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8 famosos que revelaram enfrentar os desafios de ter transtorno bipolar

Neste Dia Mundial do Transtorno Bipolar, relembre os depoimentos de Mariah Carrey, Rita Lee e Demi Lovato sobre o distúrbio psicológico.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 18 abr 2024, 10h42 - Publicado em 30 mar 2019, 09h00
 (Instagram/Reprodução)
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Desde 2014, o dia 30 de março foi intitulado como o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. De acordo com a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), a data foi estipulada para “chamar a consciência mundial para transtornos bipolares e eliminar o estigma social” ao redor da doença. Além disso, o dia também ganha destaque por ser o aniversário de Vicent Van Gogh, o pintor holandês que foi diagnosticado como bipolar após a morte.

Para contribuir nessa missão de mais informações sobre o transtorno, separamos oito artistas que falaram abertamente sobre o assunto e mostraram que o diagnóstico é importante e que melhorar é possível. Confira!

1. Rita Lee

Em 2012, ao voltar aos holofotes com a música “Reza” como trilha sonora da novela “Avenida Brasil”, Rita Lee foi convidada para diversas entrevistas. Uma delas foi a dada para a revista “Quem”, em que a artista aproveitou para falar abertamente sobre ter sido diagnosticada com bipolaridade.
“Descobri isso faz pouco tempo. Tive a vida inteira essa situação de oscilar entre euforia e depressão. Eu sinto que aconteceram situações de estresse emocional em minha vida e não tinha orientação nenhuma. Quando o médico diagnosticou a bipolaridade, eu fiquei tranquila. Falei: ‘Finalmente alguém me disse o que eu sou’. As peças encaixam”, desabafou a cantora na época.

Rita ainda relatou sobre o quanto viver com esse distúrbio psicológico pode ser solitário – seja no ápice da felicidade ou na tristeza mais profunda – e que para conseguir lidar com essas situações, ela recorreu ao Twitter. “A twitterapia me deixa com amiguinhos, é uma companhia”.

Mesmo com a brincadeira, a atriz fez uma ressalva importante durante uma entrevista dada ao Zeca Camargo, no programa “Fantástico”, ainda na mesma época. Após o diagnóstico do transtorno, ela passou a ser medicada, pois era o seu caso. Portanto, vale lembrar que os acompanhamentos psicológico e psiquiátrico são essenciais quando o assunto é saúde mental.

2. Demi Lovato

Com uma estreia na vida públia ainda quando pequena na série “Barney & friends”, Demi Lovato ganhou mais destaque na mídia por ser uma cantora de sucesso e, também, um símbolo de resiliência.

Em 2011, a artista foi internada em uma clínica de recuperação residencial na luta contra bulimia e anorexia. Porém, na época, a revista “People” entrevistou a cantora e ela revelou que havia sido diagnosticada também com transtorno bipolar, mas que isso só foi possível exatamente por ela ter entrado em tratamento.

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“Olhando para trás, faz sentido. Havia momentos que eu era tão maníaca que eu estava escrevendo sete músicas em uma noite e ficaria acordada até às 5:30 da manhã”, desabafou a artista.

Além de enfrentar os desafios de viver com bipolaridade, anorexia e bulimia, Demi também luta contra a dependência por álcool, cocaína e oxicodona – um remédio produzido a partir da morfina. Em julho de 2018, a cantora teve uma overdose e foi internada para tratamento. Isso fez com que a cantora começasse 2019 focada em se recuperar desse momento difícil.

3. Maurício Mattar

Além de Rita Lee, outro famoso brasileiro que foi diagnosticado com transtorno bipolar é Maurício Mattar. O cantor falou abertamente sobre o assunto ao participar da campanha “A Sociedade Contra o Preconceito”, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em 2013.

No evento, o artista revelou que foi encaminhado pela própria Rede Globo para uma psicóloga, pois tinha o humor bastante oscilante. Entre esses altos e baixos, Maurício destacou principalmente as confusões em que acabava envolvido por estar irritado com frequência.

Na época estava gravando uma novela do amigo Miguel Falabella e fui à psicóloga para me desintoxicar, pois me automedicava para tratar a depressão. Foi aí que o psiquiatra, recomendado pela psicóloga, diagnosticou o quadro bipolar – que me fez resgatar todo um passado de irritabilidade e pouca paciência para lidar com situações adversas. Tudo isso aconteceu após um acidente que sofri em outubro de 2011”, explicou o ator.

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Ainda no bate-papo com o público, o artista também respondeu questões sobre o uso excessivo de drogas e bebidas. Ele afirmou que, quando mais novo, usou maconha e cocaína. Além de consumir descontroladamente bebidas alcoólicas, como uma válvula de escape.

4. Mariah Carey

Mariah Carey é um exemplo concreto do estigma que ainda existe em torno dos transtornos mentais. Diagnosticada em 2001 com bipolaridade, a cantora só conseguiu vir a público para falar sobre o assunto e procurar por tratamento em 2018.

A entrevista em que a artista revela o que a fez procurar por ajuda foi dada à revista “People”. Nela, Mariah explicou que buscou por profissionais da saúde após passar por dois anos extremamente difíceis e desabafou com muita sensibilidade sobre como é viver com o transtorno bipolar.

“Até recentemente, eu vivia em negação e isolamento, além de estar constantemente com medo de que alguém poderia me expor. Era um fardo pesado demais para carregar e eu simplesmente não podia mais fazer isso”, relatou a artista.

Ainda segundo o veículo, Mariah expôs dois dos sinais comuns da bipolaridade: a irritabilidade intensa e a inconstância emocional. “Por muito tempo eu achei que eu tinha um distúrbio de sono grave, mas eu não tinha uma insônia normal, acordada contando carneirinhos. Eu estava trabalhando, trabalhando e trabalhando… Eu estava irritada e com um medo constante de decepcionar as pessoas. Acontece que eu estava experimentando uma forma de mania. Eventualmente, eu iria socar uma parede”.

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Além da ajuda profissional, o que também contribuiu para que a cantora conseguisse ficar bem foi se rodear de pessoas especiais e voltar a fazer o que amava: escrever músicas.

5. Carrie Fisher

Mesmo com a morte da atriz há dois anos, o legado de Carrie Fisher continua. Além de ser lembrada eternamente pela Princesa Leia de “Star Wars”, a artista também foi importante por falar com clareza sobre o transtorno bipolar.

Em uma coluna de cultura do jornal “The Guardian”, em que respondia mensagens de leitores, Carrie revelou com quantos anos foi diagnosticada ao escolher a carta de um jovem chamado Alex para comentar.

“Você tem sorte de ter sido diagnosticado como bipolar e aceito esse diagnóstico tão novo. Disseram-me que eu era bipolar quando eu tinha 24 anos, mas só fui aos 28 quando tive uma overdose e, finalmente, fiquei sóbria”, explicou a artista.

Além de ser elogiada por sempre falar com propriedade sobre a bipolaridade, Carrie também foi questionada por Alex sobre o que ela fazia para conviver com essa ideia de que o cérebro dela estava constantemente em uma gangorra, com subidas e descidas. A resposta da atriz foi inspiradora e uma ideia interessante de como enxergar esse transtorno psicológico.

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“Nós recebemos uma doença desafiadora e não há outra opção senão enfrentar esses desafios. Pense nisso como uma oportunidade de ser um herói – não um “Ah, eu sobrevivi a um ataque em Mosul”, mas uma sobrevivência emocional. Uma oportunidade de ser um bom exemplo para outras pessoas que possam compartilhar do nosso distúrbio. Por isso é importante achar uma comunidade – ainda que pequena – de pessoas bipolares para dividir experiências e achar conforto nas semelhanças”, defendeu a artista.

6. Catherine Zeta-Jones

Após acompanhar a luta do marido Michael Douglas contra um câncer na garganta, em 2011, Catherine Zeta-Jones procurou por uma clínica médica para tratar o transtorno bipolar diagnosticado.
Na época, a atriz estava prestes a começar a trabalhar em dois filmes. Isso fez com que ela procurasse por ajuda para que conseguisse se dedicar tranquilamente à carreira. “Não há dúvidas de que tem sido um ano estressante. Catherine teve que lidar com a doença de Michael e isso foi bem difícil”, destacou um amigo da artista em uma entrevista para a revista “People” na época.

7. Lily Allen

Relatado pelo jornal “Daily Express”, em 2017, o caso de Lily Allen é um exemplo duro de como os transtornos psicológicos são usados por algumas pessoas com sentido pejorativo nas discussões.

Em sua conta no Twitter, a cantora criticou o preconceito contra imigrantes e muçulmanos com uma sátira em que substituía os dois termos por “aposentados”.

Isso fez com que haters começassem a atacar a artista da pior forma possível. Um deles afirmou que o filho de Lily que nasceu morto por ter sido sufocado pelo cordão umbilical, na verdade, havia sido morto por culpa dela. “Talvez se você não tivesse bombeado seu corpo com drogas, você não teria abortado”, escreveu o usuário.

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Além dessa acusação gravíssima (e desumana!), um dos haters deu a entender que pelo posicionamento da cantora, ela deveria ter algum transtorno psicológico. Lily não se calou e respondeu de prontidão: “Eu TENHO problemas de saúde mental. Bipolaridade, depressão pós-parto e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Isso faz da minha opinião nula?”, questionou a artista.

8. Linda Hamilton

Lembrada por “Exterminador do Futuro”, em 2004, Linda Hamilton surpreendeu o público que a acompanhava de outra forma. A atriz revelou que tinha uma luta travada contra o transtorno bipolar.

Em uma entrevista publicada pelo jornal “USA Today”, a artista foi questionada sobre como o diagnóstico do distúrbio foi feito. “Em torno de 10 anos atrás, quando eu estava realmente me batendo e queimando, havia se passado muitos anos, você sabe, não apenas procurando por respostas, mas também me automedicando com drogas e álcool, e estava fazendo um grande esforço para manter meus casamentos intactos. Até que em um determinado momento, alguém não me deixou sair do escritório. Ele falou: ‘Você está seriamente com bipolaridade. Você não deveria deixar esse escritório sem ligar para o seu psiquiatra e precisamos lhe dar um remédio”, contou Linda.

Com o desenrolar do bate-papo, a artista comentou sobre como no início do tratamento, ela pensava que perderia algumas características importantes como atriz ao fazer uso de medicações direcionados especificamente para o tratamento da bipolaridade, mas depois entendeu que não era assim a situação. “Não há nada que tenha sido diminuído ou entorpecido. Eu não sinto que alguma da minha grandeza tenha sido encoberta”.

Para Linda, o pedido de ajuda é sempre válido, pois a atriz acredita que se ela conseguiu sair do “buraco escuro” que viveu por tanto tempo, outras pessoas também são capazes disso. “Há esperança. Você consegue. Comece agora”, incentivou a artista.

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