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Flávia Alessandra: “Passamos a vida buscando a felicidade, a cara-metade e emagrecer”

Em Além do Horizonte, Flávia Alessandra vive a chef Heloísa, que se divide entre a carreira e a filha, cujo pai sumiu misteriosamente.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 11h54 - Publicado em 13 nov 2013, 21h00
Bia Amorim (/)
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Flávia Alessandra arrasa na cozinha em Além do Horizonte
Foto: TV Globo/Divulgação

 
Entre panelas, caçarolas e temperos, uma figura sobressai. Não se trata de uma senhorinha com fala mansa e touquinha para segurar os cabelos; a figura idealizada da boa cozinheira. Na realidade, trata-se de uma bela mulher, loira, chique e arrumada, sempre com muita sofisticação, para apresentar seu programa de culinária. 
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Assim é Heloísa, a chef vivida por Flávia Alessandra em Além do Horizonte. “Perguntaram se eu queria fazer um workshop de culinária, mas disse que não precisava, porque sei cozinhar. A gente vai contar com uma assessoria para não fazer errado na hora de apresentar os pratos, mas sei pilotar um fogão”, conta a atriz, que se apaixonou por sua personagem, quando ainda estava terminando o trabalho em Salve Jorge (2012), como a veterinária Érica. “Era para tirar férias, mas não resisti. Fiquei encantada”, conta.
 
Na trama de Marcos Bernstein e Carlos Gregório, Heloísa criou sozinha a filha, Alice, chamada de Lili (Juliana Paiva), depois que o marido, Luís Carlos, o LC (Antonio Calloni), desapareceu, dez anos antes. O interessante é que Flávia, de 39 anos, interpreta a mãe de uma moça de 22. 
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Para tanto, teve apenas que clarear o cabelo e imprimir uma postura mais séria. Na vida real, ela já comanda com sucesso uma bela família: o marido, o ator Otaviano Costa, 40, e as filhas Giulia, 13, da união com o diretor Marcos Paulo, e Olívia, 3. “Tive a Giulia nova e essa dinâmica de mãe e filha com idades próximas acaba virando aquela relação meio de irmã mais velha, que não sabe muito bem dizer não. Esse é o ambiente em que vive a minha personagem”, diz.
 
Em quem a Heloísa foi inspirada?

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No estilo glamouroso de duas apresentadoras  a americana Katie Lee Joel, do Top Chef, e a britânica Nigella Lawson. São mulheres elegantes, chiques, que não se desmontam quando estão cozinhando. A Heloísa também é assim. Ela não se apresenta com uma touquinha com cabelo preso, é com o cabelão armado mesmo.
 
A cozinha não é um lugar misterioso para você?

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Que nada! Sempre cozinhei. Lá em casa, a gente tinha empregada, mas todo mundo ajudava um pouquinho. Minha mãe, minha irmã e minha avó cozinham superbem. A família é de origem italiana e portuguesa, ou seja, adora uma boa mesa. A gente se reunia para o café da manhã e ficava ali até o jantar.
 
E qual a sua especialidade?

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Sei fazer peixe e massa muito bem, mas pode acreditar que a minha especialidade é salada. Parece fácil, mas tem lá seus truques. Faço molhos incríveis. Meu marido, às vezes, pede para eu ir para a cozinha preparar uma saladinha, coisa rápida. Pode até parecer uma defesa, já que tenho que manter a forma, mas não sou de doces. Não sei fazer sobremesas.
 
Não precisou de laboratório, mas teve que fazer uma mudança na aparência, né?
Fiz no visual, sim. Minha personagem precisava desse ar mais sério e, desde o começo, o Ricardo Waddington (diretor de núcleo da trama) bateu na tecla de que ela deveria ser loira, mas eu achava que, talvez, não. Meu cabeleireiro disse uma coisa engraçada: “A mãe é sempre a mais loira (risos)”. E assim chegamos ao tom. Não ligo de ter que mudar, botar ou tirar cabelo, raspar a cabeça, alterar a cor. Eu estou sempre a serviço do personagem.
 
Heloísa viveu o dilema de contar ou não para a filha sobre o desaparecimento do pai. O que você faria?
Eu me coloco mesmo no lugar dela. Penso que se trata de uma mulher que teve que continuar criando essa menina sozinha. Em vez de apostar numa dúvida eterna, ela preferiu bancar a tese de que ele havia morrido; até porque já tinha mesmo  sido dado como morto oficialmente. Ela não quis passar para a Lili a aflição de nunca enterrar um corpo, que é como as famílias que têm entes desaparecidos devem se sentir. Heloísa quis jogar a bola pra frente. Mesmo porque até onde essa felicidade se faz total a ponto de se afastar da família e ficar tudo bem? Os autores estão tocando em feridas pertinentes. Qual a medida?
 
E para você: qual a medida da busca pela felicidade? Existe?
A gente tem essas ponderações ao longo da vida, não é? Principalmente em relação à escolha da profissão: vou ser feliz com isso? Minha filha Giulia, aos 13 anos, está começando a ter esse tipo de questionamento. É um tema que não tem esgotamento, porque o ser humano quer ser feliz. Passamos a vida buscando a felicidade, a cara-metade e emagrecer. Se existissem essas três pílulas, estaria tudo bem resolvido (risos)!
 
Assim como você, a Heloísa se divide entre a carreira bem-sucedida e a criação da filha. Há mais algum ponto em comum?
A novela traz embates filosóficos entre mãe e filha, cuja mãe não sabe dizer não. Eu me esforço muito para ser firme com a Giulia. É ruim, não é? Mas me empenho para colocar os limites. Meu maior embate ultimamente é dizer não para voltar da festa depois de 1 da manhã… Minha filha está começando a criar asas, encontrar sua turma, sair com as amigas para alguns lugares sozinha. A exposição é inevitável, mas tenho que me preocupar com a maneira como isso é explorado. Ela é grande, mas uma criança ainda.
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