Domingos Montagner: “Não me considero galã”
O Zyah de Salve Jorge se mostra muito cuidadoso ao lidar com o sucesso profissional
Domingos Montagner nega o título de galã
Foto: Divulgação
Apesar de mais de 20 anos de carreira no circo, Domingos Montagner, o Zyah de Salve Jorge, ficou conhecido do grande púbico ao estrear na TV. Quer dizer… Seu primeiro trabalho foi em Mothern (GNT), mas o estouro veio mesmo com Cordel Encantado (2011), na qual viveu o cangaceiro Herculano. O sucesso foi tanto que ele acabou escalado para ser o protagonista da minissérie O Brado Retumbante (2012). Ou seja, podemos dizer que, na telinha, o ator, de 50 anos, tem menos de três anos de carreira.
Nesta entrevista, Domingos Montagner, que é casado há 11 anos com a produtora Luciana Lima, 38, com quem tem três filhos (Leo, 9 anos, Antonio, 5, e Dante, 2), se ateve a falar de seu atual personagem, da experiência de gravar na longínqua Turquia e do sucesso tardio, mas consistente. Mais não disse. Confira!
São Jorge
“Não sou devoto. Mas respeito muito todo tipo de fé. Acho que a fé vai além do culto e das próprias religiões, e passa por todo o tipo de elemento da alma… Vai além de qualquer tipo de questionamento ou explicação. Então, respeito bastante. Não sou devoto, mas acho maravilhosa essa devoção, esse encantamento. Principalmente aqui, no Brasil, que é muito mais forte do que na Turquia”.
Experiência na Turquia
“Eu me senti local, especialmente na Capadócia. Eles (os turcos) são tão muito acolhedores, tão bons anfitriões que você acaba ficando à vontade. E o que eu achei legal é que a maioria dos turcos pensava que eu poderia ser turco. Eles ficavam muito felizes porque estavam bem representados, e eu por estar no caminho certo. Eu conseguia me misturar. As pessoas me pediam informação. O que foi, talvez, a melhor prova do personagem. Foi muito legal!”
Romance turco
“Os relacionamentos afetivos deles são bem parecidos com os nossos. Eles são bastante quentes. Então, podem ser machistas para caramba ou não. Mas tem tem um apego à tradição, talvez, um pouco mais forte que nós. A gente está um pouco mais desapegado a costumes tradicionais.”
Identificação com o personagem
“É essa relação com a natureza. E a simplicidade e do espírito leve dele. Uma coisa que não tinha nos outros personagens que eu fiz e que estou desenvolvendo agora. E tem um humor interessante que não dava para desenvolver nos outros.”
O rótulo de galã
“Não me considero galã. A gente não pode pensar nisso em primeiro plano. Temos que pensar em primeiro plano na função do personagem. O galã é reflexo do trabalho. Não tenho problemas com isso. Não posso é admitir só o galã, senão o meu trabalho desanda.”
Sucesso tardio
“Tenho mais de 20 anos de carreira. A experiência em qualquer profissão deverá vir para o bem. Se a gente envelhece, alguma coisa boa deve sobrar nisso, então… Acho que a experiência é uma delas. Tenho mais de 20 anos de carreira ininterrupta, nunca parei de trabalhar. Então, fui colecionando informações, trabalhando com diretores, com atores… A observação é fundamental para o ator. O fato de estar num veículo novo, com tantas informações diferentes… Acho que essa bagagem tem de ajudar a ter estrutura para solidificar a base do trabalho. Porque o trabalho em si naturalmente é bastante instável. Ele te desestabiliza. Se não tiver um suporte muito bom, você pode se perder.”
Papéis por fazer
“Tem muitos personagens que eu gostaria de fazer na TV. Comecei agora no veículo, sei lá… Todos os que eu não fiz, posso fazer. Não tem problema nenhum.”