Em nome da diversão, deixem Lu Schievano em A Fazenda 6
Reality show chega a segunda semana com mais acertos do que erros; elenco promissor tem sustentado sexta edição do programa
Pelo bem da diversão, deixem Lu Schievano continuar em A Fazenda 6
Foto: Divulgação/Record
Se por um lado a quinta edição de A Fazenda começou promissora e acabou perdendo o fôlego, A Fazenda 6, em menos de duas semanas, segue capaz de empolgar os telespectadores.
É nítido que A Fazenda 5 possuía, em teoria, um melhor elenco: até ela, nunca havíamos visto tantos perfis doidos e perturbados em uma mesma edição de reality show. Porém, os participantes não se “esforçaram” e, se não fossem os grandes momentos protagonizados por Nicole Bahls, além de seu constante duelo com a vencedora Viviane Araújo, a edição poderia facilmente ter passado em branco.
A Fazenda 6, salvo um ou outro deslize, também caprichou na seleção de seu elenco. E todas as cotas foram cumpridas: há a funkeira, a ex-panicat, modelos desconhecidos cujo único objetivo é atrair a curiosidade feminina, celebridades em baixa, a ex-dançarina, sub-celebridades em baixa (se isso for possível), atores desempregados, o ex-jogador de futebol bem-humorado e, claro, gente que não faz nada específico, mas consegue nos divertir.
A primeira Roça eliminou o “cantor e gêmeo do Vavá” Márcio Duarte. Uma eliminação previsível, afinal, trata-se de um típico personagem que não pende para lado algum, seja ele bom ou ruim. Vale lembrar que no próprio programa Márcio foi confundido com o irmão diversas vezes.
Já os dias seguintes trouxeram grandes momentos. A explosiva Andressa Urach, a partir do instante em que parou de falar sobre seu suposto affair com o craque português Cristiano Ronaldo, incendiou a casa: em apenas um dia a vice miss bumbum conseguiu discutir com diversos peões – destaque para as constantes trocas de farpas com Ivo Meirelles e a advogada Denise Rocha.
Urach, aliás, é responsável por pérolas como “Sou vice miss bumbum e tenho postura de vice miss bumbum”, “Sou grata ao meu bumbum” e “Agilidade para rebolar tu tem, agora para fazer as coisas não” – está última após discutir com Yani de Simone, a “Mulher Filé”.
Outro destaque é a chorona Bárbara Evans, que conquista o público com sua latente imaturidade. Bárbara é auxiliada, e muito, pela atividade da mãe, Monique Evans [presente em duas edições do programa] em redes sociais, divulgando e causando de maneira divertida com a participação da filha. O episódio em que a apresentadora defendeu Bárbara contra o então namorado Leonardo Conrado rendeu boas risadas. E se hoje a jovem é uma das participantes com maior aceitação do grande público ela deve muito a sua mãe.
Já no confinamento, a modelo engatou um romance com Mateus Verdelho, um desses participantes que não fazíamos ideia de quem era antes do início do programa e esqueceremos três dias após o término. Mesmo assim, o namoro deve ser um motor para que os dois integrantes consigam ir longe dentro do reality, já que o casal consegue se comunicar com os telespectadores – e aqui, mais uma vez, entra a participação de Monique, defendendo as atitudes da filha e apoiando constantemente o novo casal.
A situação é completamente diferente do romance entre a ex-panicat Aryane Steinkopf e o modelo Beto Malfacini, uma espécie de cosplay de Taylor Lautner, o Jacob de Crespúsculo, que parece estar ali apenas para aparecer sem camisa. De todo modo, o affair soa absurdamente artificial e mesmo os participantes já começaram a perceber isso. Paulo Nunes chegou a citar uma conversa quando os peões ainda estavam a caminho do reality: “Ela falou: ‘Terminei um namoro de sete anos, gosto muito dele, mas terminei porque sei que vai rolar alguma coisa lá dentro’. Ela já veio predisposta”, disse o ex-jogador.
Também é preciso destacar os momentos divertidos proporcionados por Yudi Tamashiro, que enfrentará a vida inteira a chamada “Síndrome de Cabeção”: dificilmente ele conseguirá se desvincular de seu trabalho como apresentador infantil no SBT. Mesmo assim, Yudi tem sido um show a parte ao cantar, dançar, cair em ciladas e proporcionar boas risadas.
Há, ainda, Scheila Carvalho, a eterna morena do É O Tchan, que a cada dia se mostra um ser iluminado dentro do reality e o “ex-sedutor” do programa Teste de Fidelidade Marcos Oliver. Vencedor de praticamente todas as provas que disputa, Oliver, aliás, não é o herói que o público brasileiro merece, mas sim o herói que ele precisa.
Mas não há personagem mais incrível que a “blogueira, atriz e cantora”, Lu Schievano. Lu ganhou certa notoriedade ao vencer um concurso no Domingão do Faustão para integrar a banda do programa em meados de 2007. Foi demitida duas semanas depois, após fazer exigências incomuns para uma recém contratada pela emissora carioca, como um camarim próprio e inúmeras passagens aéreas.
De qualquer forma, Lu já teve atritos com todos os peões, falou sozinha, conversou com cabras, chorou e brigou mais um pouco. Chamou Rita Cadillac de “burra”, o apresentador Gominho de “nojento” e mais uma infinidade de ótimos momentos.
A blogueira também teve 11 votos dos 14 possíveis e está na segunda Roça do programa contra Aryane Steinkopf. Deve ser eliminada com 99,9% dos votos populares. Mas fica aqui nosso apelo: Lu Schievano é o tipo de pessoa que podemos eliminar de nosso convívio social ou, com um pouco mais de esforço, da sociedade. Mas nunca, em nenhuma hipótese, devemos eliminar uma pessoa como Lu Schievano de um reality show.