Leões, elefantes, tigres, cangurus e até mesmo um urso polar. É possível acreditar que a realeza britânica já foi proprietária de um zoológico particular na famosa Torre de Londres? Parece ficção, mas realmente aconteceu.
Socialmente relevante há séculos, a Família Real comumente era presenteada por outros reis e imperadores com animais selvagens e exóticos que, de acordo com Historic Royal Places, eram mantidos na Torre de Londres, na Inglaterra.
O “mimo”, na época, era uma forma de demonstração de poder, assim como o assustador hábito de origem francesa de manter uma coleção de bichos vivos em cativeiro, geralmente selvagens e exóticos, também conhecido como Ménagerie, que buscava celebrar o próprio poder político e a influência econômica.
No caso dos royals britânicos, o costume de manter os animais perdurou do século 13 até pouco antes do reinado da Rainha Vitória, no século 19.
O zoológico particular teria sido instalado na torre em 1235, depois que o Rei Henrique III foi presenteado com três leões pelo Sacro Imperador Romano Frederico II. Tempos depois, a coleção cresceu com a chegada de um urso polar, em 1252, e de um elefante africano, em 1255 – e não parou por aí.
Em 1622 a coleção foi novamente expandida, dessa vez com a chegada de três águias, dois pumas, um tigre, um chacal, leopardos e mais leões. Ao todo, mais de 60 espécies de animais formaram o zoológico ao longo dos séculos – até mesmo um canguru.
A prática bizarra só chegou ao fim em 1835, quando o zoológico foi fechado devido as preocupações com o bem-estar dos animais. Sobre o destino dos bichos, muitos deles foram vendidos para circos itinerantes e zoológicos. Inclusive, o Zoológico de Londres (ZSL), existente até hoje, foi fundado pelos 150 animais originais retirados do Ménagerie.
Hoje, a Torre de Londres, que é um dos principais pontos turísticos da capital britânica, abriga apenas esculturas de arame dos animais. Encomendadas em 2010, elas foram esculpidas em tamanho real pela artista Kendra Haste para homenagear alguns dos animais que antes perambulavam pelo local.
E ainda há quem ache esquisito a prática da rainha Elizabeth de mimar os seus corgis.