Márcio Garcia acumula as funções de
apresentador e diretor artístico da
Record filmes
Foto: Cida Souza
A que você atribui o sucesso do programa O Melhor do Brasil?
Primeiro ao crescimento da própria Record, que já vem subindo no IBOPE e tem uma média de 7 pontos consolidados, e à equipe né?! É um trabalho que não é feito somente pelo apresentador, a gente tem uma equipe de 25 pessoas. Eu conto com uma equipe super preparada porque é um programa muito grande, ficamos 4 hs no ar. Tudo em cima do palco. A gente entra, em São Paulo, às 4 da tarde e sai às 8 da noite. Pegamos o final do Caldeirão, novela, jornal e outra novela, por isso precisa ter quadros bacanas e ainda fazer com que eles durem um certo tempo. Se fôssemos colocar um monte de quadros rápidos, teríamos que ter 10 ao invés de 4 ou 5 quadros. É como se fizéssemos um programa diário de 40 minutos.
Em que aspectos a concorrência influencia o seu programa?
Nenhum. Não tenho a preocupação em imitar ou tentar fazer alguma coisa que eles estejam fazendo. A gente tenta sempre fazer um bom trabalho e é óbvio que existe uma competição com todas as outras emissoras, que também estão lutando pela audiência. Tem de ter uma carta na manga, um quadro novo, não podemos nos acomodar. Mas é uma concorrência super saudável, super gostosa e quem está ganhando com certeza é o público, né?!
De quem foi a idéia de criar o quadro com as crianças?
Foi minha. Eu sentia muita saudade do tempo do Gente Inocente. Eu acho que a criançada tem uma energia que só eles têm, inocente, irreverente, e o entrevistado fica desconfortável por causa da perguntas, mas menos porque os entrevistadores são crianças. É uma forma de ter uma entrevista mais picante, mas de forma casual, gostosa e em família, que é a proposta desse quadro. E tá pegando, é uma idéia que está voltando cada vez com mais força.
E você fica super à vontade no meio delas, né?!
Muito! Já era assim no tempo do Gente Inocente, e mais agora que eu tenho dois filhos em casa, um de 4 e um de 2. É um treinamento que eu já tinha e agora melhorou mais ainda. Eu fico muito feliz de estar colocando em prática tudo o que eu aprendi.
Ator ou apresentador?
Eu procuro fazer com amor o que eu estou fazendo no momento. Eu não fico fazendo essa análise. Se eu estou apresentando eu prefiro apresentar, se estou atuando eu prefiro atuar. Eu coloco o foco e a dedicação naquilo que está ocupando meu espaço. Quando faço um trabalho como ator eu esqueço do programa e fico concentrado naquilo. Uma coisa é independente da outra. Então, não tem muito por que comparar. Curto fazer os dois.
Agora você está se dedicando ao cinema…
Estou assumindo a direção artística da Record Filmes, mas tenho dois projetos que já foram vendidos, que não são nem mais meus. Eu vou começar a dirigir agora, mas não quero me intitular cineasta ainda. Sou um cineasta por vocação, por paixão. Mas primeiro tenho que conquistar meu espaço e quero ser criticado sem perdão. Acho que estou me preparando bem e pretendo fazer um trabalho bacana.
Preparando-se de que forma?
Estudando, lendo muito, vendo muitos filmes, conversando com pessoas que entendem mais do que eu, que têm experiência. Mas praticamente lendo todos esses caras que são referência dos roteiristas.