Entrevista com Christine Fernandes
A atriz, que cuida de pacientes terminais em "Viver a Vida", fala de seu respeito por Manoel Carlos, da personagem Ariane e de sua experiência vivida com a doença de seu pai
Christine Fernandes
Foto: Rafael Campos
Hospitais do mundo inteiro estão adotando os Cuidados Paliativos, em que os médicos cuidam de doentes que têm pouca chance de uma longa sobrevida. “É um grande passo na humanização da relação médico/paciente, explica o autor Manoel Carlos sobre o papel de Christine Fernandes em Viver a Vida.
A atriz, que estreou na novela História de Amor (1995), de Maneco, está encantada com a função social de sua personagem, a médica Ariane, na história. E conta como enfrentou, na vida real, um drama que faz parte do dia a dia de Ariane. “Meu pai (Antônio) recebeu um diagnóstico de leucemia no início do ano. Foi um momento indescritível… Mas descobri que tudo isso é possível, não é o fim do mundo. Fim do mundo é perder a esperança.”
“Viver a Vida” é seu terceiro trabalho com o autor, Manoel Carlos. Como funciona essa parceria?
Maneco é um cara que gosta de mim, que me saca como atriz. Ele faz questão que eu esteja nas novelas dele. É muito importante quando alguém gosta de você. Levo isso no meu coração e retribuo com muita dedicação. Sem falar que o texto dele é maravilhoso. Comecei minha carreira com ele, em “História de Amor”. Foi ele também que me trouxe de volta à Globo, depois que eu fiz “Essas Mulheres” (2005), na Record, para participar de “Páginas da Vida” (2006). Temos uma relação muito legal.
Você foi protagonista em “Essas Mulheres” (2005), na Record, mas ao voltar a Globo não pegou ainda nenhum papel principal. Importa ser protagonista ou não para você?
Penso muito a personagem de acordo com os conflitos que ela tem a apresentar. Se vai ser a mocinha ou não, isso realmente não importa. Quero que ela seja um desafio. Eu procuro desafios. E acho que Manoel Carlos vai me dar muitos. Desde os primeiros capítulos já acontecem coisas com ela muito significativas. Eu acho que é isso: confiança no autor que te conhece e vai dar oportunidade para você dar um passinho, subir um degrauzinho… Sou nova e acho que tenho muito tempo para galgar personagens mais densos, mais complexos. Estou fazendo a minha historinha…
Um pequeno papel poder virar um grande personagem de um capítulo para outro…
É isso! E você tem que fazer com dignidade, dar o seu melhor. Se cai no gosto do autor e ele acha que você está fazendo bem e o público compactua, é espetacular (risos). Com Manoel Carlos é assim. Ele vê o que acontece na trama no dia e vai escrevendo a partir daí. O bom é que nada é pré-determinado. De repente eu dou um tom para a personagem, ele gosta e já pira naquilo. E leva adiante…