes de Areia, sempre deslocadas na narrativa, tiveram o “momento delas” na finale.

    Nos dez episódios, acompanhamos homens acuados, tomando decisões erradas, agindo de forma impulsiva. Em contrapartida, no lado feminino da coisa, elas brilharam e lutaram com as armas que tinham para alcançar os objetivos delas, seja com dragões, cachorros, agulhas ou a lábia. E nenhum sonho é pequeno demais: pode ser o de virar uma Rainha, pode ser o de se tornar uma guerreira fodona. Isso é respeito, isso são tratamentos igualitários, isso é feminismo.

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