A defesa do ator Marcius Melhem, que é acusado de assédio sexual e moral por Dani Calabresa e outras cinco mulheres, defende que a decisão dele de processar a atriz e sua advogada, Mayra Cotta – que também representa as outras denunciantes – demonstra “respeito aos envolvidos”.
Em nota, a advogada Ana Carolina Piovesana, que representa Melhem, diz que “a decisão de Marcius Melhem de judicializar a denúncia feita pela imprensa (sem processo) contra ele é a demonstração clara do seu respeito às pessoas envolvidas e ao Estado Democrático de Direito”. Ela ainda diz que “judicializar o debate é exercer o direito de defesa, consagrado na Constituição Federal”.
No último dia 4, Melhem anunciou que tomaria medidas judiciais contra Dani e contra Mayra após a reportagem publicada pela revista piauí, que revelou detalhes sobre assédios sofridos pela humorista que teriam acontecido em 2017.
“Eu estou processando a advogada, doutora Mayra Cotta. Desde ontem [dia 3], entrei com um processo contra ela, para que ela prove o que diz sobre mim, sobre as condutas violentas que eu tive, e estou interpelando na segunda-feira (7), é uma pena eu ter que fazer isso, mas estou interpelando a Dani Calabresa para que ela confirme ou desminta o teor da matéria da Piauí, porque eu e ela sabemos que aquilo não aconteceu”, pontuou em entrevista ao colunista Mauricio Stycer e à jornalista Dolores Orosco ao UOL. “Não posso ser julgado pela opinião pública, exposto…passei de acusado a condenado sem ser julgado. Eu tenho o direito de ser julgado”.
A reportagem da Piauí, de João Batista Júnior, descreveu os assédios sexuais e morais contra Dani. Em uma parte da matéria, é detalhada a seguinte cena: “Com uma das mãos, ele imobilizou os braços da atriz. Com a outra, puxou a cabeça dela para forçar um beijo. Assustada, Calabresa cerrou os lábios e virou o pescoço, mas Melhem conseguiu lamber o rosto dela. Em seguida, tirou o pênis para fora da calça. Enquanto a atriz tentava soltar os braços e escapar da situação, acabou encostando mão e quadris no pênis de Melhem”.
Pronunciamentos após o caso
Dani Calabresa também se pronunciou sobre o caso após a divulgação da reportagem. “Nunca quis ser vista como uma mulher assediada… Mas pra recuperar minha saúde precisei me defender”, diz ela, iniciando seu desabafo. “Tudo é muito difícil, DÁ MEDO, vergonha, mas temos que lutar por respeito e justiça. Não passarão. Assédio é crime”, continua. O texto foi publicado no Instagram.
Com o contrato encerrado pela Rede Globo desde agosto deste ano, Melhem se pronunciou pela primeira vez sobre o caso na entrevista ao UOL, citada anteriormente. “Fui um homem tóxico, um marido péssimo, uma pessoa que cometeu excessos em se relacionar com pessoas dentro de seu próprio ambiente de trabalho, coisa que eu não via problema, mas hoje entendo todas as nuances que isso pode ter. Entendo que eu, como homem, feri pessoas, magoei, traí, fui galinha, tudo isso foram erros meus e num mergulho muito profundo feito neste ano cada vez entendo mais.”
Marcius confirma que cometeu erros, mas nega e questiona o que chama de “narrativa fantasiosa” e considera que trechos da matéria, como o que teria entrado no camarim de uma gravação externa do Zorra Total, onde Dani Calabresa estaria de maiô e roupão, não existiram. “Não existe camarim individual, é um ônibus camarim que fica todo mundo. Eu nunca estive nessa gravação, eu não estava lá. Eu nunca fui a uma externa do Zorra”, disse.