Na manhã de sexta-feira (19), em conversa informal com Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil, o presidente Jair Bolsonaro falou de maneira pejorativa sobre parlamentares nordestinos, em especial Flávio Dino, atual governador do estado do Maranhão.
“Dentre aqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, disse Bolsonaro, muito provavelmente sem saber que estava sendo gravado, antes de dar início a um café com jornalistas.
A fala, dita na mesma ocasião em que Bolsonaro assumiu que a fome no Brasil era algo que não existia, viralizou rapidamente, e diferentes personalidades do Nordeste decidiram se pronunciar nas redes sociais a favor do estado, entre elas a cantora Alcione, um dos maiores símbolos da cultura brasileira e maranhense.
Ela postou um vídeo em seu perfil do Instagram neste sábado (20), no qual bate de frente com o presidente ao pedir para ele por mais respeito pelo povo nordestino:
“Presidente Bolsonaro, eu não votei no senhor e não me arrependo. Eu sou uma brasileira que não torço contra o governo, não sou burra. Eu sei que se torcer contra, estou torcendo contra o meu país. Agora meu pai sempre me dizia, que meu avô já dizia para ele: ‘Quem quer respeito, se dá’. E o senhor não está se dando respeito. O senhor precisa respeitar o povo nordestino. Respeite o Maranhão.
O senhor tem medo de facada, tem medo de tiro, mas o senhor precisa ter medo do pensamento. O pensamento é uma força. Pense em mais de 30 milhões de nordestinos pensando contra o senhor? Comece a nos respeitar. RESPEITE O POVO BRASILEIRO“, falou ela.
Veja o vídeo completo:
A publicação de Alcione, um dos assuntos mais comentados do Twitter no dia de hoje, serviu de referência para que outros famosos também saíssem em defesa do Nordeste. Daniela Mercury, Caetano Veloso e Thaynara OG foram algumas das personalidades que decidiram se pronunciar, usando a #OrgulhodoNordeste.
Em solidariedade a Flávio Dino, parlamentares de diferentes partidos membros da bancada maranhense no Congresso, entre eles 11 deputados e dois senadores, publicaram, neste sábado, um manifesto que diz ser inaceitável que um presidente da República determine a um ministro de Estado perseguição a um ente federado por questões políticas. Até o fechamento desta nota, Bolsonaro ainda não havia se pronunciado sobre a polêmica.